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EUA: Programa de promoção recebe financiamento de US$ 47,7 milhões em 2004

O Comitê Operacional de Promoção de Carne Bovina dos Estados Unidos anunciou a aprovação de um orçamento de US$ 47,7 milhões para o chamado Beef Checkoff – programa financiado com a contribuição dos próprios produtores de carne do país com o objetivo de promover a carne bovina – para o ano fiscal de 2004. Uma combinação de promoção, pesquisa e programas de informação foi aprovada de um total de oito diferentes organizações.

O programa é determinado com base em direcionadores da demanda dos consumidores por carne bovina, que incluem o prazer no consumo da carne, fatores nutricionais e de segurança do produto, e é voltado para a construção da demanda através de fundos arrecadados pelos próprios produtores do país, pelo Cattlemen’s Beef Board (CBB). Depois de um dia e meio de apresentações e discussões, o comitê aprovou um plano de trabalho que inclui 46 programas.

As organizações cujas propostas de programa foram incluídas no plano – que ainda precisam ser aprovadas pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) antes de que qualquer fundo seja gasto – são: a Associação Nacional dos Produtores de Carne Bovina dos EUA (National Cattlemen’s Beef Association – NCBA), a Federação de Exportação de Carnes dos EUA (U.S.Meat Export Federation – USMEF), a associação Americana Nacional de Mulheres Criadoras de Gado (American National Cattlewoman – ANCW), o Conselho de Importadores de Carne da América (Meat Importers Council of America – MICA), o Instituto Fundação Americano de Carnes (American Meat Institute Foundation – AMIF), a Associação Nacional de Produtores de Animais Domésticos (National Livestock Producers Association – NLPA), a Fundação Americana de Agência Rural para Agricultura (American Farm Bureau Foundation for Agriculture – AFBFA) e a Associação Americana de Vitelos (American Veal Association – AVA).

O presidente do Comitê Operacional, Andy Tucker, está bastante animado com as possibilidades de que sejam selecionadas propostas feitas por produtores de carne bovina de todo o país. “Nós acreditamos que estes programas ajudarão a produzir um ambiente que permitirá à nossa geração e às gerações futuras que continuem na indústria, fato com o qual nos preocupamos tão profundamente”.

Tucker, que também é presidente da Comissão de Promoção e Pesquisa em Carne Bovina, informou que o programa inclui um equilíbrio entre programas de propaganda, pesquisa e informação, designados a ajudar a melhorar as oportunidades de lucros dos produtores do país. Os programas financiados pelo fundo arrecadado pelos próprios produtores de carne dos EUA tem como objetivo responder às preferências cada vez mais desenvolvidas dos consumidores, dando aos produtores as informações que eles precisam para manter o fornecimento de carne segura que introduz gradualmente confiança nos consumidores.

O plano de trabalho aprovado para o ano fiscal de 2004 inclui:

– US$ 26,6 milhões para promoção. O plano de promoção inclui cerca de US$ 14,6 milhões para esforços de propaganda aos consumidores coordenados pelo NCBA, além do suporte ao marketing no varejo, ao marketing em foodservice, iniciativas de novos produtos e promoção de carne de vitelo. Além disso, o Comitê Operacional aprovou US$ 125 mil no financiamento de promoção (para combinar com a mesma quantia de US$ 125 mil do componente orçamentário de comunicações dos produtores) para financiar uma proposta de NLPA que tem como objetivo colocar um caminhão de carne bovina viajando para locais de varejo de alimentos e leilões de animais para dividir informações com consumidores e produtores sobre programas do Beef Checkoff. Esta proposta foi chamada de “Beefmobile”;

– US$ 6,3 milhões para projetos de pesquisa centrados em uma variedade de assuntos críticos, incluindo segurança de carne bovina, melhoria de produtos e pesquisa em mercado e nutrição. Um programa de pesquisa gerenciado pela AMIF será direcionado à necessidade de validação de amostras apropriadas e de protocolos de testes para detectar a E.coli O157:H7 em produtos de carne bovina crua;

– US$ 6 milhões para programas de informação aos consumidores, incluindo cerca de US$ 2,75 milhões para relações públicas, além de cerca de US$ 796 mil para programas centrados na educação e informação de jovens, incluindo a produção de uma revista jovem chamada “Beef Mag” pela AFBFA;

– US$ 1,5 milhão para projetos de informação da indústria. Esta área inclui investimentos em programas de garantia de qualidade da carne bovina e assuntos administrados para obter informações positivas sobre a indústria e para conter as informações falsas de grupos anti-carne bovina;

– US$ 5,2 milhões para esforços de marketing no mercado externo, gerenciados pela USMEF, incluindo cerca de US$ 1,9 milhão para marketing da carne bovina dos EUA no Japão, e outros programas de promoção em regiões que incluem Caribe, China, América do Sul e Central, Europa, Coréia, México, Rússia e Taiwan;

– US$ 2 milhões para comunicações de produtores, que incluem comunicações diretas e indiretas com os produtores de carne bovina, de vitelo e de lácteos, através da NCBA, da NLPA e da AVA, esforços de coordenação de conselhos estaduais de carne bovina e coordenações comerciais de mídia, bem como US$ 5000 para comunicações de importações através do Conselho de Importadores de Carne da América e US$ 125 mil para o programa “Beefmobile” descrito acima;

– Uma quantia separada de US$ 12,3 milhões em alocações da Federação dos Conselhos Estaduais de Carne Bovina aumentará o financiamento de programas de promoção em US$ 5,4 milhões; de pesquisa em US$ 1,7 milhão; de informação aos consumidores em US$ 1,3 milhão; de informação à indústria em US$ 718 mil; de esforços de marketing externo em US$ 2,3 milhões; e de programas de comunicações aos produtores em US$ 868 mil. Os programas autorizados pelo Comitê Operacional agora precisam ser aprovados pelo USDA antes de qualquer dinheiro ser gasto. As organizações que utilizam este fundo trabalham em uma base de recuperação de custos e não podem obter lucro deste trabalho que fazem em benefício do CBB e dos conselhos estaduais.

Promoção

Menos da metade de todo o orçamento será destinada à promoção, baseada em duas campanhas de carne bovina que enfatizam aspectos de prazer no consumo, bem como nutricionais, da carne bovina. Com uma quantidade impressionante de 87% dos consumidores reconhecendo o famoso slogan, o conselho está procurando trazer mais valor ao dinheiro do que fizeram com o orçamento original estabelecido como parte da Farm Bill de 1985.

“Nós estamos tentando fazer a mesma quantidade de promoção que fizemos inicialmente, mas com menos dinheiro”, disse o diretor operacional da CBB, Monte Reese. “Nós queremos nos basear no reconhecimento que construímos ao longo dos anos”.

Além disso, o aspecto nutricional da carne bovina será enfatizado em uma série de campanhas capitalizando em pesquisas baseadas na ciência que mostram os benefícios nutricionais da carne. Apesar dos interesses dos consumidores em dietas similares à do doutor Atkins (alto nível protéico) estarem aumentando, Reese explica que as recomendações de promoção da carne bovina serão baseadas em dados científicos.

“A carne bovina é o mais gostoso alimento natural com multi-vitaminas. Todos os outros alimentos têm um lugar no prato, mas o da carne bovina é no centro”. Seus estudos mostram que 58% das pessoas preferem carne bovina a outras fontes de proteína.

A meta do fundo arrecadado pelos próprios produtores de carne bovina dos EUA é aumentar a conscientização sobre o produto em 6%. “Se você olhar os números, nós já completamos a meta”, disse Reese. “Entretanto, é importante manter os investimentos de nossos esforços em promoção, pesquisa e educação para manter o nível e beneficiar os produtores de bovinos da nação”.

O beef checkoff recolhe US$ 1 por cabeça nas vendas de animais domésticos e importados vivos, além de uma quantidade comparável em carne bovina e produtos de carne bovina importados. O Estado retém até 50 centavos deste valor e o restante vai para o Conselho de Promoção e Pesquisa de Carne Bovina, sujeito à supervisão do USDA. A contribuição dos produtores se tornou obrigatória quando o programa foi aprovado por 79% dos produtores em uma votação popular nacional feita em 1988.

Fonte: Farm Progress Companies (por Jacqui Fatka), adaptado por Equipe BeefPoint

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