A tão anunciada “epidemia de obesidade” não existe, de acordo com uma nova pesquisa que afirma que a doença não passa de uma tentativa da indústria de perda de peso dos Estados Unidos de capitalizar em cima das preocupações do público com a saúde.
A controversa teoria foi lançada pelo professor de ciência política da Universidade de Chicago, Eric Oliver, em seu novo livro “Políticas da Gordura; a História Real por trás da Epidemia de Obesidade da América”.
Oliver afirma que não existem evidências científicas que sugerem que as pessoas que atualmente são classificadas como “sobrepeso” e até mesmo a maioria dos norte-americanos classificados como “obesos” estão sob ameaça direta devido a seu peso corpóreo.
Isso vem em contraste direto com a avalanche de informações divulgada pelo Governo e pelas organizações de saúde dos EUA, que repetidamente relacionam a obesidade com um maior risco de condições de saúde, como doenças cardíacas e diabetes.
Recentemente, uma série de estudos acadêmicos apresentados na Conferência sobre as Fronteiras nas Pesquisas de Prevenção do Câncer da Associação Americana para Pesquisa do Câncer (American Association for Cancer Research – AACR) revelou crescentes evidências de que a incidência geral de câncer e a mortalidade resultantes de sobrepeso e obesidade também estão aumentando, algo que coloca mais pressão na indústria de alimentos.
Porém, de acordo com Oliver, nada disso tem nenhum peso. Na maioria dos casos, a relação entre gordura e doenças é simplesmente uma associação, disse ele. As pessoas que estão com sobrepeso podem também ter doenças cardíacas, por exemplo, mas isso não prova que o fato de estar com sobrepeso é a causa da doença cardíaca, disse ele.
“Existem apenas poucas condições médicas que foram mostradas de forma convincente que são causadas pelo excesso de gordura corpórea, como a osteoartrite por influência do peso nas juntas e câncer uterino que surge pelos níveis mais altos de estrógeno em mulheres mais pesadas. No entanto, isso pode ser tratado sob o ponto de vista médico sem a perda de peso. Para a maioria das condições médicas, dieta, exercícios e genética são as causas reais. O peso é meramente um sintoma associado”.
A “epidemia de obesidade”, argumenta ele, é simplesmente uma cumplicidade entre os doutores de dietas, companhias de perda de peso e até o Governo para promover seus próprios interesses.
“A indústria de perda de peso é multibilionária na América e esta indústria está tentando colocar um ponto de saúde no que é amplamente um produto cosmético”.
Ele acusa o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC) de divulgar falsas estimativas sobre a quantidade de mortes atribuídas à obesidade e fazer falsas afirmações de que a obesidade está próxima de ser a principal causa de mortes evitáveis da América. Ele também afirma que o CDC usa mapas para distorcer o ganho de peso na América, fazendo com que isso se pareça como uma epidemia que está se alastrando.
“Nós podemos pôr um fim na epidemia de obesidade agora mesmo se desejarmos – tudo o que precisamos fazer é redefinir a obesidade de acordo com critérios reais da doença. Se nós simplesmente classificarmos a obesidade como um nível onde a gordura corpórea é de forma demonstrável patológica, somente uma fração dos norte-americanos se classificaria e esta ‘epidemia’ iria desaparecer”, disse Oliver.
Se as afirmações de Oliver forem verdadeiras, poderão gerar um alívio na indústria de alimentos da pressão para mudar os ingredientes, os rótulos e os tamanhos das porções em um esforço para combater a epidemia, que atualmente acredita-se que afeta 64% da população adulta dos EUA e 16% das crianças.
Entretanto, durante a última década a obesidade tem sido firmemente estabelecida como uma epidemia pelas organizações de saúde, entidades do Governo e a mídia de massas, de forma que apenas um livro não conseguirá livrar a indústria desta pressão e desta situação em um futuro próximo.
Fonte: Foodnavigator-usa.com (por Lorraine Heller), adaptado por Equipe BeefPoint