O sequestro de carbono pode ser a forma mais efetiva de reduzir as emissões de carbono da produção de carne bovina dos Estados Unidos, de acordo com um novo relatório da Union of Concerned Scientists (UCS).
O sequestro de carbono pode ser a forma mais efetiva de reduzir as emissões de carbono da produção de carne bovina dos Estados Unidos, de acordo com um novo relatório da Union of Concerned Scientists (UCS).
O relatório “Raising the Steaks: Global Warming and Pasture-Raised Beef Production in the United States” (Produzindo Carnes: Aquecimento Global e Produção de Carne Bovina a Pasto nos Estados Unidos) informou que a produção de carne bovina no país é responsável por cerca de 160 milhões de toneladas de emissões de gases de efeito estufa por ano – mas os produtores que criam gado a pasto podem reduzir suas emissões significantemente armazenando – ou sequestrando – carbono nos solos de pastagens. Isso pode ser obtido usando métodos como prevenção do consumo exagerado de pastagens, aumento da produtividade das pastagens com um mix de culturas e adicionando quantidades adequadas de nutrientes de esterco, culturas e legumes e fertilizantes.
O relatório mostrou que, usando esses métodos, os produtores podem reduzir seus impactos anuais no aquecimento global em até 140 milhões de toneladas, o equivalente a tirar 21 milhões de carros e caminhões leves das ruas.
“Considerando a ameaça que a mudança climática representa, todos os setores de nossa economia – incluindo agricultura – precisam fazer sua parte”, disse o autor do relatório, que é cientista sênior do UCS, Doug Gurian-Sherman. “Existe uma série de caminhos com preço acessível aos produtores de carne, especialmente aqueles que criam gado a pasto, que podem reduzir significantemente seu impacto cortando as emissões e capturando mais carbono no solo”.
Todos os bovinos de corte dos Estados Unidos passam pelo menos os primeiros meses de suas vidas no pasto e, apesar de alguns continuarem no pasto até o abate, a maioria é terminada em operações de confinamento, alimentados com milho e outros grãos. Algumas pesquisas anteriores sugerem que os animais confinados produzem menos emissões do que os criados a pasto, mas os autores desse último relatório sugerem que esses estudos “são baseados em dados que consideram pastagem de baixa qualidade nutricional”.
Além de reduzir as emissões, a melhora na qualidade da dieta dos animais pode também levar a um crescimento mais rápido e à necessidade de menos alimentos, fazendo com que eles vão para o abate mais rápido, reduzindo mais as emissões, disseram os autores.
“O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) também tem um papel aqui. Deve patrocinar mais pesquisas para melhorar a qualidade e a produtividade das pastagens, fornecer incentivos para ajudar os produtores a adotar práticas de manejo de pastagens que afetem menos o clima”.
Estimativas da porcentagem de gases de efeito estufa globais produzidos no ciclo de vida e na cadeia de fornecimento de animais são de até 51% (sugerido pelos ex-especialistas ambientais do Banco Mundial, Robert Goodland e Jeff Anhang), apesar de o dado mais comumente citado ser o da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), que sugere que esse valor é de cerca de 18%.
O relatório completo pode ser acessado no endereço: http://www.ucsusa.org/.
A reportagem é do Foodnavigator-usa.com, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.