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Exigência do mercado barra desmatamento na Amazônia

O rápido crescimento agrícola do Brasil, em especial da soja, alarmou os ambientalistas pelos efeitos na Amazônia, maior floresta úmida do mundo. Com o aumento da preocupação global em relação à mudança de clima, o Brasil está sob forte pressão de seus clientes, especialmente da União Européia. A demanda do mercado está crescendo para a chamada "soja responsável", que tem garantia de ter sido plantada em terras legais. A Cargill, por exemplo, uniu comerciantes com grupos de advocacia e estabeleceu uma moratória sob a qual nenhuma soja seria comprada de áreas ilegalmente desmatadas da Amazônia por dois anos, a partir de 24 de julho de 2006.

O rápido crescimento agrícola do Brasil, em especial da soja, alarmou os ambientalistas pelos efeitos na Amazônia, maior floresta úmida do mundo.

“Gigantes agrícolas como a ADM (Archer Daniels Midland), Bunge e Cargill estabeleceram-se na Amazônia porque sabem que podem fazer dinheiro fácil com a destruição da floresta”, apontou o relatório do Greenpeace chamado “Comendo a Amazônia”, de 2006.

Um estudo de dois anos do Greenpeace apontou que a Cargill, ADM e Bunge foram responsáveis por parte do desmatamento da Amazônia ao estimular os produtores a plantarem soja.

Não é para menos que a Amazônia perdeu cerca de 26 mil quilometros quadrados de cobertura florestal só no ano passado, um aumento de 40% em relação ao ano anterior, de acordo com imagens de satélite do Instituto de Pesquisa Espacial do Brasil.

Com o aumento da preocupação global em relação à mudança de clima, o Brasil está sob forte pressão de seus clientes, especialmente da União Européia. A demanda do mercado está crescendo para a chamada “soja responsável”, que tem garantia de ter sido plantada em terras legais.

A Cargill, por exemplo, uniu comerciantes com grupos de advocacia e estabeleceu uma moratória sob a qual nenhuma soja seria comprada de áreas ilegalmente desmatadas da Amazônia por dois anos, a partir de 24 de julho de 2006.

Trabalhando com o Nature Conservancy, um dos maiores grupos ambientais americanos, o projeto Soja Responsável foi lançado. Dois municípios no norte do Amazonas concordaram em adotar o programa, defendido pela Cargill e McDonalds, no qual a soja é comprada apenas de produtores que prometem plantar árvores em terra desmatada. “Estou ficando cada vez mais impressionado com a resposta que estamos tendo do setor privado”, disse Klink, do Nature Conservancy. “Os produtores estão compreendendo que para estar neste mercado global têm que fazer muito mais para cumprir (o código florestal)”.

Neste ano, o Nature Conservancy estabeleceu outro projeto em Lucas do Rio Verde (MT), ao sul da Amazônia. Os produtores locais reconhecem que muito da floresta foi derrubada nos primeiros anos. Agora estão reflorestando a terra para cumprir o código florestal. No cerrado, a lei exige que 35% de cada propriedade sejam preservados com a vegetação natural, além de uma região tampão de 50 metros em torno de rios e nascentes.

Outros municípios próximos estão mostrando interesse em copiar o modelo. “Todo mundo aqui tem medo que o resto do mundo não queira comprar nada de nós”, disse o agente de desenvolvimento do estado, Paulo Fejeira. “Isso vai ajudar a mostrar que não somos bandidos. Não estamos destruindo a Amazônia”, completou em reportagem de David Adams, do St. Petersburg Times, disponibilizado no site do UOL.

0 Comments

  1. Breno Augusto de Oliveira disse:

    Essas inicitivas sustentáveis devem ser mais popularizadas massivamente (desde o grande ao pequeno produtor), uma saída eficiente e social é se trabalhar uma agropecuária mais tecnificada e produtiva.

    Com incentivos econômicos a corretivos e adubações das áreas degradadas tornando-as produtivas, rentáveis e evitando mais desmatamentos.

    Minha frustante constatação em relação as empresas transnacionais é que na sua grande maioria não investem em nehuma ação para produções agroecológicas, empresas que vendem remédio na farmácia e o herbicida no campo não possuem mentalidade sustentável alguma!