Mais mulheres trabalhando, casando-se tarde, tendo pequenas famílias e com pouco tempo. Esta poderia ser uma descrição da América do Norte. Mas é também uma descrição precisa do Japão moderno, de acordo com uma pesquisa revisada durante a apresentação do gerente de assuntos ao consumidor da Federação de Exportação de Carnes dos Estados Unidos (USMEF), unidade de Tóquio, Shinobu Shimada, durante a reunião anual de diretores ocorrida na semana passada em Long Beach, Califórnia.
Shimada disse que hoje mais mulheres japonesas trabalham fora de casa e menos delas estão casadas e com filhos. Aquelas que são casadas e trabalham ainda gastam oito vezes o número de horas com relação a seus maridos na manutenção da casa – limpando, cozinhando e cuidando das crianças. Apesar destas mulheres não estarem mais preparando aquelas tradicionais refeições japonesas, que exigem horas de preparo, elas ainda gastam cerca de 30 a 45 minutos preparando um jantar com três a quatro pratos quase todos os dias.
Assim como os consumidores de vários outros países, os japoneses têm uma forte preferência por produtos domésticos e são preocupados com a variedade de assuntos relacionados à segurança dos alimentos. E, apesar de sempre terem confiado nos rótulos, muitos deles não o fazem mais como resultado das revelações feitas na mídia nos últimos meses de que algumas das principais marcas do Japão rotularam indevidamente os produtos para obter lucros com isso. Além disso, eles querem saber de onde o alimento vem e o que acontece com ele até chegar à mesa de refeição.
Quando estão diante dos produtos derivados de carne dos Estados Unidos, muitos consumidoros japoneses consideram que os EUA são bastante avançados em tecnologia, de forma que os produtores não hesitariam em utilizar organismos geneticamente modificados para alimentar seus animais. Por outro lado, mais da metade das mulheres japonesas disseram que gostariam de tentar utilizar as melhores marcas dos EUA.
Apesar desta pesquisa relacionada às preferências dos consumidores japoneses por produtos parecer um pouco confusa e até contraditória, Shimada disse que a pesquisa, que foi conduzida pelo USMEF, trouxe certas mensagens claras e consistentes: os consumidores japoneses estão preocupados com a segurança dos alimentos, preferem o natural ao artificial, querem produtos frescos, nutritivos, saborosos e de qualidade pelo preço pago por eles e estão sempre procurando por novas idéias de receitas. Mais do que a maioria dos consumidores dos EUA, eles querem saber a história por trás dos produtos que eles escolhem.
Shimada disse que este estudo com os japoneses está ajudando a USMEF a corrigir alguns conceitos errados de muitos consumidores sobre a carne bovina e suína e está ajudando a construir uma confiança permanente entre eles através de uma consciência sobre a carne dos EUA.
Em 2001, de acordo com as estatísticas revisadas do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), as exportações totais de carne bovina dos EUA foram de 1,274 milhão de toneladas, com um valor de US$ 3,406 bilhões. As exportações são responsáveis agora por quase 13,4% da produção de carne bovina dos EUA em uma base de peso no atacado. O Japão continua sendo o mercado número 1 de exportação dos EUA, mas as estatísticas de 2001 mostram que as exportações dos EUA ao Japão declinaram 6% em volume com relação ao recorde atingido em 2000, para 513,563 mil toneladas, enquanto em valor, a queda foi de 11%, para US$ 1,6 bilhão.
Fonte: Federação de Exportação de Carnes dos EUA (USMEF), adaptado por Equipe BeefPoint