A suspensão das exportações de carne bovina industrializada para os Estados Unidos não deve virar o "imbróglio" que se tornou a questão com os europeus. Na avaliação de analistas de mercado, diferente da crise com a União Européia - que exigiu mudanças no sistema de rastreabilidade, com certificação das fazendas - no caso americano, o governo agiu de forma rápida.
A suspensão das exportações de carne bovina industrializada para os Estados Unidos não deve virar o “imbróglio” que se tornou a questão com os europeus. Na avaliação de analistas de mercado, diferente da crise com a União Européia – que exigiu mudanças no sistema de rastreabilidade, com certificação das fazendas – no caso americano, o governo agiu de forma rápida.
Na última sexta-feira, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento divulgou que suspendeu a emissão de certificados sanitários dos frigoríficos exportadores para aquele mercado e irá auditar as unidades. A estimativa é que em três semanas o comércio seja retomado.
O analista Paulo Molinari, da Safras & Mercado, diz que foram as próprias indústrias que pediram a suspensão da emissão dos certificados depois que duas plantas (do IFC e do Friboi) tiveram as exportações canceladas. “Elas queriam ter tempo para se adequar às exigências burocráticas dos Estados Unidos”, diz. De acordo com ele, os Estados Unidos estão solicitando que na documentação conste todos os procedimentos porque passam o produto – o registro da entrada, dos cortes, até a saída.
“A gente nunca pode confiar, mas se for verdade o que o governo disse, as exportações estão suspensas apenas por um mês”, afirma José Vicente Ferraz, diretor da AgraFNP. Ele lembra também que o produto enlatado vale menos que o in natura e o volume comercializado com os Estados Unidos é bem menor que com a União Européia (que respondia por 25% a 30% do total). Portanto, para efeito de resultado na balança comercial, seria pequeno. Ferraz acrescenta que o problema, diferente do europeu, é apenas nas indústrias, não em todo o sistema produtivo.
As informações são de Neila Baldi, da Gazeta Mercantil.