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EUA: USMEF discute rastreabilidade durante encontro anual

A rastreabilidade está se tornando rapidamente um tópico chave discutido no mundo todo, segundo informaram os diretores da Federação de Exportação de Carnes dos Estados Unidos (USMEF) durante a reunião anual de diretores que ocorreu na semana passada, em Long Beach, Califórnia.

O vice-presidente de serviços de exportação da USMEF, Paul Clayton, explicou que a rastreabilidade é a capacidade de identificar um produto alimentício com seu produtor e rastrear suas transformações, da origem até a venda. Dois assuntos primários estão em jogo para os exportadores norte-americanos, segundo Clayton. O primeiro deles é a significante demanda de mercado dos consumidores de todo o mundo que aprimorou a rastreabilidade das carnes e o segundo é como os exportadores podem se beneficiar fornecendo programas confiáveis de rastreabilidade.

Os exportadores de carne dos EUA podem obter várias metas positivas através de uma grande anuência voluntária a um programa de rastreabilidade, incluindo: controle da saúde animal, aumento da capacidade de gerenciamento da segurança dos alimentos, melhoria no cumprimento dos requerimentos de importação dos outros países e um grande aumento na confiança dos consumidores. Os produtores dos Estados Unidos que podem se adequar à implementação de um sistema confiável de rastreabilidade estão provavelmente mais aptos a cumprir com sucesso as regulamentações de importação exigidas por alguns países, enquanto criam impressões favoráveis de marketing entre os consumidores.

Pesquisas mostraram que os consumidores estão demandando garantias de segurança dos alimentos, especialmente depois dos recentes incidentes como o escândalo da rotulagem falsa de carnes no Japão. A grande queda gerada nas vendas de carne bovina devido à perda de confiança por parte dos consumidores ilustra como o perigo é grande, segundo Clayton.

“Um estudo feito entre os consumidores do Japão em maio de 2002 mostrou que 78% dos consumidores japoneses não confiam nas informações presentes nos rótulos dos alimentos e 92% deles lêem rótulos antes de comprar o produto. O Japão precisa de um sistema de rastreabilidade logo. Os países fornecedores que conseguirem retomar adequadamente a confiança dos consumidores nos mercados mundiais com relação a seus produtos ganharão a maior parcela deste mercado rapidamente”.

Clayton comparou o sistema de rastreabilidade a uma rede para ajudar os membros do USMEF a entender melhor os aspectos chave e o nível de detalhes de vários programas que estão sendo desenvolvidos no mundo todo. A atual implementação por parte dos produtores da Austrália e da América do Sul vem melhorando a confiança na rastreabilidade e auxiliando no marketing de sistemas de gerenciamento de segurança dos alimentos e de prevenção de doenças animais.

Clayton citou informações da Universidade de Kansas que indicaram que, para os consumidores, a rastreabilidade é parte de um pacote de proteção que eles esperam quando vão comprar um produto. Os consumidores esperam que os produtos nocivos à saúde sejam removidos de sua cadeia de fornecimento e que ocorra identificação e isolamento dos produtos contaminados.

Os programas de rastreabilidade dos EUA também precisam adequar os exportadores do país às barreiras técnicas que outros países instituíram para equilibrar a redução nas restrições tarifárias. Estudos mostram que as barreiras técnicas de importação e as medidas antidumping aumentaram 40 vezes nos últimos 10 anos. Os programas de rastreabilidade podem ajudar os produtores dos EUA a agir contra estas restrições às suas exportações.

A Organização Mundial do Comércio (OMC) requer que as medidas de rastreabilidade sejam justificadas cientificamente e que utilizem os mesmos padrões aplicados domesticamente naqueles países em particular. O aumento da confiança na indústria de carnes dos EUA pode ajudar a garantir que a padronização internacional se torne um elemento chave na batalha contra as injustas restrições comerciais.

Atualmente as exportações são responsáveis por cerca de 13,4% da produção de carne bovina dos EUA e mais de 9,9% da produção de carne suína do país, em uma base de peso vendido no atacado.

Fonte: Federação de Exportação de Carnes dos EUA (USMEF), adaptado por Equipe BeefPoint

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