Os exportadores de carne bovina dos Estados Unidos para o maior mercado comprador deste produto do país, o Japão, poderão ser prejudicados se o país asiático insistir em exigir que, a partir de primeiro de julho, toda a carne bovina importada pelo país tenha o certificado do país de origem como uma medida de prevenção contra a doença da “vaca louca” (encefalopatia espongiforme bovina – EEB), informaram fontes da indústria de carnes norte-americana.
As companhias de carne bovina dos EUA podem rastrear de forma geral os bovinos e suas propriedades específicas de engorda, mas não os países onde os animais nasceram ou foram criados.
“Isso poderá levar a alguns períodos de exportações significantemente menores para o Japão”, disse o analista da indústria de alimentos do Banco da América, Todd Duvick.
O requerimento do Japão para estes certificados foi feito recentemente, em resposta ao caso de EEB surgido no Canadá no mês passado. Apesar de os EUA nunca terem apresentado nenhum caso da doença, a preocupação surge porque muitos dos bovinos engordados neste país são provenientes do Canadá.
A indústria de carne bovina está esperando que negociações entre os dois países possam relaxar os requerimentos em primeiro de julho, de forma que os carregamentos de carne bovina possam continuar.
“Nós ainda estamos em processo de tentar trabalhar com nossos parceiros domésticos, bem como com nossos parceiros comerciais, para tentar negociar uma medida mais razoável para isso”, disse a porta-voz da Federação de Exportação de Carnes dos EUA (USMEF), Lynn Heinze, que desenvolve os mercados de exportação para as carnes dos EUA.
O Japão compra cerca de 240 mil toneladas de carne bovina dos EUA anualmente e solicitou a 26 países exportadores do produto, incluindo os EUA, que fornecessem certificados do país de origem das carnes a partir de primeiro de julho.
“Nós não acreditamos que nenhum outro processador (de carne bovina) será verdadeiramente capaz de cumprir isso”, disse o porta-voz da Excel Corp., a segunda maior produtora de carne bovina dos EUA, Mark Klein. “A indústria não fez disso uma prática rotineira para documentar todos os aspectos do país de origem”.
A partir de 2004, os frigoríficos de carne bovina dos EUA e muitos outros produtores de alimentos do país terão que apresentar em seus rótulos o país de origem dos produtos. Para a carne bovina, será exigido que os produtores forneçam informações que mostrem onde o animal nasceu, foi criado e abatido. Entretanto, este sistema de verificação não está disponível atualmente.
“O melhor que podemos fazer agora é manter a fronteira (com o Canadá) fechada. Não há infraestrutura instalada para todos fornecerem qualquer tipo de rastreamento. Isso requereria pelo menos um ano”, disse a analista de mercado de bovinos do Hedgers Edge, Ann Barnhardt.
Os EUA suspenderam as importações de bovinos e de carne bovina do Canadá após o caso de EEB registrado em Alberta.
O Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) está pensando em um “time de alto nível”, possivelmente liderado pelo vice-secretário, J.B.Penn, para se envolver nas negociações com o Japão, informou uma fonte da indústria de carnes do pais. Especialistas técnicos do Japão e dos EUA se encontraram nas ultimas semanas em reuniôes referentes às preocupações com a EEB.
Fonte: Reuters (por Bob Burgdorfer), adaptado por Equipe BeefPoint