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Evento na CNA aborda custos da pecuária de corte e de leite e competitividade de mercado

Foto: CNA.

Os custos de produção da pecuária de leite e de corte e a competitividade dessas cadeias no mercado global foram abordados durante o evento “Benchmark Agro – Custos Agropecuários 2025”, na quarta (29).

O encontro foi promovido pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em Brasília, e contou com a presença de especialistas nacionais e internacionais, produtores rurais, representantes do Sistema CNA/Senar e de entidades do setor.

Leite – No painel “Conexão Global: Custos da Pecuária de Leite e Competitividade no Mercado”, especialistas apresentaram análises sobre o cenário mundial do leite, além de oportunidades e gargalos que influenciam o desempenho do Brasil no mercado internacional.

O head de Vendas e Desenvolvimento de Negócios, Philipp Goetz, destacou as tendências globais que devem redefinir o setor até 2035. Ele apontou que Europa, Estados Unidos e Oceania continuarão dominando as exportações, mas a América Latina tende a reduzir seus déficits e fortalecer sua posição.

O coordenador do Núcleo de Gestão Leite da Rehagro, Vitor Barros, falou sobre a importância do uso de dados para a tomada de decisão.

Já o gerente de Grandes Projetos da DeLaval, Guilherme Corrêa, abordou os principais desafios estruturais da cadeia, como a escassez de mão de obra qualificada, a falta de sucessão familiar e a necessidade de fortalecer a gestão técnica e financeira das propriedades.

“A pecuária de leite é uma das atividades mais complexas do agronegócio e exige excelência técnica e dedicação total. A modernização é indispensável, mas precisa estar alinhada ao fluxo de caixa de cada produtor. Quem não acompanhar essa evolução provavelmente deixará o setor”, alertou.

Carne bovina – O painel seguinte discutiu o mesmo tema voltado para a pecuária de corte. O coordenador de Produção Animal da CNA, João Paulo Franco, foi o moderador do debate, que teve como destaque os custos da atividade, preços globais por animal, sistemas de produção, tendências globais da carne bovina, entre outros temas.

O coordenador da rede Agribenckmark, Claus Deblitz, pontuou que o Brasil apresenta um dos menores custos de produção da atividade, quando comparado com outros países produtores, e ainda se destaca como potencial de crescimento de produtividade. “O Brasil tem boa equivalência de custo e produção”.

Em relação ao cenário global, Claus disse que os preços da carne bovina e do gado evoluíram de forma positiva recentemente, com redução de custo. Além disso, a rentabilidade tem sido bastante variável, pois os fatores determinantes não são apenas o preço, mas também a compra de animais e a ração. “A rentabilidade da criação de gado está estável ou em queda, com poucas exceções e dependendo dos preços dos bezerros desmamados”.

O pesquisador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), Thiago Bernardino, apresentou uma análise dos sistemas de produção acompanhados pelo projeto Campo Futuro. Segundo ele, no sistema de recria e engorda, a produção de arroba por hectare apresentou crescimento de 7,95% no último ciclo. O sistema de ciclo completo também cresceu e o de cria se manteve linear.

Thiago explicou que, de forma geral, a atividade se paga, mas o investimento em ganhos produtivos é fundamental para reduzir o custo fixo e aumentar a rentabilidade do produtor. “O cenário da pecuária é muito favorável no mercado nacional e internacional, mas ter uma boa gestão de risco, conhecer os dados técnicos e investir em tecnologia e manejo é fundamental”.

Por fim, a executiva na Minerva Foods, Mariane Crespolini, abordou o cenário global da cadeia e as perspectivas para o futuro. Em sua opinião, alguns mercados importantes no mercado mundial de carne bovina, como os Estados Unidos e a Europa, estão reduzindo ou estabilizando a oferta. “Os EUA, por exemplo, estão com o menor rebanho desde a década de 50, e preço acima de US$ 8,00 por quilo de carcaça”.

Ela esclareceu que a demanda global por carne bovina segue firme com tendência de alta e no momento de “custa muito” para o mundo aumentar a oferta de carne bovina, a América do Sul desponta em rebanho e potencial de aumento de produtividade. “O nosso continente, em especial o Brasil, possui base científica e condições naturais únicas para atender a demanda crescente em volume e qualidade”.

Fonte: CNA.

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