A ausência da Argentina no mercado europeu dificilmente levará a aumento de preços importantes para a carne uruguaia como aconteceu em 2007. Na Itália, Espanha e, principalmente, Ilhas Canárias, que é o grande mercado para a carne bovina uruguaia, os importadores europeus buscam baixar o preço dos cortes Hilton uruguaios e estão oferecendo aos frigoríficos que participam da Feira Alimentar de Barcelona os mesmos valores que pagaram durante o verão passado.
A ausência da Argentina no mercado europeu dificilmente levará a aumento de preços importantes para a carne uruguaia como aconteceu em 2007. Na Itália, Espanha e, principalmente, Ilhas Canárias, que é o grande mercado para a carne bovina uruguaia, os importadores europeus buscam baixar o preço dos cortes Hilton uruguaios e estão oferecendo aos frigoríficos que participam da Feira Alimentar de Barcelona os mesmos valores que pagaram durante o verão passado.
“Quando os operadores europeus vão cotar os cortes Hilton uruguaios oferecem preços abaixo dos valores do argentino e alguns dos operadores decidem não vender”, disse o executivo do grupo Marfrig, que opera cinco plantas no Uruguai, Marcelo Secco. Para ele, “não se pode competir com um monstro que não existe (praticamente, a Argentina não está no mercado) e, por mais que tentem baixar os preços da carne uruguaia, a única mercadoria com a qual podem contar os importadores é a nossa”.
Com esse critério, os industriais uruguaios se mantiveram firmes e tentam melhorar sua posição negociadora, cuidam dos clientes, porque a União Europeia (UE) é vital para os cortes de alto valor, mas fazem com que se respeite o prestígio e a qualidade da carne uruguaia.
Contrariamente ao que se possa pensar, analisando a tendência do mercado europeu em 2007, quando a Argentina restringiu suas exportações, Secco considerou que a atual ausência desse grande exportador “dificilmente levará a um aumento importante de preços para os cortes uruguaios”. Por outro lado, o Uruguai está jogando com outra estrutura de mercados e, basicamente, é a Rússia que permite, em alguns cortes, obter melhores valores, mas, para os de alto valor, o principal destino é a UE.
“Isso faz com que se deva manejar o mercado com cuidado e fazer com que os operadores do Uruguai vejam que precisam vender sua carne. O consumo está cauteloso e, após a crise econômica, os importadores estão temerosos”, disse Secco. Para o Uruguai, “a situação é boa. É necessário usar o momento o melhor possível e entender que a realidade vem de ajustes em toda a UE. Hoje, os operadores usam o momento para baixar um pouco a temperatura do mercado”.
A reportagem é do El País Digital, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.