Reposição Fêmea Nelore – 20-03-2012
20 de março de 2012
Uruguai prepara abates para a cota 620 da UE
21 de março de 2012

EUA: reconstrução do rebanho pressiona confinamentos

Os cálculos do USDA mostram que os confinamentos estão perdendo em média quase US$ 22 por 100 quilos devido às margens negativas que se expandem para as compras de gado desde pelo menos o começo de 2011. Entretanto, os processadores também estão sendo vistos como perdedores, o que dá aos produtores poder de determinação de preços.

Os confinamentos nos Estados Unidos, que não obtiveram lucros devido ao alto preço do gado comprado desde 2010, enfrentarão mais meses no vermelho graças à competição com os criadores, que estão mostrando sinais de reconstrução dos rebanhos, disse o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).

O mercados pecuário está mostrando uma série de sinais de produtores tentando reverter a queda no rebanho bovino norte-americano para seu menor nível em décadas, o que foi acelerado em 2011 pela seca nas planícies do Sul, uma região importante na produção pecuária.

A proporção de animais de cria para abates nos Estados Unidos declinou, o que pode “indicar um fim nos abates de vacas pesadas dos últimos anos e é a fase de liquidação do atual ciclo pecuário”, disse a analisa do USDA, Rachel Johnson.

Além disso, novilhas jovens, classe demandada por criadores e confinadores, obtiveram preços maiores e incomuns em relação aos novilhos do mesmo peso. “Esses prêmios não foram incidentes isolados, sendo responsáveis por diferenças na qualidade e na composição corpórea, podendo ser um sinal de que a retenção de novilhas para reposição do rebanho de vacas está a caminho”.

A tendência de retenção de novilhas “diminuirá a escassez de gado para confinamento, o que é esperado daqui a vários anos, talvez em 2015 ou depois”. Isso ocorrendo em um período em que os preços do boi gordo estão enfrentando pressão pelos menores preços da carne bovina e pelos frigoríficos, que estão lutando para conter perdas.

Os confinamentos deverão ter “margens negativas nos próximos meses”, considerando o preço do boi gordo superiores a US$ 120 por 100 libras (US$ 264,60 por 100 quilos) com o nível de empate na atividade (sem ganhos nem perdas, breakeven) de US$ 130 por 100 libras (US$ 286,60 por 100 quilos), segundo cálculos do USDA. E o breakeven parece só estar aumentando, devendo alcançar US$ 136 por 100 libras (US$ 299,80 por 100 quilos) em maio.

Os cálculos do USDA mostram que os confinamentos estão perdendo em média quase US$ 22 por 100 quilos devido às margens negativas que se expandem para as compras de gado desde pelo menos o começo de 2011. Entretanto, os processadores também estão sendo vistos como perdedores, o que dá aos produtores poder de determinação de preços.

As margens brutas dos frigoríficos sobre o processamento de bovinos estão em metade dos níveis médios, em menos de US$ 50 por cabeça, e bem abaixo dos níveis necessários para cobrir outros custos estimados em cerca de US$ 200 por cabeça. “Isso colocaria os frigoríficos com mais de US$ 100 por cabeça no vermelho desde outubro”, disse a Paragon Economics and Steiner Consulting.

A reportagem é do Agrimoney, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

Os comentários estão encerrados.