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23 de dezembro de 2005
Virologista defende abate, mas com exames no Panaftosa
27 de dezembro de 2005

Exames apontam aftosa em 13% das amostras na Bonanza

Exames sorológicos em cerca de 600 animais da Fazenda Bonanza, localizada no município de Eldorado (MS), indicam que entre 12% e 13% das amostras apresentaram reação positiva ao vírus da febre aftosa. A informação é da Superintendência do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) do Mato Grosso do Sul, que decretou a propriedade como foco de aftosa há duas semanas. O Mapa quer o abate de todos os animais, mas uma liminar da Justiça Federal impediu o sacrifício até que os laudos dos exames, feitos pelo Laboratório Nacional Agropecuário (Lanagro), sejam apresentados pelo ministério. A Justiça ainda determinou a realização de novos exames sorológicos e Pro-bang.

A Fazenda Bonanza seria o elo que confirmaria o foco de aftosa no Paraná, uma vez que os animais da propriedade foram trazidos ao estado e comercializados em um leilão realizado em Londrina, no início de outubro.

”Já estávamos tomando todas as providências para o abate na propriedade, mas veio a decisão da Justiça. No Mato Grosso do Sul, a superintendência do Ministério e o Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal) abateram cerca de 25 mil animais e não vamos deixar nenhum apêndice”, afirmou o superintendente federal do Mapa no MS, José Antônio Felício, referindo-se ao sacrifício pretendido em Bonanza.

Segundo ele, a Advocacia Geral da União foi acionada e impetrou recurso contra a decisão que impede os abates. ”Tão logo essa liminar seja derrubada, o sacrifício irá ocorrer imediatamente”, reforçou. O Mapa está usando o mesmo argumento para confirmar focos na Bonanza e no Paraná. Estão sendo usados exames sorológicos e a origem dos animais.

Segundo o virologista Amauri Alfieri, o índice de sorologia positiva – entre 12% e 13% – constatado é alto é indica que os animais tiveram algum contato com o vírus da aftosa se os exames apresentados pelo ministério estiverem corretos. No caso da Bonanza a teoria é plausível, uma vez que a propriedade é vizinha de cerca da Fazenda Vezzozo, onde foram registrados os primeiros focos de aftosa no estado. Mas apesar desse contato com o vírus, isso não indica que os animais chegaram a desenvolver a doença.

Felício informou ainda que nas primeiras inspeções realizadas na Bonanza foram constatadas lesões na gengiva e na língua dos animais. No entanto, segundo ele, os bovinos foram curados ao longo do tempo. ”A sorologia positiva é mais que suficiente para provar o foco. O Pro-bang não é necessário”, opinou.

Já o pecuarista Alexandre Turquino, filho do proprietário da Fazenda Bonanza, refutou essas informações. Segundo ele, o gado da propriedade nunca apresentou qualquer sinal clínico. ”Temos todos os relatórios do Iagro que confirmam a sanidade do nosso rebanho. A confirmação ou não da doença não depende de uma ciência exata, o ministério pode decretar foco onde quiser. Por isso, estamos brigando na Justiça”, defendeu.

De acordo com o pecuarista, alguns dos seus bovinos estavam com estomatite e o diagnóstico não foi feito corretamente. ”Por isso estamos confiantes na Justiça, que é uma instituição isenta. A Justiça é que irá resolver toda essa questão”, salientou.

Fonte: Folha de Londrina/PR (por Fernanda Mazzini), adaptado por Equipe BeefPoint

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