As exportações brasileiras de carne bovina, acumuladas em 12 meses até agosto, atingiram US$ 3,1 bilhões, marca prevista para este ano até dezembro, segundo a Abiec. O crescimento foi de 34,8% se comparado a igual período de 2004, apesar do real valorizado em relação ao dólar.
Só em agosto foram exportados US$ 350 milhões, entre carne bovina in natura, industrializada e miúdos. “Foi o melhor mês do ano”, comemora o presidente da Abiec, Marcus Vinícius Pratini de Moraes.
Segundo ele, o bom desempenho foi possível com a abertura de novos mercados. Em janeiro, o País exportava para 140 países, hoje são 150. “A estratégia agora é aumentar as vendas para os mercados onde já estamos”.
Uma parte do crescimento decorre da reabertura do mercado russo para a carne brasileira, da entrada no Iraque e da expansão das vendas para Egito, Argélia e países da Europa Central. Também houve ligeira recuperação do preço médio em dólar, de 1,6% ante 2004, destaca o presidente da Abiec. O aumento resulta da agregação de valor à carne in natura, com exportação de cortes especiais. “Não fosse o câmbio, a receita de exportação em reais seria maior”, afirma.
Pratini alerta que a situação do câmbio preocupa a médio prazo, em 2006 e 2007, pois deve afetar os investimentos no setor.
A liderança brasileira nas exportações de mundiais de carne bovina em volume tira o sono dos concorrentes. Pratini embarca esta semana para a Austrália, onde participará de reuniões com empresários do setor de carne daquele país. A Austrália é o segundo maior exportador mundial do produto.
O país deve fechar o ano exportando o equivalente às vendas externas da Austrália e Argentina juntas. “O Brasil exporta uma Argentina a mais que a Austrália”, observou o analista da FNP, José Vicente Ferraz.
Ele estima que as exportações do Brasil, devem somar ao menos dois milhões de toneladas enquanto a venda da Austrália deve ficar estável em 1,3 milhão de toneladas e a da Argentina, atingir 700 mil toneladas. “A exportação da Austrália pode ser até menor porque o país teve redução de rebanho após três anos de seca”, disse Geide Figueiredo Júnior, também da FNP.
Fonte: O Estado de S.Paulo (por Márcia De Chiara) e Valor (por Alda do Amaral Rocha), adaptado por Equipe BeefPoint
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Auspiciosa esta notícia!
Com o incremento do setor, haverá demanda técnica, insumos, mercado, muito mais trabalho e melhor remuneração.
Com o aumento das exportações, o Brasil confirma sua tradição pecuária.
Parabéns a todos os que contribuíram para o aumento da exportação de carne bovina!
É isto aí.
Frigoríficos brasileiros comprando frigoríficos argentinos, o Brasil batendo recordes em exportação de carne (até superando a Austrália que liderava o ranking da exportação).
Que maravilha!
E nós pecuaristas, produtores desta carne, continuamos na pior crise que a pecuária nacional já tenha presenciado nos últimos 30 anos.
Como uma atividade da parte da indústria frigorífica está tão promissora e rentável, batendo recordes de faturamento e nós produtores diminuindo faturamento. E as despesas aumentando… Para mim esta conta não fecha.
É uma exploração comercial totalmente desigual por parte dos frigoríficos e nós não temos nenhum desses órgãos já existentes da classe produtora, que tenha força e competência para formar regras para que este tipo de exploração não aconteça.
Infelizmente estamos num tipo de Katrina e não sabemos quando a água vai abaixar.
Espero que num futuro mais próximo, nossos comentários sejam mais otimistas e com grande entusiasmo, para esta classe guerreira e incansável que é a do pecuarista.