Líderes de produtores rurais da União Europeia (UE) e uniões de cooperativas alertaram na semana passada que os planos de reforma da Política Agrícola Comum (PAC) depois de 2013 ameaçam a capacidade dos produtores rurais europeus de competir e não ajudarão os consumidores.
Líderes de produtores rurais da União Europeia (UE) e uniões de cooperativas alertaram na semana passada que os planos de reforma da Política Agrícola Comum (PAC) depois de 2013 ameaçam a capacidade dos produtores rurais europeus de competir e não ajudarão os consumidores.
“Esses planos de reforma significarão menores rendimentos rurais na Europa e isso não fará nada para garantir a sustentabilidade da produção de alimentos de alta qualidade na Europa”, disse o presidente irlandês do Comitê de Organizações Agrícolas Profissionais (COPA), Padraig Walshe.
“Os produtores já estão perdendo participações de mercado porque cumprem com os maiores padrões do mundo para garantir rastreabilidade dos alimentos, proteção ambiental e bem-estar animal. Eles têm custos muito maiores do que seus competidores de países de fora da UE. É um pouco curioso que o número de produtores rurais na UE tenha caído em 25% na última década e que os produtores sejam tão fortemente dependentes do suporte da PAC para seu rendimento”.
Walshe também criticou os planos da UE de liberação do comércio com a América Latina. “Esses países usam promotores de crescimento em sua produção de carnes mesmo eles sendo proibidos na UE. Eles têm pouco controle de antibióticos e produzem com benefícios de tecnologia (modificação genética). Um acordo comercial induziria a métodos mais intensivos de produção rural e desmatamento em países do Mercosul, como mostrado em um relatório de avaliação dos impactos, contradizendo, dessa forma, o objetivo de agricultura sustentável da UE”.
“Os únicos beneficiários desses acordos comerciais são as companhias internacionais comerciais como Cargill e ADM”. Na questão do meio-ambiente, Walshe disse que existem muitos incentivos reais para produtores se responsabilizarem pelo trabalho e sustentarem os custos, o que significaria um aumento no atual orçamento da PAC.
O presidente da Confederação Geral de Cooperativas Agrícolas (COGECA), Paolo Bruni, disse que os planos têm falta de medidas concretas necessárias para fortalecer a posição dos produtores e de cooperativas da UE na cadeia de alimentos e garantir que eles obtenham uma participação mais justa no preço do varejo.
Walshe e Bruni responderam a questões sobre as ideias da Comissão de instituir um teto nos pagamentos de subsídios para os produtores maiores dizendo que eles não apoiam isso e que qualquer limitação nos pagamentos aos produtores de acordo com o tamanho da fazenda funcionará contra o aumento da eficiência na produção agrícola na Europa.
A reportagem é do MeatingPlace.com, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.
0 Comments
Nenhuma novidade no discurso protecionista.
A Europa é o paraíso do bem estar. É “trabalhador” que vive às custas do seguro desemprego por até 10 anos. É produtor rural que ganha mais em subsídio do que com a venda de seus produtos. Essa mamata está acabando, os países não suportam mais tamanho desperdício de dinheiro público. Vejam quantos países estão em crise financeira no continente europeu. Se os produtores rurais europeus quebrarem, os preços dos alimentos fatalmente subirão, proporcionando uma boa rentabilidade ao produtor no resto do mundo, que consequentemente aumentarão sua produção, na Europa, Africa, América do Sul, América do Norte, nos quatro cantos do mundo, até o mercado atingir equílibrio novamente. Penso que esta chegando o momento de respeitar quem produz, pagando-lhe o justo valor pelo que produz. É doloroso ver um produtor vender um saco de milho de 60 kg pelo equivalente a 7 minutos de ligação telefônica local, por exemplo, ou por 5 litros de gasolina.