A 27a edição da Expointer, feira agropecuária que terminou domingo em Esteio (RS), atingiu R$ 4,706 milhões na comercialização total de 1.683 animais. Em 2003 o valor foi de R$ 4,6 milhões. O evento contou com a presença de 268,9 mil pagantes e público de 720 mil pessoas. Na feira do ano passado, a maior até então, foram 207,6 mil pagantes e público total de 620 mil pessoas. No setor de máquinas e implementos agrícolas, o valor total de negócios chegou a R$ 218 milhões, 0,92% superior ao de 2003.
Apesar de positivos, esses números não foram suficientes para atingir a meta de crescimento de 10% em relação à edição anterior, estimada por entidades rurais. “São resultados muito positivos. Saímos de um momento difícil, com quebra de safra, estiagem e diminuição do nível das barragens. Mesmo com essa situação, tivemos a maior Expointer de todos os tempos”, disse o governador Germano Rigotto (PMDB).
O coordenador da Expointer, Caio Rocha, reconheceu que o desempenho ficou abaixo da expectativa e o atribuiu à crise enfrentada pelo setor. A estiagem e o baixo preço da soja na última safra, segundo ele, contribuíram para isso. O setor da agricultura familiar comercializou R$ 252,34 mil, valor 17,4% superior ao de 2003.
Neste ano, o número de estandes de máquinas subiu de 110 para 140, em um espaço de 11 hectares (110 mil m2. O número de animais participantes foi de 4.720, superando os 4.537 de 2003.
O Banrisul (Banco do Estado do Rio Grande do Sul) recebeu propostas de negócios de R$ 21,7 milhões, valor 6,4% superior ao de 2003, e o Banco do Brasil, de R$ 100 milhões, aumento de 4,6%.
A mostra, com orçamento de R$ 7 milhões, contou com dez países, além do Brasil: Uruguai, Argentina, Equador, Chile, Peru, México, Canadá, Reino Unido, Alemanha e Itália. Foram inscritos 5.923 animais de 170 raças.
Em debates na Expointer, representantes de entidades do meio rural recomendaram lobby do setor para aumentar as exportações e diversificar o mercado.
O principal defensor da idéia foi o presidente da Associação Brasileira de Produtores de Algodão, Jorge Maeda, que disse que os produtores gastaram US$ 2 milhões no pagamento dos advogados que atuaram na OMC (Organização Mundial do Comércio) para derrotar o protecionismo dos Estados Unidos nessa área.
Representando a Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), o vice-presidente da entidade, Paulo Tigre, disse que não se entra no mercado externo “de graça” e cobrou menos timidez dos exportadores.
Fonte: Folha de S.Paulo/Agrofolha (por Léo Gerchmann), adaptado por Equipe BeefPoint