Se fontes do setor agropecuário estiverem certas, de que nunca houve limite imposto de fazendas certificadas para exportar, o Brasil não poderá entrar com recurso na Organização Mundial de Comércio (OMC) contra o embargo da União Européia (UE).
Se fontes do setor agropecuário estiverem certas, de que nunca houve limite imposto de fazendas certificadas para exportar, o Brasil não poderá entrar com recurso na Organização Mundial de Comércio (OMC) contra o embargo da União Européia (UE).
“Não existe formalmente esta exigência”, garantiu o presidente da Câmara Setorial da Carne Bovina de São Paulo, Constantino Ajimasto Júnior. Segundo ele, na visita do ano passado, os técnicos da União Européia teriam dito que não acreditavam que o país pudesse auditar nem 3% das propriedades que estavam no Sisbov, ou seja, 300 fazendas. “O que eles falaram é que as fazendas têm que ser auditadas, de acordo com o Sisbov, e que a capacidade de auditar do Brasil é baixa”, confirmou o presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), Pedro de Camargo Neto.
Segundo ele, por não acreditar nem em 300, a UE reagiu a uma lista de 2,6 mil fazendas, uma vez que foi feita em menos de 30 dias e, toda vez que as equipes do bloco estiveram no país detectaram erros nos sistemas produtivo e de rastreabilidade. As informações são de Neila Baldi, da Gazeta Mercantil.
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Tá começando a clarear.
Aos poucos a verdade vai aparecendo, pelo menos este artigo está traduzindo a realidade do que acontece e ai sim podemos concluir que a nossa fragilidade coloca-nos sempre em cheque e o pior ainda, é ficarmos questionando sobre as imposições dos europeus.
Já deveríamos ter criado uma assossiação para cuidar de tudo isto, sem a dependência do governo, pois o mesmo está sempre desacreditado, tanto no mercado interno como no externo e assim estamos sempre sendo surpreendidos da noite para o dia com notícias desta natureza, que acaba nos deixando em condições sempre inseguras e incertas.
Será que esses erros todos do governo Lula não é uma estratégia para sobrar carne no país para alimentar o falecido programa Fome Zero? Já estamos importando trigo, feijão e arroz, barateando a carne esconde essas faltas dos produtos básicos dos seus eleitores.
E o pior é que eles tem razão, nós não somos capazes de auditar as fazendas como deveríamos. Não estou querendo defender a UE, é só uma constatação. A culpa de tudo isso que está acontecendo é de quem prometeu aos europeus, coisas que sabidamente não seriam possíveis de ser cumpridas, ao menos em curto prazo.
Abraços.
Jeitinho brasileiro e União Europeia (UE).
Com certeza essas duas coisas não combinam; de um lado os prazos, as missões, as exigências sanitárias, da UE e do outro um sistema de rastreabilidade desorganizado, um setor frigorífico irresponsável e uma classe produtora desunida.
Não podia dar em nada, tanto é que nem se passaram trinta dias do prazo inicial do novo sisbov, para tudo desabar.
Eu, e muitos pecuaristas que saíram na frente (a minha propriedade é ERAS desde junho 2007) nos sentimos desiludidos com esta situação. O esforço para nos adequar as novas exigências do sisbov não está sendo reconhecido, e eu acho que a responsabilidade cabe aos três setores envolvidos, ou seja:
governo, indústria frigorífica e classe produtora.
O governo ao introduzir o sisbov a mais de cinco anos não o fez de maneira clara e eficaz. Entre vários problemas burocráticos, vale ressaltar:
O fato do sisbov estar vinculado ao NIRF, prejudica os arrendatários que dependem da boa vontade dos proprietários.
Outro ponto é a falta de sequência dos números atribuídos aos animais de uma mesma fazenda. Por exemplo um pedido meu de 1000 brincos começou com o número 980600 até 981600; Alguns meses depois um outro pedido veio com o número 645600 até 646600; Essa falta de sequência dificulta, e muito o manejo na fazenda.
Os frigoríficos pelo fato de não remunerarem justamente quem já aderiu ao novo sistema, não incentiva a adesão de novos produtores.
Já que pelo novo sistema, o ERAS deve estar com 100% dos animais rastreados, será que o frigorífico não desconfia de certos lotes que chegam com brincos limpos e rigorosamente na sequência!
Os gringos desconfiaram da lista de 2600 fazendas aprovadas pelo ministério em menos de um mês!
Por fim nós produtores, também temos que nos conscientizar que mesmo se a tarefa de rastrear não é fácil, ela é perfeitamente possível e com muito trabalho podemos agregar este importante valor a nosso excelente produto.
Só que não podemos nos iludir, depois desta falha com certeza o prazo para que a UE volte a consumir nossa carne, será um pouco longo.
Isso demonstra a tragicômica administração do Mapa, reforçada pela declaração do Sr. Ministro dando conta de que reconhece que os frigoríficos venderam à UE carne de animais não rastreados.
Isso é o fim da picada! É a pior praga do agronegócio: a administração pública!
Parece-me que o Sr Constantino Ajimasto é o único que sabe o que esta dizendo. Tantos comentários absurdos ou descuidados só pioram a imagem do pecuarista e da sanidade do rebanho. Assim, até os brasileiros vão ficar com medo de comer carne.
Gostaria que alguém me esclarecesse, qualquer comentário, de qualquer técnico europeu, que passa por aqui, tem força de lei?
Será que não está na hora de por para correr, Ministro e técnicos do MAPA, estes sim os culpados por aceitar exigências absurdas, descabidas e impertinentes, que parecem nem ser oficializadas pela UE, mas simples comentários de quaisquer “técnicos”, a serviço sim de imposição de barreiras comerciais?
Quanto estarão “recebendo por fora” nossos técnicos e autoridades para aceitarem e colaborarem com essa palhaçada perigosa?