Os bovinos canadenses de mais de 30 meses de idade passaram a ser permitidos no mercado dos Estados Unidos desde segunda-feira, apesar das críticas dos pecuaristas locais preocupados com a Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB).
Os bovinos canadenses de mais de 30 meses de idade passaram a ser permitidos no mercado dos Estados Unidos desde segunda-feira, apesar das críticas dos pecuaristas locais preocupados com a Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB). Ninguém sabe ao certo como esta decisão afetará os pecuaristas dos EUA ou os mercados externos.
De acordo com reportagem do The Associated Press, um grupo de pecuaristas dos EUA resolveu nem esperar para ver quais serão as conseqüências e registrou uma solicitação na última sexta-feira por uma liminar para impedir a lei de entrar em vigor.
Em maio de 2003, os EUA fecharam sua fronteira às importações de bovinos do Canadá após a confirmação de um caso de EEB em Alberta. A fronteira entre os dos países reabriu para a carne bovina canadense de animais de menos de 30 meses de idade e os bovinos vivos canadenses de menos de 30 meses de idade ganharam a permissão de cruzar a fronteira em julho de 2005. No entanto, a fronteira permaneceu fechada para bovinos mais velhos até agora. Oficiais da Agricultura dos EUA disseram que a mudança é baseada em fatos científicos e garantem que o Governo protegerá o país contra a doença.
Os críticos alegam que o Governo dos EUA não investigou completamente o potencial impacto da medida aos pecuaristas do país e em seus mercados de exportação. Os EUA recuperaram menos de 60% de seus mercados de exportação fechados desde a descoberta de um caso de EEB no país em dezembro de 2003, que levou ao fechamento de muitos mercados à sua carne.
O valor das exportações de carne bovina dos EUA era de US$ 3,855 bilhões em 2003. Caiu para US$ 807 milhões em 2004, mas aumentou para US$ 1,9 bilhão nos primeiros nove meses de 2007. Dois outros casos de EEB foram registrados nos EUA desde 2003. O Canadá registrou 10 casos da doença.
“O risco ainda é muito real – no caso de importarmos um animal infectado -, nossa indústria é vulnerável a grandes danos financeiros como resultado desta lei”, disse o diretor executivo da R-CALF United Stockgrowers of America, Bill Bullard. A entidade registrou um pedido de emergência da sexta-feira por uma liminar na Corte do Distrito dos EUA em Dakota do Sul para impedir que a lei entrasse em efeito.
Já o economista chefe da Associação Nacional de Produtores de Carne Bovina dos EUA (NCBA), Gregg Doud, disse que o país não pode esperar de seus parceiros comerciais padrões mais altos do que está disposto a impor para si mesmo. Ele disse que os parceiros questionam porque os EUA pedem a abertura total do mercado, para animais de qualquer idade, enquanto não estão dispostos a fazer o mesmo com o Canadá.
Porém, os pecuaristas canadenses não poderão começar a enviar animais aos EUA imediatamente, por uma série de razões, disse o diretor de Governo e Relações Internacionais da Associação Canadense de Pecuaristas, John Masswohl. O Canadá agora abate a maioria de seu próprio gado, desde o fechamento da fronteira com os EUA. Além disso, a nova lei permitindo bovinos mais velhos exige que as datas de nascimento dos animais sejam confirmadas. É improvável que muitos produtores de carne bovina canadenses tenham essa informação para bovinos mais velhos, o que os impede de enviar os animais aos EUA.