Um estudo da Universidade de Kansas sobre o efeito econômico da doença da “vaca louca” na indústria de carne dos Estados Unidos mostra que os preços médios da carne em lata no atacado em 2004 estavam de 12 a 17 cents/libra menores do que estariam se a doença não tivesse sido detectada no país.
O estudo, divulgado recentemente, traz uma avaliação sobre os efeitos econômicos da perda de mercados de exportação e das mudanças nas políticas de compra de rebanhos e processamento dos mesmos.
Como resultado, os pesquisadores estimaram que as perdas totais do setor ficaram entre US$ 3,2 bilhões e US$ 4,7 bilhões no ano passado.
Os economistas destacaram que as exportações de carnes bovinas foram avaliadas em US$ 3,95 bilhões em 2003, correspondendo a 9,6% da produção de carnes dos Estados Unidos. Poucos dias depois da descoberta do caso de “vaca louca” em Washington, 53 países proibiram as importações de rebanhos e carne bovina norte-americano. Entre eles estavam o Japão, México, Coréia do Sul e Canadá.
Segundo a pesquisa, os cinco maiores mercados dos EUA em 2003 foram o Japão, com 35% dos valores exportados, México com 23%, Coréia do Sul com 21%, Canadá com 9% e Hong Kong com 2%. Em 2004, muitos mercados reabriram suas portas aos produtos norte-americanos, entre eles o México e o Canadá, mas o volume declinou 82% no ano passado contra 2003. O Japão e a Coréia do Sul ainda não voltaram a comprar a carne bovina.
Se os EUA tivessem recuperado o acesso a esses dois importantes mercados e tivessem exportado a mesma porcentagem da produção total do país para eles em 2004 assim como foi em 2003, a receita por cabeça teria crescido entre US$ 45 e US$ 66 para todo animal abatido no país, projeta a pesquisa.
Outra grave conseqüência para o setor foi o declínio dos preços locais, em função do aumento da quantidade disponível no mercado interno com a redução das exportações.
Fonte: Estadão/Agronegócios (por Alexandre Rodrigues), adaptado por Equipe BeefPoint