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EUA: seca acelera redução do rebanho, e preços elevados são esperados para 2013

O número de gado confinado deu suporte à redução total esperada na oferta per capita de carne bovina de cerca de 3% durante a primeira metade de 2013. Como resultado, os preços do gado terminado deverão continuar aumentando nesse ano e em 2013.

Os impactos da seca de 2012 continuam afetando a indústria de carne bovina dos Estados Unidos, sofrendo as consequências dos altos preços dos alimentos para animais (grãos) e pela grande perda na engorda de gado. No último relatório de gado confinado, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) confirmou que o número de animais confinados caíram em setembro, mesmo após declínios em julho e agosto. Como resultado, o número de animais para engorda está 3% menor.

Esta última seca trouxe ainda mais dificuldades para a indústria de carne bovina. Houve seca em anos anteriores nas Planícies do Sul, que atualmente foram prejudicadas pela seca no meio-oeste em 2012, com previsão de que continuará em 2013. A atividade de cria continua sendo a última que é feita de forma extensiva. Sendo assim, quando a seca reduz a produção da pastagem, os produtores precisam comprar alimento ou abater suas matrizes.

A seca de 2012 começou no leste Cinturão do Milho na primavera e início do verão e migrou para o oeste no final do verão e no outono. Hoje, as condições de seca ainda cobrem 62% dos Estados Unidos, de acordo com o Monitor de Seca do país. As Grandes Planícies da região central se tornaram o epicentro, com Nebraska tendo 95% do estado nas duas piores categorias de seca. Além de Nebraska, seis outros estados têm mais de 50% de sua área nas duas piores categorias de seca: Kansas, Oklahoma, Colorado, Wyoming, South Dakota e Iowa. Esses estados representam 30% do rebanho de corte do país.

Embora algumas importantes áreas de produção de gado de corte tenham conseguido alívio da seca, outras têm previsão desanimadora. Melhores condições de umidade começaram em agosto e continuaram no outono no leste do Cinturão do Milho e no Sudeste. Entretanto, a previsão é que a seca continue e possivelmente se intensifique no inverno na área do país que fica à oeste de Chicago Illinois até Lubbock Texas.

O rebanho de gado de corte provavelmente será dois a três por cento menor no relatório do rebanho de janeiro/2012. As estimativas do meio do ano já refletiram redução de 4% no rebanho nacional e isso antes dos impactos desta seca começarem. As maiores consequências são a redução do rebanho até que a oferta de ração e forragem sejam restauradas. O USDA atualmente registra que 55% das pastagens da nação estão em condições “pobres” ou “muito pobres”, as duas piores categorias.

Resultados negativos para confinamentos continuam com perdas de mais de US$ 200 por cabeça, de acordo com a Universidade do Estado do Kansas. O alto preço dos alimentos para animais, uma pequena safra de bezerros e o excesso de ociosidade em confinamentos contribuíram para essas grandes perdas. A reposição de bezerros em setembro caiu 19% com relação ao ano anterior. Significantemente, esse foi o menor número de gado confinado desde que o USDA começou as atuais séries em 1996. Em julho e agosto, o rebanho confinado já foi menor em 10%.

Como resultado da redução do rebanho confinado nos últimos três meses, o número de animais terminados caiu para 3% abaixo dos níveis do ano anterior em 1o de outubro. O gado confinado terá importante papel no racionamento da escassa oferta de milho. A atual redução de 3% contrasta com somente 1% esperado de redução nos números de animais em engorda nos cálculos de consumo unitário de grãos pelos animais do USDA para 2012/13.

O número de gado confinado deu suporte à redução total esperada na oferta per capita de carne bovina de cerca de 3% durante a primeira metade de 2013. Como resultado, os preços do gado terminado deverão continuar aumentando nesse ano e em 2013. Para o recém completado terceiro trimestre, o preço dos novilhos ficaram em média a US$ 120 por 100 libras (US$ 264,6 por 100 quilos). O preço deverá ficar próximo a US$ 125/100 libras (US$ 275,6 por 100 quilos) para o último trimestre de 2012 e US$ 130/100 libras (US$ 286,6/100 kg) no primeiro trimestre de 2013. Os preços na primavera poderão alcançar um pico de mais de US$ 130/100 libras, com a média do segundo trimestre por volta de US$ 130/100 libras. Os preços recordes do gado poderão ser registrados em 2013, com os preços agora devendo ficar em média a US$ 130, comparado com um recorde esperado nesse ano de quase US$ 122/100 libras (US$ 269/100 kg).

O preço dos bezerros, entretanto, terá recuperação mais lenta, devido ao alto preço dos grãos, que continuará reduzindo o preço dos bezerros até que o preço destes insumos comecem a voltar à média. Essa moderação poderá começar de forma pequena, com preços menores do farelo de soja na primavera de 2013, assumindo uma produção razoável de soja na América do Sul. Mais declínio no custo dos alimentos para animais poderá ocorrer com uma melhor estação de pastagem na primavera e verão de 2013, e um retorno à maiores colheitas de milho e soja no próximo ano nos Estados Unidos. Uma oferta mais abundante de grãos na segunda metade de 2013 poderá resultar em uma recuperação robusta de preços para bezerros e gado para reposição. A expansão do rebanho também deve começar no final de 2013, após aumento da oferta de ração.

A reportagem é da Drovers, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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