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Exportação de couro acabado aumenta 75%

O incremento de 75% nas vendas de couro acabado neste ano e as ações de qualificação do produto, como a classificação para o couro bovino, fazem com que o setor faça um balanço positivo de 2002. Segundo o presidente da Associação de Curtumes do Rio Grande do Sul (AIC/Sul), Cezar Müller, mesmo sem os dados consolidados do ano, o indicativo até outubro deve ser confirmado.

Nos dez primeiros meses de 2002, as exportações do produto aumentaram 75,16%, totalizando 3,1 milhões de couros, contra 1,7 milhão de unidades no mesmo período de 2001. Este incremento de vendas com maior valor agregado é resultado das ações integradas das entidades e dos governos federal e estadual, além da maior conscientização da cadeia.

De acordo com dados da AIC/Sul, este ano as vendas externas de couro do País devem chegar a US$ 950 milhões em 35 milhões de peças, sendo que o Rio Grande do Sul é responsável por 34% ou US$ 300 milhões. O Estado é o primeiro no ranking nacional, seguido por São Paulo e Paraná. “Quem exportava couro salgado está passando para o wet blue e quem comercializava o produto neste estágio está migrando para o produto semi e acabado”, explica Müller. A representação do couro acabado no total de peles foi de 20,35% em 2002, contra 12,66% no ano anterior.

Apesar disso, é predominante a venda de couro que passa apenas pelo primeiro estágio de industrialização. A participação do wet blue ficou em 65,54% do total de couro enviado a outros países em 2002. No ano passado, o produto representava 59,87%. O Brasil ainda é um grande exportador do couro em bruto. O wet blue, por exemplo, mantém a liderança absoluta na pauta de exportações do segmento no País. No mercado internacional, ele vale US$ 15,67 por unidade, enquanto o couro acabado chega a US$ 91,19 por unidade. Este valor equivale a, aproximadamente, 600% a mais do que o couro salgado, etapa mais simples do produto.

A baixa utilização de mão-de-obra e a ligação direta com produtores de gado favorecem a venda dessa commodity. “Os curtumes do Centro-Oeste, em direção do Norte, são instalados junto às fontes de matérias-primas e utilizam pouca tecnologia, daí a maior comercialização do couro salgado”, assinala o presidente da AIC-Sul.

Müller confia no desempenho do setor em 2003. Segundo ele, o resultado positivo depende, principalmente, da estabilização da moeda e da disponibilidade de couro, que cresce, em média, 2% ao ano. Além disso, ele acredita que haverá alta das exportações do produto industrializado.

O setor aposta ainda em novos nichos de produtos, como as linhas para estofamentos. Este setor cresceu 80% este ano, chegando a US$ 80 milhões, contra US$ 52 milhões em 2001. Nos últimos dois anos, o incremento foi de 116%.

Fonte: Jornal do Comércio/RS (por Karen Viscardi), adaptado por Equipe BeefPoint

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