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EUA poderá retirar parcialmente barreira à carne bovina do Canadá

Os governos dos Estados Unidos e do Canadá estão começando as negociações para retirar parcialmente a barreira imposta pelos EUA à carne bovina canadense, em cerca de uma semana, se nenhum novo caso da doença for encontrado no Canadá.

Os EUA proibiram as importações de todas as carnes bovinas e bovinos do Canadá em 20 de maio, após o país vizinho ter confirmado que uma vaca de um rebanho de Alberta apresentou resultado positivo no teste para encefalopatia espongiforme bovina (EEB), também conhecida como doença da ‘vaca louca’.

“Eu acho que até o final desta semana ou começo da próxima deverá haver algumas discussões com os EUA em termos de reabertura de fronteiras, ou reabertura parcial”, disse na semana passada um oficial do governo do Canadá.

No ano passado, o Canadá vendeu US$ 1,3 bilhão de carne bovina e produtos derivados aos EUA. O Canadá é também o maior exportador de bovinos vivos, exportando mais de 500 mil cabeças, somente de Alberta, para os EUA em 2002. A barreira comercial já foi traduzida em centenas de milhões de dólares de perdas em vendas para a indústria do Canadá.

Uma fonte da indústria dos EUA disse que o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) está procurando várias opções para relaxar a barreira ao Canadá.

Antes de o USDA reduzir a barreira, Washington primeiro terá que dar passos para proteger os rebanhos dos EUA e para reforçar a confiança do consumidor. Isso poderá incluir uma maior vigilância e o teste de animais, mantendo restrições a certos tipos de produtos de carnes e animais.

O Canadá ainda está testando animais abatidos suspeitos de ter tido contato com a vaca afetada, de seis anos de idade. Os oficiais também estão continuando a rastrear as origens dos animais.

“Uma vez que eles estiverem certos de onde o animal veio e souberem onde gastar seu tempo, nós teremos uma posição melhor para argumentar sobre este tipo de coisa”, disse o oficial canadense sobre a retirada parcial da barreira.

Steaks podem ser seguros

Entre as idéias que estão sendo revisadas está a de deixar o Canadá exportar certos cortes de carne bovina, disse o oficial.

Acreditam-se que o músculo, como os steaks, não apresenta riscos de EEB para a saúde humana. Hambúrgueres, por outro lado, são suspeitos de estar ligados a poucos casos da versão humana da doença, conhecida como forma variante da doença de Creutzfeldt-Jakob (nvCJD).

Pesquisadores acreditam que a doença pode ser contraída quando a medula espinhal de um bovino doente ou o material cerebral deste animal se mistura com carne moída. As regulamentações dos EUA proíbem a medula espinhal ou o material cerebral em qualquer carne bovina inspecionada pelo governo federal, mas grupos de consumidores americanos querem estreitar os padrões para garantir a segurança dos alimentos.

O Centro de Controle de Doenças dos EUA vem alertando as pessoas que viajam a países com EEB para evitar o consumo de hambúrguer ou salsicha.

“Ainda é muito cedo para falar sobre isso. Neste ponto, temos que deixar a investigação progredir”, disse a secretária da Agricultura dos EUA, Ann Veneman.

É uma prática comum para países reduzir as barreiras comerciais às importações uma vez que se determina a extensão do problema de doenças animais em um país estrangeiro. Freqüentemente, a barreira é regionalizada para proibir importações somente de áreas com problemas.

Apesar da abertura dos carregamentos de carne do leste do Canadá, longe da fazenda de Alberta, estar próxima, isso fará pouco para restabelecer o comércio normalizado. O Oeste do Canadá é o principal fornecedor de carne bovina e bovinos vendidos nos EUA.

A indústria de carnes dos EUA quer acesso aos produtos do Canadá, mas não antes de ambos os governos fornecerem fortes evidências que o problema da EEB no Canadá está sob controle.

O presidente do grupo National Renderers Association, dos EUA, localizado em Washington, Tom Cook, disse que sua organização pediu ao USDA que retirasse a barreira às gorduras do Canadá, que são principalmente usadas na ração animal. “Existem pesquisas que mostram que a gordura não transmite EEB”.

Fonte: Reuters (por Richard Cowan), adaptado por Equipe BeefPoint

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