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Exportação de bois vivos deve seguir crescendo

O Brasil já é o maior exportador de carne bovina. Em alguns anos, deve tornar-se também o maior fornecedor mundial de bois vivos, um mercado descoberto pelo país apenas em 2005. No ano passado, embarcou 520.000 animais, 30% mais que em 2008, faturou 420 milhões de dólares e chegou ao quarto lugar no ranking mundial. Nos dois primeiros meses deste ano, os embarques subiram 40%. As projeções indicam que as vendas chegarão a 600 000 cabeças em 2010.

O Brasil já é o maior exportador de carne bovina. Em alguns anos, deve tornar-se também o maior fornecedor mundial de bois vivos, um mercado descoberto pelo país apenas em 2005. No ano passado, embarcou 520.000 animais, 30% mais que em 2008, faturou 420 milhões de dólares e chegou ao quarto lugar no ranking mundial.

Nos dois primeiros meses deste ano, os embarques subiram 40%. As projeções indicam que as vendas chegarão a 600 000 cabeças em 2010 e a 650 000 em 2011, um crescimento que supera o do Canadá, o atual primeiro colocado, do México, o segundo, e da Austrália, o terceiro. Esses países produzem para poucos clientes. Canadá e México suprem a demanda dos Estados Unidos. A Austrália, por sua vez, encarrega-se da Indonésia e da Europa.

O Brasil mantém uma clientela mais diversificada. Ela inclui, por exemplo, nações árabes, que fazem o abate de acordo com outras regras do Islã. No Líbano, a preferência pelo gado vivo é acentuada por iguarias como quibe e fígado fresco crus. Integram também a lista de clientes vizinhos como a Venezuela, onde a política econômica populista de Hugo Chávez levou os antigos pecuaristas a abandonar sua atividade.

Nada menos que 95% dos bois vivos são exportados a partir do Porto de Vila do Conde, a 40 quilômetros de Belém do Pará. O estado tem o quinto maior rebanho do país, mas apenas uma grande companhia frigorífica atua lá, a JBS-Friboi. Os criadores procuraram consumidores estrangeiros para não depender exclusivamente dessa empresa. Quando o volume de negócios começou a crescer, o novo mercado passou a ser bombardeado.

As primeiras tentativas de impedir o comércio apontaram deficiências sanitárias na exportação. Até 2008, os bois eram embarcados no porto da capital, que fica ao lado do mercado Ver-O-Peso, o principal ponto turístico da cidade. O cheiro do gado e de seus excrementos empesteava o ambiente, e a Justiça local restringiu a atividade. A alternativa foi transferir o embarque para as imediações de Belém.

Depois, os exportadores passaram a enfrentar a oposição da Associação Brasileira de Frigoríficos, que alega que o Brasil perde divisas ao comercializar bois em pé, porque, nessa modalidade, não se agrega valor à cadeia da carne. O caso foi levado ao Ministério da Agricultura, mas o ex-ministro Reinhold Stephanes manteve a alternativa dos pecuaristas.

Neste ano, os fazendeiros paraenses fizeram um novo adversário. A indústria de couros diz que a atividade está entre as responsáveis pelo sumiço do produto, que apresentou forte desvalorização de preço em 2010. Para esses setores, vale tudo para manter os bois no Brasil, e essa é uma briga em que ninguém usa luva de pelica.

As informações são da Só Notícias, publicadas no site Portos e Navios, resumidas e adaptadas pela Equipe BeefPoint.

0 Comments

  1. Cesar Serafim disse:

    Os curtumes e os frigorificos so tem um interese de fechar a exportaçao de gado vivo .
    dize que prejudica a eles , mas por outro ponto o setor da pecuaria so agora ta se recuperando das deficiencias do setor , e parabelizo os produtores rurais que tao aprendendo a valorizar o que e seu .
    nao se esqueça que a crise da comida e no mundo e nao no brasil , mas tambem nao se esqueça que tudo tem limite , pode ser que uma ora o rpeço suba tanto que nao vamos ter o consumidor que ganha pouco .
    mas chegol a hora dos pecuaristas se unirem para mandar no que ele tem e nao os atravesadores , um abraço a todos os pecuarista do brasil
    boi no peso vivo e pagamento na sua fazenda nao da recuperaçao judicial .

  2. Antonio Roberto R. Mira Junior disse:

    Muito boa noticia, o problema aqui na região sul do Pará para exportação do boi em pé está sendo a situação das nossas rodovias, que estão danificadas atrapalhando o escoamento do produto até o porto. Haja visto que a região de São felix do Xingu é a que possui maior população de bovinos do Estado, e a quantidade de boi que sai daqui ainda é pequena para a exportação em pé. E os produtores sabem que hoje o melhor negocio está sendo mandar o boi para o navio, que vender para nossos frigorificos, pois o preço do boi pago na fazenda para exportação supera a arroba nos frigorificos.