As tendências de consumo de carne bovina nos Estados Unidos sugerem que o fundo arrecadado pelos produtores de carne do país está no caminho certo em seus esforços de promoção da carne, segundo anunciado recentemente pelo Comitê Operacional de Promoção da Carne Bovina do Comitê de Produtores de Carne Bovina (CBB), bem como por conselhos estaduais do setor.
O diretor de avaliação do CBB, Rich Otley, disse que a atitude dos consumidores e as pesquisas comportamentais indicam que os esforços da indústria de carne bovina em promover a imagem de uma carne bovina segura, conveniente e nutritiva estão no caminho certo para o desenvolvimento de uma maior demanda pelo produto.
“É importante pesquisar o assunto para vermos quão bem os programas estão levando aos consumidores o que é importante”, disse o vice-presidente do CBB, Andy Tucker. “Se nossos programas não funcionam, serão primeiramente refletidos nas atitudes dos consumidores. Em que eles acreditam é o que determina a forma como eles irão se comportar”.
“Apesar de não podermos estabelecer uma causa direta e os efeitos relacionados, não é difícil vermos que o que os programas de promoção estão tentando mostrar aos consumidores estão sendo refletidos nas atitudes que os consumidores têm com relação ao nosso produto, bem como na forma como eles reagem à carne bovina. Desde 1998 a demanda por carne bovina vem apresentando tendência de alta. Os fatores envolvidos são aqueles que divulgamos em nossos programas”, disse Otley.
Confiança dos consumidores na carne bovina dos EUA
Falando ao Comitê Operacional de Promoção da Carne Bovina, bem como aos executivos de conselhos estaduais de carne bovina dos EUA, Otley disse que a pesquisa referente à confiança dos consumidores na segurança da carne bovina dos EUA é um exemplo. No começo de 2001 havia preocupação com relação à segurança da carne bovina nos países estrangeiros por causa das descobertas de doenças como a febre aftosa e a encefalopatia espongiforme bovina (EEB). Porém, estas preocupações não se refletem na confiança dos consumidores no que se refere à carne bovina do próprio país, de acordo com novas pesquisas.
No auge da crise da febre aftosa em 2001, a confiança dos consumidores na segurança da carne bovina ficou em torno de 87% e, desde então, aumentou para 89%. “Isto é um sinal de que os esforços feitos através do fundo arrecadado pelos produtores de carne do país estão garantindo aos consumidores que a carne bovina do país é segura”.
Outros dados que sugerem que a indústria está no caminho certo é o aumento no número de pessoas que acreditam que a carne bovina é uma parte importante de uma dieta balanceada. Em outubro de 1999, pesquisas de mercado indicaram que 44% das pessoas concordavam com esta afirmação. Os dados vêm mostrando uma tendência de alta desde então, atingindo seu pico em maio de 2002, com 58% das pessoas concordando com isso, caindo para 52% em julho deste ano.
As pesquisas também mostraram que a maioria das pessoas agora acha que a carne bovina e a carne de aves têm os mesmos benefícios nutricionais e, entre aqueles que não acham, mais pessoas acham que a carne bovina é mais nutritiva que a carne de aves.
De acordo com pesquisas conduzidas de agosto de 1998 a agosto de 2001, mais consumidores classificam as carnes bovinas assadas e os hambúrgueres como de “consistentemente boa qualidade”. Para os assados, a classificação aumentou de 72% para 81%, e para os hambúrgueres, o aumento foi de 54% para 69%.
Otley também apresentou uma pesquisa mostrando que com o auxílio da conscientização, os produtos derivados de carne bovina prontos para aquecer e servir, que o fundo arrecadado pelos produtores de carne tem apoiado e a indústria de carnes tem tornado cada vez mais disponíveis aos consumidores que dispõem de pouco tempo, aumentaram de 43% em outubro de 1999 para 75% em julho de 2002.
“Apesar de nós estarmos satisfeitos com o aumento na consciência com relação aos nossos produtos convenientes, nós ainda estamos significativamente atrasados com relação à carne de aves nesta categoria. No último ano, terminado em primeiro de fevereiro de 2002, a indústria de carne bovina vendeu US$ 105 milhões de produtos prontos para aquecer e servir, enquanto a indústria de carne de aves vendeu US$ 511 milhões”, disse Otley.
No entanto, os gastos dos consumidores com carne bovina estão aumentando em uma taxa mais rápida, de acordo com novas notícias divulgadas. De 1999 a 2001, a carne bovina foi a única carne com a qual o consumidor norte-americano passou a gastar mais.
A campanha promocional financiada pelo fundo arrecadado pelos produtores de carne dos EUA, cujo slogan era “Beef. It’s What’s for Dinner” (Carne bovina. Isto é o que tem para o jantar) também foi bastante conhecida e divulgada, segundo as pesquisas. Cerca de 73% dos consumidores entrevistados disseram que se lembravam do slogan em outubro de 1999 e este dado subiu para 82% em julho de 2002.
Opinião dos consumidores com relação aos produtores está alta
Otley disse também que a opinião dos consumidores com relação aos produtores de carne e os pecuaristas continua alta. Em agosto de 2001, 71% dos consumidores entrevistados disseram que eram muito ou um pouco favoráveis aos produtores e pecuaristas, mais do que os 56% de agosto de 1998.
“Os assuntos que nós estamos cuidando com o fundo arrecadado pelos produtores são aqueles importantes para ambos, para a demanda por carne bovina bem como para os produtores”, disse Tucker. “Com pesquisa, informação e promoção nós estamos tendo um impacto no ambiente comercial para nosso produto. Como produtores nós queremos nos orgulhar do papel que estamos tendo em manter a carne bovina entre os produtos de demanda”.
O programa de geração de um fundo arrecadado pela contribuição dos próprios produtores de carne foi estabelecido como parte da lei agrícola dos EUA em 1985. O programa determina que cada pecuarista destine US$ 1 por cabeça de gado vivo vendido, seja doméstico ou importado, em adição a uma avaliação semelhante feita nas carnes e produtos derivados de carne bovina importados. O Estado retém até 50 centavos de dólar e transfere os outros 50 centavos por cabeça ao Conselho de Pesquisa e Promoção de Carne Bovina, que administra o programa nacional de promoção do produto, que está sujeito à inspeção do Departamento de Agricultura do país (USDA).
Esta contribuição ao fundo se tornou obrigatória quando o programa foi aprovado por 79% dos produtores em 1988, após uma votação popular nacional. Os rendimentos deste fundo podem ser usados para programas de promoção, educação e pesquisa com o objetivo de aprimorar o mercado de comercialização da carne bovina norte-americana.
Fonte: MeatingPlace.com (por Bryan Salvage), adaptado por Equipe BeefPoint