Os veterinários europeus avaliaram que a criação do gado e a produção de carne no país continuam fora dos padrões exigidos por eles. A conclusão foi apresentada aos deputados do Parlamento da UE, que agora pedem que um embargo seja imposto sobre o produto brasileiro.
Os veterinários europeus avaliaram que a criação do gado e a produção de carne no país continuam fora dos padrões exigidos por eles. A conclusão foi apresentada aos deputados do Parlamento da UE, que agora pedem que um embargo seja imposto sobre o produto brasileiro.
O Brasil é o maior exportador de carne para a Europa, com 270 mil toneladas vendidas por ano, informou reportagem do Jornal do Comércio/RS.
Na reunião com o comitê agrícola do Parlamento Europeu, os veterinários alertaram para dois problemas principais: o registro através de brincos, que só é feito entre 30 e 90 dias antes de o gado ser abatido, indicando a falta de rastreamento dos animais desde a origem, e o uso de medicamentos não aprovados pela Europa.
Entretanto, o diretor-executivo do Sindicato das Indústrias de Carne e Derivados do Rio Grande do Sul (Sicadergs), Zilmar Moussale, contestou a crítica. Segundo ele, os dados de rastreabilidade devem mesmo entrar no sistema 90 dias antes do abate dos animais. “Isso é uma questão aprovada pela União Européia, até que entre em vigor a rastreabilidade desde o nascimento do gado, processo que ainda não tem data para iniciar”, lembrou, achando que isso não é motivo suficiente para um embargo.
Em Bruxelas, as autoridades explicaram que para um embargo ser colocado sobre a carne brasileira, os veterinários terão de apresentar o relatório final sobre o Brasil aos ministros dos 27 países do bloco.
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Senhores: eles são compradores, compram o que querem o que é preciso entender é que produzir alimento para abastecimento público é complicado e tem regra não adianta tapear.
Sou autor de um programa de identificação, certificação e rastreamento de bovino e bubalino, é um programa como qualquer outro que para utilização é preciso conhecimento operacional. Sendo assim não é um treinamento de 4 horas que o certificador consegue operar. O sistema criado por mim requer no mínimo 40 horas de treinamento para uma equipe do certificadores, porém o sistema rastreia o animal do nascimento até a gôndola do supermercado. É só o interessado querer.
O que está acontecendo é uma brincadeira de mau gosto com o sistema produtivo, do qual também fazia parte.
Enquanto nós como produtores rurais continuarmos vendo nossos vizinhos de propriedades fazendo tudo o contrário do que seria uma rastreabilidade aceitável pelos países compradores de nossa produção e ficarmos omissos, vamos ter a certeza que sempre vamos ser taxados de produtores de gado de baixo padrão.
Mas como de baixo padrão ? Simplesmente por vermos produtores sempre querendo dar um jeitinho de colocar brincos em seus animais e não de rastrearem seus animais.
Isto se tratando de um rebanho do tamanho que é o brasileiro e da qualidade do mesmo, pode se dizer que é um suicídio. Acho que teríamos todos de conscientizarmos estes produtores espertos e certificadoras (do jeitinho) que eles cada dia que passa jogam para mais longe nossa oportunidade de ter o nosso devido respeito pelos frigoríficos e países exportadores, podendo até então quem sabe um dia mandarmos no que é nosso.
Mas por enquanto, temos de dar os parabéns a estes produtores e colocadores de brincos pelo estrago que estão fazendo em nossa cadeia produtiva. “É mais fácil ficar reclamando dos impostos que pagamos e das atitudes de certos políticos, doque exigir mais retorno dos mesmos”
Também acredito que quando tivermos um produto que atenda todas as exigências dos países compradores, teremos muito mais forças para brigar por preços melhores pelo que estaremos lhes oferecendo. Acho que esta na hora de quem esta atrapalhando nosso sistema produtivo pecuário, mude de atividade. Talvez a cana quem sabe?
E não é por menos pois quando chegamos em currais dos frigoríficos vemos, boi com orelhas sangrando, rasgadas, ou seja acabaram de colocar os brincos, é normal em todos os lugares que abate bovinos já é de praxe. Tem mais, se compra brincos para ser abatidos na hora e se transfere no mesmo dia que rastreamento é esse, é por essa e outras mazelas que somos penalizados, achamos que somos espertos para passar por cima dos nossos parceiros, virou até meio de vida vender brincos pronto para abate, cade a fiscalização. Se procurar e auditar certas certificadoras veremos que o problema é serio fica um alerta para a Acerta, não adianta trabalhar certo se tem alguém levando o lucro com trabalho sujo.
De fato ainda temos muito a fazer para oferecer as garantias necessárias a manutenção de nossa liderança no comércio mundial de carne. Porém não podemos negar que estamos nesta direção, ainda que a um ritmo muito lento.
O fato é que não podemos nos expor desnecessariamente a qualquer risco de bloqueio comercial. Isto implica em atendermos as crescentes exigências dos mercados compradores.
Contudo falar que as exigências impostas são as mesmas que eles estabelecem aos seus produtores é algo bastante questionável.
Quem conhece a realidade dos abatedouros europeus? Não há como comparar com as condições de higiene brasileiras. Quem conhece as condições de um confinamento europeu? Não há como comparar o bem-estar animal de lá com a nossa realidade.
Porém, não somos nós a comprar os animais deles e sim o inverso. E o cliente sempre tem razão.
O Brasil é reconhecido lá fora não pela qualidade de seus produtos e sim pela competividade de seus preços. Não adianta chegar na Europa e querer empurrar carne dura para aquela população envelhecida e com problemas dentários que eles vão refugar! Quando o Brasil acordar para o fato de que devemos atender as exigências dos consumidores e não a de quebrar paradigmas, tais como carne dura = sabor; animal mais velho à pasto = saúde com sabor, quem sabe poderemos recuperar mercados que já foram perdidos.
Vão rebater dizendo que aumentamos as exportações de carne, mas para quem e que tipo de carne? Carnes de terceira e quarta para países de terceiro e quarto mundo. Na verdade produtos ou melhor, refugo que nem o mercado interno absorve.
Quando nosso Governo começar a dar exemplos melhores, creio que os produtores assim o farão, começarão a realmente vacinar seus animais, começarão à recolher e registrar os dados de suas propriedades e animais, começarão a declarar a quantidade real de seus animais e começarão a pagar os valores reais de imposto.
Agora será que os produtores tem interesse? Será que a situação atual do Sisbov não se deva à interesses terceiros que não cogitam em ter suas fazendas auditáveis?
Para os geneticistas, tentem produzir uma pelagem camuflada tipo exército, pois dizem que a Receita Federal, além do Sisbov, vai usar o Google earth e ver os animais da propriedade, vocês vão ficar milionários!
Lá em Minas dizem que só há dois jeitos de se fazerem as coisas: o jeito fácil e o jeito certo.
Este aviso não é novidade. Na edição de julho de 2005 a revista DBO publicou um artigo sobre o Sisbov quando se falava em identificação por lotes. Nesta matéria tem uma carta com trechos do discurso de Michael Scannel, Técnico da DG-Sanco, Direção Geral de Saúde e Proteção do Consumidor da União Européia. Na Época já ameaçavam de embargar a carne brasileira por termos um sistema de rastreabilidade falho e omisso.
Os focos de aftosa em MS em outubro de 2005 ofuscaram o problema do Sisbov. Agora o negócio é para valer, ou implementamos um sistema de certificação e rastreabilidade sério e rigoroso ou o embargo vai terminar ocorrendo. Quem vai ganhar com isso é o consumidor brasileiro, que vai ter a disposição carne mais barata! Muitos pecuaristas acham que pior do que está não dá para ficar, mas se não abrirem os olhos, pode ficar muito pior.
É muito bonito falar em rastreabilidade, porém são muito poucas as pessoas que conhecem na prática, dentro do curral, pegar na orelha do boi Nelore de 18@ não é como digitar num computador. Tem que acabar com rastreamento individual, e rastrear somente a fazenda e sem burrocracia.
As boiadas que eu compro com brinco eu tenho que arrancar porque a maioria dos brincos se perdem. Comprador com muita exigência tem que pagar bem. Ja tive a oportunidade de ver nas casas de carnes da Europa o contra filé de 18 a 20 euros e o filé mignom de 25 a 28 euros o kg, e a maior importação da Europa é do Brasil.
Fico pensando como seria a Europa sem a nossa carne. Os frigoríficos já conquistaram outros mercados e não devemos nos sujeitar as exigências que não se encaixa na prática da porteira para dentro.