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EUA: universidades criam lobby em busca de investimentos para pesquisa

Os Estados Unidos investem cerca de US$ 1,4 bilhão anualmente para pesquisa agrícola. Em contraste, o Brasil investe US$ 3 bilhões e a China, US$ 45 bilhões.

Os recursos para pesquisa em agropecuária nos Estados Unidos estão diminuindo e está menor do que em outros países, mas um grupo de administradores de universidade estão trabalhando para recuperar o estímulo. Durante o Congresso Internacional de Pecuária em Denver, nos Estados Unidos, o presidente do Departamento de Ciência Animal da Universidade do Texas A&M, H. Russell Cross, levantou a questão e descreveu uma nova organização de lobby: a Associação Nacional para Avanço da Ciência Animal.

Entre suas atuações anteriores, Cross foi administrador do Serviço de Inspeção e Segurança Alimentar (FSIS) do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), na época dos presidentes Bush e Clinton. Em sua apresentação, ele citou uma série de tendências preocupantes. A agricultura global precisará quase dobrar seu nível de produção de alimentos nos próximos 40 anos para suprir a demanda da crescente população e cerca de 70% deste aumento precisará vir por avanços em tecnologia, uma vez que os recursos de terras aráveis e outros são limitados.

A ciência ajudou a indústria de carne bovina a responder e resolver problemas como encefalopatia espongiforme bovina (EEB), E. Coli (O157:H7), resistência a drogas e outros. Porém, com mais desafios no horizonte, os departamentos de ciência animal podem não ter recursos para gerar dados para influenciar decisões políticas embasadas.

Na maioria das universidades Land Grant, o Estado fornece menos de 20% do financiamento para pesquisa em ciência animal. Em alguns estados, o nível é de menos de 10%. No setor privado, as companhias de saúde animal investem 25 a 35% de seus lucros em pesquisa em desenvolvimento. As companhias de commodities investem menos de 0,5%.

A agropecuária contribui com valores importantes para a economia dos Estados Unidos, mas o financiamento de pesquisas é mais direcionado à agricultura. O alimento produuzido contribui com cerca de 60% da receita agrícola, mas a pesquisa animal recebe 29% do financiamento federal comparado com 71% da pesquisa em agricultura.

Os Estados Unidos investem cerca de US$ 1,4 bilhão anualmente para pesquisa agrícola. Em contraste, o Brasil investe US$ 3 bilhões e a China, US$ 45 bilhões. Cross disse que seu departamento na Texas A&M está contente por ter sua unidade própria de sequenciamento de genes de cerca de US$ 1 milhão. Uma instituição na China, entretanto, tem 500 dessas unidades em um prédio. Entre US$ 262 milhões em concessões competitivas do USDA, somente US$ 22 milhões vão para pesquisa em alimentos de origem animal.

Trinta dos 31 departamentos de ciência animal reduziram seus rebanhos de corte nos últimos anos e a maioria reduziu toda sua faculdade. Se essa tendência continuar, os Estados Unidos poderão ter uma redução de 30% no número de universidades com departamentos de ciência animal dentro dos próximos 10 anos. Cross disse que se preocupa com a segurança alimentar, com o excesso de regulamentação que não tem embasamento científico e com a redução dos estudantes de ciência animal e os cortes em pesquisa de ponta.

Até agora, não existe uma organização dedicada a fazer lobby com o Congresso para obter financiamento em pesquisa com alimentos de origem animal. Em resposta a esses desafios, o departamento de ciência animal formado por 12 universidades Land Grant formou a Associação Nacional para Avanço em Ciência Animal. Cross espera que o número de membros das universidades cresça para 30 dentro do próximo mês.

A reportagem é da Drovers, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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