A receita cambial das exportações de carne bovina de julho, cujo valor foi deUS$ 224,7 milhões teve um aumento de 84,28%, se comparado com o mesmo período de 2003, quando foram exportados US$ 121,9 milhões. Com isso, as exportações no acumulado dos últimos doze meses atingiram US$ 2 bilhões. O volume embarcado em julho foi de 101 mil toneladas, o que representa um aumento de 60,2% se comparado com igual período de 2003.
De acordo com o presidente da Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carne, Marcus Vinicius Pratini de Moraes, os números de julho refletem a excelente performance da carne brasileira no mercado internacional. “Conseguimos recuperar os preços no primeiro semestre e agora vamos intensificar nossas ações para conquistar novos mercados”, disse.
Entre os países em que houve aumento de volume destacam-se Hong Kong, Chile, Irã, Rússia e Egito. Além do aumento dos embarques para tradicionais países importadores, Pratini de Moraes destacou a participação da Argélia, que em 2003 não comprou carne do Brasil, mas que no mês passado importou mais de três mil toneladas, o que representou US$ 5 milhões em receita cambial.
Com os aumentos sucessivos na vendas de carne bovina para o exterior começaram a aparecer os primeiros gargalos na exportação brasileira. Por ser um produto perecível, o funcionamento da logística é fundamental no comércio da carne. Burocracia, efetivo reduzido dos fiscais do governo federal, número insuficiente de tomadas com energia elétrica nos portos são alguns dos entraves na logística da exportação do setor. “Há cerca de oito anos o Brasil importava carne. Hoje somos líderes na exportação. É natural que algum obstáculo apareça no nosso caminho, mas não podemos inviabilizar um dos negócios que mais tem dado certo no Brasil”, comentou Pratini.
Fonte: Abiec, adaptado por Equipe BeefPoint
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Pessoal da Abiec e do BeefPoint,
Já faz algum tempo tenho visto várias reportagens sobre o aumento do valor da carne que o Brasil está esportando. Acho isso extraordinário. Pois, na minha mais modesta e singela opinião, mostra o resultado de um trabalho imenso e bem feito pelo pessoal dos frigoríficos exportadores. E, por outro lado, jamais devemos nos esquecer, que a grande lei que dita os preços do mercado, oferta e procura, também está ajudando muito. Pois, o que leio é que a UE está produzindo 200.000 ton a menos, que a exportação dos EUA praticamente foi a zero, a Austrália está se recuperando duma tremenda seca, etc. Portanto, podemos ler desta situação que: o pessoal dos frigoríficos está procurando novos mercados incansavelmente e que o produto que eles vendem, carne, está com pouca oferta. Consequentemente, então, maiores preços para a carne exportada.
Até aí, acho que chovi no molhado. Pois, são informações disponíveis para qualquer um. O que realmente gostaria de dizer é que esta choradeira dos pecuaristas, que a carne exportada está valorizada, que os frigoríficos exportadores estão faturando bem e que eles, pecuaristas, não estão ganhando qualquer beirada neste barco, me incomoda bastante (imaginem, quem sou eu para me incomodar, mas). Pois, de novo, na minha humilde opinião, não tem muita conexão o mercado do boi com o mercado da carne exportada. O que estamos vendo acontecer, é que o pecuarista está se tornando cada vez mais, mais eficiente e mais competente. Com isto, está ofertando cada vez mais, mais gado gordo. Então, consequentemente, no lado do boi gordo, a balança da oferta e procura está mais pesada do lado da oferta. E do lado da carne exportada, ela está mais pesada do lado da procura. Então, vemos o boi gordo com preços normais (medíocres) e a carne exportada com preços valorizados. Acho que é bem simples, assim.
O que me incomoda ainda mais, é que os pecuaristas ficam reclamendo dos frigoríficos, e não se mexem, e/ou não se organizam para se unirem como uma entidade de classe. E desfrutar dos benefícios que isto traz. É muito mais fácil reclamar dos outros que trabalhar para juntar várias pessoas com uma finalidade comum, é muito difícil, chato e trabalhoso.
Finalmente, penso que temos vivido uma guerra de paradigmas na pecuária de corte nos últimos anos. Aumentamos a eficiência da produção e consequentemente as quantidades ofertadas. p.e. Se diminuimos a idade de abate de 4 para 3 anos, a grosso modo, ofertamos 25% a mais de animais.
Minha conclusão, pois, já estou entrando noutro assunto é que ao invés de reclamarmos dos frigoríficos (eles só vão mudar, mesmo, quando exportarem 2 milhões de ton, então terão dificuldade de obter matéria prima), os pecuaristas deveriam pensar em se unirem mais e fortemente. Um bom exemplo disto, tem sido a união deles para colocar a rastreabilidade no caminho correto.
Bem, um forte abraço e parabéns pelo site.