O Comitê das Organizações Agrárias e Cooperativas (Copa-Cogeca) da União Européia (UE) está preocupado com as conversações entre o bloco europeu e os países do Mercado Comum do Sul (Mercosul). O comitê informou ontem que as concessões aos países sul-americanos são consideradas como uma ameaça à agricultura do bloco econômico.
Esta organização ressalta, em um relatório, que os países deste bloco, Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, têm uma produtividade agrícola elevada, com requisitos inferiores aos exigidos dentro da União Européia, motivo pelo qual podem prejudicar certos setores agrícolas e alguns criadores de gado europeus.
Segundo o estudo do Copa-Cogeca, atualmente 50% das exportações dos países do Mercosul para as nações da União Européia são de produtos agrícolas, 60% delas estão isentas de tarifação, o que comprova que a UE não é nenhuma fortaleza contra as importações, afirma.
O Copa-Cogeca considera, além disso, que a agricultura européia está em um período de mudanças, devido à reforma da Política Agrícola Comum (PAC) e à ampliação do número de países membros, razão pela qual é importante não introduzir novas mudanças que possam desestabilizar os produtores europeus.
O relatório destaca que o Brasil e a Argentina são alguns dos operadores comerciais mais potentes do mundo e que se tiverem um acesso preferencial, como parte de um acordo bilateral, afetarão negativamente as exportações dos países europeus em desenvolvimento.
Fonte: Gazeta Mercantil, adaptado por Equipe BeefPoint
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O maior problema do bloco europeu é que a PAC, a partir de 2005 estimulará a “não produção”, através de subsídios baseados na média das quotas recebidas nos últimos três anos, então, o proprietário que recebeu 100 quotas de milho, por exemplo, durante os últimos três anos, a partir de 2005, ele não precisará produzir para receber as mesmas 100 quotas, o que fará com que Bruxelas tenha o mesmo custo, mas não o produto.
Essa política, provavelmente, fará com que aqueles que continuarão produzindo, tenham maior dificuldade de colocar seus produtos no mercado, pois, já hoje, eles não têm como competir preços.
Acredito que a UE esteja tornando-se, cada vez mais, dependente de produtos agrícolas importados, o que está fazendo com que, gradativamente, diminua a importância desse setor, que em 2003, recebeu 50% do orçamento da UE como subsídio e retornou com apenas 2-3% do PIB da UE.