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Expointer espera menos negócios este ano

A 28a Exposição Internacional de Animais, Máquinas, Implementos e Produtos Agropecuários (Expointer) começou sábado, em Esteio (RS), com a perspectiva de gerar um volume de negócios 20% inferior aos R$ 218 milhões movimentados no ano passado na área de máquinas agrícolas e semelhante aos R$ 4,7 milhões girados em leilões de animais em 2004.

A expectativa negativa deve-se à crise do setor primário no Rio Grande do Sul, que teve uma safra de milho e soja frustrada pela estiagem do primeiro semestre, não conseguiu preços superiores aos custos de produção do arroz e sofre com a cotação da carne, estagnada há dez anos.

Os agropecuaristas estão mais preocupados com a rolagem de dívidas e a busca de recursos para o plantio da próxima safra do que com investimentos. Mas a depressão econômica não vai tirar o caráter festivo de um dos maiores eventos do setor primário do mundo. Os organizadores – governo do Estado, Ministério da Agricultura, Federação da Agricultura no Rio Grande do Sul (Farsul) e Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag) – acreditam que até o final do evento, dia 4 de setembro, o Parque de Exposições Assis Brasil receberá um público semelhante ao do ano passado, quando 720 mil pessoas circularam pelo local.

Os visitantes terão contato com tecnologia e genética de ponta visitando os espaços dos 240 expositores de máquinas e os pavilhões que abrigam 5.956 animais de 75 raças de ovinos, bovinos, zebuínos, bubalinos, eqüinos, suínos, caprinos, ratitas (emas e avestruzes) e pequenos animais como coelhos, aves e chinchilas. Também são atrações do evento os pavilhões da agricultura familiar, do reflorestamento e da cadeia produtiva do vinho, que complementam a idéia de mosaico do agronegócio que a Expointer tem.

Mesmo que os pecuaristas aproveitem o momento para adquirir genética de ponta para melhorar seus rebanhos, a feira não deve impressionar por recordes de preços, prevê o presidente do Sindicato Rural de Bagé (RS), Paulo Ricardo Dias. O retorno da atividade não tem ajudado. O preço médio pago pelo quilo do animal vivo está em torno de R$ 1,70 na região da Campanha gaúcha, enquanto o custo de produção é próximo a R$ 1,80 por quilo, compara Dias, que coordena a Metade Sul do Estado na comissão de pecuária de corte da Farsul.

Ao contrário dos anos de fartura, desta vez pode sobrar parte do crédito de R$ 281 milhões oferecido no evento. O Banco do Brasil dispõe de R$ 95 milhões para financiamento de máquinas agrícolas, R$ 10 milhões para compras de delegações estrangeiras e R$ 5 milhões para a comercialização de animais. O Banrisul anunciou R$ 60 milhões para máquinas e equipamentos e R$ 5 milhões para animais. As linhas de crédito do BRDE, voltadas para armazenamento, irrigação, correção do solo, fruticultura e cooperativismo, chegam a R$ 80 milhões. E o Sicredi disponibiliza mais R$ 26 milhões para agricultores cooperativados.

Fonte: Estadão/Agronegócios (por Elder Ogliari e Sandra Hahn), adaptado por Equipe BeefPoint

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