EUA: administração de Obama renova foco em exportações de carne à Coreia do Sul
9 de maio de 2011
Independência publica edital de leilão
9 de maio de 2011

EUA: seca e alta nos preços da dieta deverão forçar redução no rebanho

O presidente da Sterling Marketing, John Nalivka, disse que "no ano a partir de agora veremos outro forte declínio no tamanho do rebanho bovino dos Estados Unidos". Sua previsão é baseada no que ele viu nos últimos dados do rebanho do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). "O número de novilhas de reposição reportados no Relatório do Rebanho Bovino de 1 de janeiro suporta a ideia de que, mesmo com os preços muito maiores, existe muito pouco incentivo para a construção de rebanhos".

Os sinais econômicos para expansão do rebanho bovino dos Estados Unidos podem ser vistos claramente nessa primavera com os preços recordes, mas a realidade sugere que 2011 provavelmente será outro ano de liquidação. Os preços recordes do boi gordo no mês passado produziram excelentes lucros aos criadores, mas esses também se depararam com preços excepcionalmente altos para bois e touros selecionados. Esses preços estimularam maior abate de vacas, reduzindo a potencial produção de bezerros no processo. Mais vacas estão sendo direcionadas ao mercado por uma terrível seca que tem afetado o sudoeste do país.

De fato, a seca está se tornando uma das questões mais importantes do ano afetando a agricultura. O mapa de monitoramento da seca dos Estados Unidos mostra mais de um quarto do Texas agora na categoria de seca mais severa. A seca excepcional significa perdas extraordinárias de colheitas e pastos e escassez de água nos reservatórios.

O Texas tem sofrido com temperaturas acima da média e chuvas abaixo da média devido ao padrão climático La Niña desde o verão passado. O Estado teve o período mais seco já registrado em março-abril, e o outubro mais seco registrado desde 1895.

A indústria de carne bovina dos Estados Unidos também pode sofrer os efeitos das recentes enchentes no meio-oeste que ameaçam a colheita de milho do país. Os preços dos grãos já estão significantemente maiores que no ano passado e o prejuízo climático à colheita poderá se somar à volatilidade do mercado.

“As incertezas sobre os preços dos grãos/dieta são uma importante preocupação agora”, disse o economista agrícola de Purdue, Chris Hurt. “Se uma estação normal de produção se desenvolver nesse verão, a expansão do rebanho bovino do país poderá começar no começo de 2012”.

Porém, Hurt vê vários obstáculos para as possibilidades de expansão do rebanho bovino. “Os preços dos bezerros alcancaram níveis recordes recentemente, mas os custos de produção estão tremendamente altos”. Ele disse que com milho a US$ 7, US$ 350 por tonelada de farelo de soja e US$ 170 por tonelada de grãos de destiladores, colocam o custo de produção para bezerros em mais de US$ 160 por 100 libras (US$ 352,74 por 100 quilos).

“Os altos preços da dieta são mais prejudiciais às espécies que usam mais grãos/farelos por libra de peso. Os altos preços da dieta resultam em ofertas menores para todos os produtos de carne, mas um maior impacto negativo é esperado para carne bovina, do que para carne suína e de frango por último. Argumenta-se que a indústria de carne bovina pode ter alguma vantagem por sua capacidade de utilizar forragens. Porém, a terra está escassa agora que os preços da forragem estão quase tão altos (relativamente falando) do que os preços do milho/soja/trigo/algodão/arroz. Sendo assim, então a carne bovina perde essa vantagem”.

O presidente da Sterling Marketing, John Nalivka, concorda com a avaliação de Hurt e disse que “no ano a partir de agora veremos outro forte declínio no tamanho do rebanho bovino dos Estados Unidos”. Sua previsão é baseada no que ele viu nos últimos dados do rebanho do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). “O número de novilhas de reposição reportados no Relatório do Rebanho Bovino de 1 de janeiro suporta a ideia de que, mesmo com os preços muito maiores, existe muito pouco incentivo para a construção de rebanhos”.

Os dados de abates apoiam essas afirmações. “Nós já vimos um aumento de 2% nos abates de novilhas nesse ano durante o primeiro trimestre e um aumento de 2% nas novilhas em engorda em 1 de abril. Essas duas importantes estatísticas – junto com a seca no sudoeste – não fornecem ingredientes para reconstrução do rebanho”. Nalivka também acredita que os produtores estão aproveitando os maiores preços da primavera para “limpar o balanço patrimonial”.

Mesmo se os criadores estivessem inclinados a começar uma fase de expansão, os resultados não seriam visíveis durante algum tempo. “Se começarmos a segurar mais novilhas de reposição, não veríamos mudanças nos números do rebanho até 2014”, disse Nalivka.

A reportagem é do www.cattlenetwork.com, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

Os comentários estão encerrados.