EUA: reconstrução do rebanho e confinamento estratégico de matrizes são parte da solução

Artigo de Stan Smith, Ohio State University (OSU)

O número de bovinos de corte dos Estados Unidos está em seu menor nível em mais de 50 anos. Os preços da carne bovina estão em níveis historicamente altos e a demanda permanece forte, continuando a aumentar nos últimos três anos. Isso soa como uma receita para lucratividade sustentada na indústria pecuária nos próximos anos.

Isto é, até considerarmos a recente seca e o impacto dos fatores relacionados aos custos dos insumos e, especificamente ao custo da ração animal. Ainda, há alguns meses nesta publicação – em meio ao verão mais seco e quente de Ohio em mais de 50 anos – eu sugeri que era hora de adicionar vacas e construir o rebanho. Eu ainda sugiro, especialmente se alguém estiver disposto a olhar para algumas ferramentas de gestão que não necessariamente eram consideradas “tradicionais” no passado.

Agora, você já ouviu ou leu sobre as várias alternativas que existem para “aumentar os alimentos para  animais ou reduzir a necessidade” de forragens limitadas e concentrados caros que temos disponíveis nesse ano em Ohio. De fato, não são as estratégias de manejo que discutimos nesse verão – em Ohio e em todo o pais.  Pense em todas as práticas de manejo que foram discutidas nesse verão, você percebe que elas são simplesmente as coisas que falamos sobre fazer todo ano. Eu não listarei todas elas, mas deixe-me destacar algumas:

Manejo do pasto: deixe algum residual. Essa é a prática de manejo que a OSU Extension discute em toda classe de Manejo de Pastagem que temos. Isso precisa acontecer independentemente do clima! Considere como alimentos alternativos podem substituir as forragens tradicionais que preferiríamos fornecer: esse não é um conceito novo. Se um alimento alternativo, como grãos de destiladores, gluten, farelo de trigo ou até mesmo milho em grão é menos caro do que as forragens e as rações tradicionais, deveria mesmo fazer diferença se estamos em uma seca ou não quando se fala em trabalhar na ração?

Cultive forragens anuais alternativas ou bianuais em qualquer área que esteja disponível a partir de julho até o outono: essa é fácil. Falamos disso todo ano independentemente do clima. Se você precisa ou quer mais alimento para os animais disponível no final do outono, aveia poderia ser plantada nesses campos disponíveis, bem como palha de trigo ou silagem de milho recém colhida. Se você prefere forragem extra próximo à primavera, então plante centeio ou azevém anual nesses campos ainda nesse outono.

Não vou entediar você aqui com todos os exemplos que poderia discutir, mas se você for para o site “Drought 2012” ou no canal do YouTube cujo link está na página da Equipe de Extensão em Carne Bovina da OSU, quase todas as alternativas imagináveis estão listadas.

Cerque-os e os alimente antes que eles – e você pode escolher a resposta para isso – antes que eles comam a forragem residual muito próximo às raízes. Quantas vezes você ouviu a sugestão de tirá-los para um “confinamento” de forma que pudesse preservar a produtividade da pastagem ou simplesmente fornecer mais eficientemente esse ou aquele alimento? Se você se inscreveu para receber a correspondência do Ohio BEEF Cattle que começamos em 1995, ouviu isso todo ano. Durante os anos de seca, como 1998, 2001, 2002, 2005, 2007 e até agora em 2012, ouviu isso várias vezes. Se os pecuaristas de Ohio têm uma situação em que precisam pensar em tirar os animais do pasto e/ou confiná-los cada ano, então talvez seja hora de pensar em preparar instalações onde isso possa se tornar uma prática padrão em algum ponto durante o ano.

Durante anos, acontecimentos mostram que uma vaca pode ser mais eficientemente alimentada e manejada em épocas estratégicas do ano se fosse confinada. O mais evidente neste verão era preservar a vida e a produtividade de um pasto bem manejado durante as condições de seca que tivemos novamente nesse ano. Entretanto, você provavelmente se recorda que também discutimos isso durante o clima recorde em umidade registrado em 2011.

Quantas vezes temos que discutir a perda de feno cada vez mais valioso que permanece no fundo dos distribuidores ineficientes de alimento durante o inverno? Um confinamento nos daria a oportunidade de processar, misturar e fornecer eficientemente o alimento ou até mesmo forragens de alta qualidade, suplementar as rações das vacas com fontes alternativas de energia de menor custo e reduzir o feno total e as áreas de pastagens requeridas para manter uma vaca.

Mesmo em um “verão bom”, poderíamos provavelmente encontrar valor em trazer uma vaca ao confinamento em períodos estratégicos. Talvez a maior razão para confinar os animais em períodos estratégicos é o valor adicional e a produtividade das terras rurais em Ohio que é percebida quando cultivamos algo como milho versus feno ou pastagem. À medida que a terra se torna cada vez mais valiosa para a produção de milho e soja em Ohio, precisamos nos perguntar, “Podemos continuar cultivando menos de 3 toneladas de feno por acre de terra que poderia facilmente produzir 8 toneladas por acre de matéria seca na forma de silagem de milho?”.

Tudo isso tendo sido dito, talvez seja hora de considerar todos os fatores econômicos dessas práticas de manejo e as oportunidades de confinamentos oferecidos em períodos estratégicos. Se é uma boa maneira de manejar as vacas em clima “extremo”, então, é provavelmente uma boa maneira de manejar as vacas durante um clima “normal”. De fato, talvez seja bom o suficiente para podermos até adicionar mais vacas com lucratividade

Fonte: Drovers, traduzido e adaptado pela Equipe BeefPoint.