A previsão para preços do gado e da carne bovina em 2013 e 2014 é decididamente de alta quando se examina fatores relacionados à oferta. O número de gados está nos níveis mais baixos dos últimos 50 anos e qualquer crescimento nesse ano será modesto na melhor das hipóteses.
A previsão para preços do gado e da carne bovina em 2013 e 2014 é decididamente de alta quando se examina fatores relacionados à oferta. O número de gado está nos níveis mais baixos dos últimos 50 anos e qualquer crescimento nesse ano será modesto na melhor das hipóteses. Enquanto esses fundamentos da oferta podem pressionar os preços do gado e da carne bovina para novos recordes em 2013, avanço nos valores serão limitados pela disponibilidade e capacidade dos consumidores pagarem mais pela carne.
Embora vários fatores afetem a demanda por carne bovina, incluindo preços de proteínas concorrentes e preferências dos consumidores, a renda disponível do consumidor é de interesse especial em uma economia lenta. Geralmente a renda do consumidor e a demanda por carne bovina estão positivamente relacionados, ou seja, quando a renda cai, a demanda por carne bovina também cai. Isso é especialmente verdadeiro para cortes de maior valor, mas a demanda por carne bovina de menor valor, como hambúrguer, pode aumentar quando a renda do consumidor declina. Além disso, durante recessões econômicas e períodos de alto desemprego, pode-se esperar que a demanda por carne bovina como um todo recue.
Quando se mede a demanda por carne bovina, o preço varejista e a quantidade comprada (ou consumida) precisam ser considerados. Depois de tudo, a demanda é resultado da quantidade que os consumidores estão dispostos e podem comprar a várias preços. Quando preço e quantidade caem, a demanda declina. Inversamente, quando preço e quantidade aumentam, a demanda aumenta. Se um aumento ou uma redução da demanda ocorre quando o preço e a quantidade mudam em direções opostas, depende da magnitude dessas mudanças e da elasticidade (capacidade de resposta) da demanda.
Em 2012, o consumo de carne bovina (quantidade demandada) foi de 25,9 quilos por pessoa. Embora isso não tenha representado mudanças com relação a 2011, é mais de 3,86 quilos a menos que em 2006. O preço no varejo de toda a carne bovina fresca ficou em um recorde de US$ 4,69/libra (US$ 10,33/kg) em 2012. Isso é um aumento de US$ 0,25/libra (US$ 0,55/kg) desde 2011 e de US$ 1,08/libra (US$ 2,38/kg) desde 2006. Em uma base com a inflação ajustada, o preço da carne bovina fresca aumentou em US$ 0,12/libra (US$ 0,26/kg) ou 3,6% no ano passado. Sendo assim, sem nenhuma mudança anual no consumo em 2012 e um aumento de 3,6% nos preços, a demanda por carne bovina aumentou isso no ano passado.
A figura 1 mostra o índice de demanda por carne bovina que incorpora mudanças nos preços e na quantidade demandada com relação ao ano base (1990). O índice 83 para 2012 indica que a demanda por carne bovina foi 83% da de 1990, ou 17% menor do que esse ano base. Isso também indica, entretanto, que a demanda por carne bovina aumentou 3,5% desde 2011 (aumento no índice de 80 para 83) e 6,4% desde 2010.
Embora a demanda não tenha aumentado de volta aos níveis vistos no meio dos anos 2000, quando dietas ricas em proteínas e com baixo teor de carboidratos eram populares, um aumento na demanda como esse visto nos dois últimos anos é positivo, certo? A resposta simples é “sim”.
Entretanto, existem mais coisas que geram preocupação sobre a futura demanda por carne bovina. Até agora, o aumento de preços ultrapassaram os declínios nas quantidades, mas isso será cada vez mais difícil nos próximos dois anos, à medida que a oferta reduzir mais. A produção de carne bovina (quantidade fornecida) é igual ao consumo de carne bovina (quantidade demandada) após ajustes para importações e exportações. Apesar dos ajustes de importações e exportações serem significativos, eles são relativamente pequenos e o consumo doméstico acompanha de perto a produção doméstica. Sem crescimento no rebanho e o peso de carcaça devendo se estabilizar em 2013, a produção de carne bovina e o consumo cairão neste ano.
Atualmente, as previsões são de que o consumo de carne bovina declinará quase 2 libras (0,91 quilos) por pessoa, para 55,5 libras (25,17 quilos) em 2013. O consumo provavelmente cairá para menos de 53 libras (24 quilos) per capita em 2014. Para a demanda se manter constante (ou seja, o índice na Figura 1 se manter em 83), os preços reais da carne bovina precisam aumentar 3% em 2013 e outros 5% em 2014.
Então, fica a questão, “qual a probabilidade dos consumidores pagarem mais pela carne bovina?” Não existe jeito de saber isso, porque o gosto e as preferências dos consumidores mudam e a previsão econômica é incerta. Entretanto, parece que a resistência dos consumidores aos maiores preços está aumentando. As vendas nos restaurantes não estão mostrando sinais de crescimento e muitos restaurantes de refeições rápidas estão mudando itens do cardápio e focando em carne suína e de frango, mais baratas. Os consumidores deverão tomar as mesmas decisões no supermercado quando enfrentarem preços ainda maiores da carne bovina.
O texto é de Darrell Mark, da Universidade do Estado de Dakota do Sul, publicado na Drovers, traduzido e adaptado pela Equipe BeefPoint.