Várias organizações dos Estados Unidos disseram à Agência de Proteção Ambiental (EPA, da sigla em inglês) que se opõem a qualquer aumento na porcentagem de mistura de etanol na gasolina.
Várias organizações dos Estados Unidos disseram à Agência de Proteção Ambiental (EPA, da sigla em inglês) que se opõem a qualquer aumento na porcentagem de mistura de etanol na gasolina.
A Associação Nacional dos Produtores de Carne Bovina (NCBA) e o Instituto Americano de Carnes (AMI) pediram à EPA que negue a petição que permitiria o uso do chamado “nível médio de misturas de etanol” (misturas acima de 10% de etanol, como a E15 ou E20) no comércio.
A NCBA enviou comentários à EPA nessa semana e a gerente para assuntos legislativos da associação, Kristina Butts, disse que “as mudanças feitas na porcentagem de mistura de etanol impactará em todas as indústrias que dependem do milho, não somente na indústria do etanol. Antes de considerar o aumento nessa porcentagem, o Governo deveria primeiro observar seriamente como isso afetará os mercados de milho e gado e se a produção de milho será capaz de acompanhar essa maior obrigação”.
Os produtores de gado estão especialmente preocupados com qualquer impacto que o aumento da produção de etanol poderá ter nos preços do milho. Aumentos dramáticos nos preços do milho e dos grãos usados na alimentação animal no ano passado, junto com aumentos significantes nos preços dos combustíveis, ajudaram a criar perdas financeiras sem precedentes para os proprietários de gado.
A NCBA disse que os maiores custos dos alimentos animais e os fatores econômicos que impactaram negativamente na demanda de carne bovina resultaram em uma perda recorde de US$ 5,2 bilhões no patrimônio líquido dos pecuaristas desde janeiro de 2008. Os preços do milho durante a segunda semana de julho do ano passado foram de US$ 6,30 por bushel, mais que o dobro que em julho de 2007, quando foram em média de US$ 3,12 por bushel.
De acordo com o Serviço de Pesquisas Econômicas do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), em 2008, os custos com alimentação animal para o gado bovino de corte e leite e aves atingiram o recorde de US$ 45,2 bilhões – um aumento de mais de US$ 7 bilhões com relação aos custos de 2007. Ainda, o preço do gado ao produtor e as receitas permaneceram estáveis, entre US$ 49 e US$ 50,2 bilhões durante os últimos cinco anos.
“Os produtores de gado bovino suportam um mercado aberto e livre como o melhor direcionador da competição e inovação em todas as indústrias, incluindo o setor de energia renovável”, disse Butts. “Desviar artificialmente mais da colheita do milho para a produção de etanol, sem considerar os possíveis impactos negativos em outras indústrias é uma má política pública”.
As projeções mostram que o aumento da porcentagem de mistura de 10% a 15% requereria um volume imediato de 4,5 bilhões de galões de etanol e requereria aproximadamente 1,6 bilhão de bushels de milho. 0 que é quase equivalente à quantidade de milho usada pela indústria de gado durante todo o ano.
A reportagem é da Dairy Herd Management, traduzida e adaptada pela Equipe AgriPoint.