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EUA promovem “carne de animais criados nos EUA”

Os produtores de carne dos Estados Unidos lançaram uma nova campanha e um logotipo promovendo as carnes oriundas de animais nascidos e criados no país.

O Projeto Mercado Competitivo de Pecuaristas (Cattlemen’s Competitive Market Project – CCMP) lançou o logotipo “Não é qualquer carne bovina…Carne de animais criados nos EUA…Peça por isso” (“Not Just Any Beef…USA RAISED BEEF…Ask For It”) e a campanha em Washington nesta semana.

Os produtores disseram que a campanha publicitária foi necessária porque o atual Selo de Inspeção do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) não garante aos consumidores que eles estão comprando carne bovina oriunda de animais nascidos e criados no país.

“Nós estamos aqui hoje para introduzir esta nova iniciativa promocional para a carne de animais nascidos e criados nos EUA e para reforçar a parceria dos pecuaristas norte-americanos com os consumidores. Este programa é designado a aumentar a conscientização dos consumidores e estimulá-los a pedir por carne de animais criados nos EUA nos estabelecimentos varejistas”, disse o diretor executivo da Associação de Pecuaristas de Montana, John Lockie.

“Os pecuaristas querem educar os consumidores sobre o que o selo de inspeção do USDA garante e o que não garante. Ele não garante que a carne é dos EUA. Ao invés disso, o selo de classificação do USDA é aplicado em todas as carnes importadas, bem como nas domésticas. Solicitando o envolvimento dos consumidores e o aumento da conscientização nós esperamos engajar todos os consumidores na solicitação pela rotulagem obrigatória do país de origem para todos os produtos de carne”, disse Lockie.

“O Congresso aprovou a rotulagem obrigatória do país de origem na Lei Agrícola de 2002”, disse o presidente da entidade Pecuaristas Independentes de Nebraska, Chris Abbott. “A implementação da lei foi adiada até 2006 devido ao atraso no financiamento. O USDA, os frigoríficos e o varejo têm se oposto à implementação da lei. Estamos aqui hoje para mostrar aos consumidores como a rotulagem pode ser facilmente aplicada para essas carnes e para pedir que os consumidores exijam a implementação desta rotulagem nos alimentos”, disse ele.

“Os consumidores merecem uma verdadeira transparência de todas as agências federais, mas particularmente daquelas que são encarregadas da proteção e segurança na cadeia de alimentos”, disse o diretor executivo da Organização para Mercados Competitivos (Organization for Competitive Markets – OCM), Chase Carter.


No entanto, a campanha sofreu críticas do presidente do Instituo Americano de Carnes (American Meat Institute – AMI), J. Patrick Boyle, por ser anti-comercial. “O novo esforço anunciado pelo CCMP voltado para a rotulagem voluntária do país de origem da carne bovina tem duas coisas certas: é voluntário e os custos do programa são pagos pelos seus defensores. Isso mostra um grande contraste com o programa caro e obrigatório que deverá entrar em efeito em setembro de 2006. Os custos de implementação no primeiro ano do programa estão estimados em US$ 3,9 bilhões, dois terços dos quais serão sustentados pela indústria de carnes vermelhas sozinha”, disse Boyle.

“Entretanto, uma avaliação cuidadosa dos materiais divulgados hoje pelo CCMP, um projeto da COM e da organização Fundo de Ação Legal de Produtores Rurais e Pecuaristas (Ranchers-Cattlemen Action Legal Fund – R-CALF), deixa claro que, apesar do fato de ser voluntário, a campanha é uma iniciativa anti-comercial. Pelos principais acordos de livre comércio, a carne bovina importada pelos EUA precisa ser produzida e inspecionada de acordo com os mesmos padrões que é produzida a carne nos EUA. Somente certas plantas em outros países são certificadas como tendo sua equivalência e somente essas plantas podem exportar aos EUA. Sugerir que o USDA está permitindo carne bovina “barata” e “insegura” dentro dos EUA é evidentemente falso e engana os consumidores”, concluiu Boyle.

Fonte: MeatNews.com, adaptado por Equipe BeefPoint

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