Recentemente o Sr. Luiz Bittencourt, Presidente do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), escreveu e publicou o artigo "Exportação de gado em pé trafega na contramão da tendência mundial de agregação de valor", que li e fiquei extremamente admirado por sua coragem em publicar o que publicou, até porque o fez em veículos especializados. Talvez as afirmativas impressionem o leitor leigo, entretanto, quando o leitor, apesar de leigo, sabe matemática e possui um mínimo de conhecimento, a coisa muda de figura.
Recentemente o Sr. Luiz Bittencourt, Presidente do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), escreveu e publicou o artigo “Exportação de gado em pé trafega na contramão da tendência mundial de agregação de valor”, que li e fiquei extremamente admirado por sua coragem em publicar o que publicou, até porque o fez em veículos especializados.
Talvez as afirmativas impressionem o leitor leigo, entretanto, quando o leitor, apesar de leigo, sabe matemática e possui um mínimo de conhecimento, a coisa muda de figura.
O próprio título do artigo é um desrespeito à inteligência do leitor – “Exportação de gado em pé trafega na contramão da tendência mundial de agregação de valor” – reportemo-nos as informações, entre as muitas que contradizem as afirmativas do Sr. Luiz Bittencourt, algumas delas de autoria de Miguel da Rocha Cavalcanti, Engenheiro Agrônomo pela Esalq/USP, pecuarista e Diretor de Marketing da AgriPoint, no artigo “Exportação de gado em pé: causa ou sintoma?“, publicado pelo Beefpoint em 23/07/2008:
“Outro ponto a se analisar são os motivos para que esse negócio exista. O USDA informa que em 2007 foram exportadas, no mundo, 4,39 milhões de cabeças, sendo 2,57 milhões do Canadá e México para os EUA, com transporte terrestre por distâncias mais curtas. O terceiro país é a Austrália, que exportou cerca de 800 mil animais. A Austrália tem um segmento da sua cadeia se dedicando a esse negócio, explorando regiões pouco propícias a produção de animais (e carne) aos principais mercados que o país atende (EUA, Japão, Coréia do Sul). Outro importante exportador é UE, que deve enviar animais a países relativamente próximos.“
Os países citados são do “1° mundo” e, naturalmente, se exportam o gado vivo é porque além de bom negócio não prejudica as suas economias, de repente surge alguém no Brasil, País que possui um rebanho bovino de mais de 200 milhões de cabeça e que abate pouco mais de 40 milhões assacar que a exportação de 400 mil cabeças, ou seja 1% do abate (comparado com os outros países são meia dúzia de boiecos), causa uma série de mazelas na economia, inclusive no setor coureiro, isso é um pouco demais.
Vamos raciocinar o setor coureiro “processa 44,4 milhões de peças” (informação do Sr. Luiz Bittencourt) ou seja no limite do desfrute do rebanho brasileiro que é por volta de 20%, então a capacidade instalada da indústria coureira está no limite da produção da pecuária brasileira ou o seu parque industrial é superior a produção, uma vez que “a entidade (Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil -CICB) vem propondo, em caráter emergencial, a redução a zero nas alíquotas de importação de couros salgado e wet blue“, ou a proposta tem a finalidade de achatar, ainda mais, o preço que os curtumes pagam aos frigoríficos matadouros pelo couro “verde”.
“A Indústria Coureira, no estado do Pará que é o maior exportador de boi vivo do Brasil, nos últimos 30 dias reduziu o preço de R$1,70 (hum real e setenta centavos) o quilo do couro verde para R$1,10 (hum real e dez centavos ) a prazo e mesmo assim os frigoríficos/matadouros estão encontrando dificuldade de vender para os curtumes”
Novamente o artigo referido contraria a matemática quando diz:
“A indústria brasileira curtidora é uma atividade que movimenta um PIB estimado em US$ 3,5 bilhões (……..) os embarques de gado em pé movimentaram 431 mil cabeça (…..) Como resultado da redução dos abates de bovinos e do câmbio apreciado, as exportações de couro, em 2008, deverão ficar ao redor de US$ 2 bilhões, reduzindo em US$ 500 milhões as expectativas anteriores.”
Matematicamente é impossível a insinuação que a exportação de 431 mil cabeças (1 % do couro processado) reduza em US$ 500 milhões o faturamento da indústria brasileira curtidora que movimenta um PIB estimado em US$ 3,5 bilhões com o processamento 44,4 milhões de peças, ou seja o couro oriundo do abate de 44,4 milhões de cabeças.
Propositalmente deixei de citar o volume, em dólares, do faturamento da Indústria coureira e usei a informação do artigo que “movimenta um PIB de U$ 3,5 bilhões”, todavia, maldosamente o autor quando fala de exportação de boi cita, apenas, o faturamento da atividade esquecendo-se do PIB movimentado.
O autor parte da falsa premissa que – “Somente matar e escalpelar o boi promove a agregação de valor” – e está totalmente enganado, não é só no frigorífico/matadouro/curtume que o boi agrega valor gerando empregos, impostos e etc.
O boi da porteira para fora, indo em qualquer direção, agrega valor. No caso da exportação precisa ser transportado (também) o que significa frete com os trabalhadores e impostos, precisa ser hospedado em fazendas intermediárias implantadas única e exclusivamente para esse fim com mais vaqueiros (cujo o único emprego é ali) que o normal e toda infra estrutura necessária ao bom funcionamento (o boi não sai da fazenda do produtor direto para o navio, é preciso criar um estoque suficiente para o embarque, não vêm todos de uma só fazenda e sim de várias), enquanto aguarda precisa ser alimentado (o boi comprado com 500 Kg precisa chegar nas mãos do importador com 500Kg), é preciso haver veterinários cuidando para que os animais continuem saudáveis, no porto é preciso mão de obra que entenda de gado não só para embarcá-lo como também cuidar nas interrupções do embarque em razão das marés (os portuários não são afeitos a esse trabalho), no navio é preciso estocar alimentos para que o boi não emagreça na viagem, é preciso que haja vaqueiros a bordo para alimentá-los durante a viagem (marinheiro não sabe alimentar boi). Observe-se que toda essa mão de obra envolvida não trabalha em frigoríficos ou curtumes.
No caso do Pará, o estado não possuía infra-estrutura para esse tipo de atividade e hoje já a possui. O Pará já produz silagem de milho, de cana, produção de feno (ampliando a produção agrícola, incentivando a agricultura e gerando empregos) e aumentou a produção de rações (as indústrias paraenses de rações multiplicaram as suas produções), todos esses nichos econômicos que geram empregos não existiam antes.
O Pará em 2007 foi responsável 97% das exportações de gado vivo do Brasil, o que significa que desde a saída da porteira da fazenda até o destino, por volta de 40 milhões de quilos de alimentos foram consumidos e exportados (o alimento é exportado junto com o boi para alimentá-lo na viagem), produzidos a mais pelo setor agrícola e indústrias do Pará.
O transporte desse volume de gado vivo desde a porteira da fazenda até o porto, para o embarque, envolveu por volta de 22.680 viagens de caminhão.
A exportação de gado gera empregos para os fornecedores subordinados e serviços tais como agentes de gado, operadores de transporte e estivadores. Também beneficia os pecuaristas, trabalhadores rurais, operadores de pastagem, forragem e fornecedores de produtos químicos, veterinários, vendedores, criadores, operadores portuários e os setores de finanças e de seguro.
Agora vem gente, que nada entende de exportação de boi vivo, dizer que a sua exportação não agrega valor somente porque os empregos e riquezas geradas não aconteceram nos curtume ou frigoríficos!
Sugiro àquelas pessoas, que tenham interesse em saber o PIB movimentado na exportação de boi vivo, que façam a conta: – os milhões de dólares de faturamento da exportação (distribuídos pela cadeia da Pecuária) somados aos empregos diretos e indiretos gerados, ao aumento da produção agrícola, aos novos nichos econômicos surgidos, ao frete de caminhões e navios, às operações portuárias, a melhoria da tecnologia da Pecuária e Agricultura, aumento no consumo de implementos e máquinas agrícolas, a ocupação de profissionais da área veterinária e por aí vai.
Um artigo publicado recentemente pela “Meat & Livestock Australia” (organismo que controla e estabelece as normas de exportação de gado vivo na Austrália), sob o título “Assessing the Value of the Livestock Export Industry to Regional Australia” (Avaliando a Importância da Indústria de Exportação de Gado para as Regiões da Austrália), no último parágrafo de sua conclusão, sintetiza a atividade de exportação de gado vivo:
“A exportação de gado vivo é economicamente sustentável, ambientalmente responsável e socialmente inclusiva.“
Tudo isso sem matar um boi ou escalpelá-lo.
A exportação de gado vivo não agrega valor! Por favor, quem afirma isso que vá aprender matemática e conhecer um pouco mais da atividade.
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Fico triste com uma noticia desta , Sr Bittencourt não tem idêia oque a exportação de gado vivo está ajudando os pecuaristas….
O cartel dos frigorificos não pagava nem um centavo sobre o couro e mal pagava o boi ……
PARABENS A EXPORTAÇÃO DE GADO VIVO !!!!!!!!!
Se quiser couro pague ao pecuarista o mesmo !!!!
E lembrar que tudo isso teve seu início pelo simples fato de que o produtor não consegue remunerar seu capital satisfatoriamente, face ao cartel montado pela indústria frigorífica…
Uma das premissas da teoria econômica é que tudo, sem excessão, no longo prazo, tende ao equilíbrio. Assim é com o preço do feijão, por exemplo: se está alto, os consumidores passam a comprar menos e os agricultores passam a plantar mais, então o preço se reduz. Quando o preço tá lá em baixo, os agricultores deixam de plantar e o preço sobe novamente e assim segue… O mesmo se repete com o preço de uma ação na Bovespa ou de uma arroba de boi ou de um dia de serviço, enfim, com tudo.
Sugeriría aos donos de frigoríficos assistirem o filme “Van Helsing – O caçador de Vampiros”. Na película, o Conde Drácula, que é o feche dos vampiros, ensina seus discípulos que só podem “chupar o sangue” de uma quantidade limitada de pessoas por dia, a fim de preservar o restante das pessoas para que se reproduzam e garantam a sobrevivência futura da espécie “vampírica”.
Sem conjeturar conotação alguma entre Vampiros e Frigoríficos (o exemplo acima foi só pra ilustrar), é preciso que seja do entendimento de TODOS que quando um segmento de determinada cadeia econômica é muito frágil, toda a cadeia se fragiliza, tal como uma corrente com um elo fraco se rompe à menor exposição de tensão.
Até quando vamos encarar os membros de nossa cadeia produtiva como competidores e não como parceiros?
Os frigoríficos reclamam que se comprarem boi “no vivo” ocorre quebra de peso na carcaça. O produtor reclama que a venda no morto gera um desfalque considerável, uma vez que a intensidade do toalete e a facilidade em se manipular uma balança estão na mão do frigorífico.
Os frigoríficos se ofendem quando o produtor desconfia da balança, mas não abre mão de pesar o gado na sua própria balança. Dizem que a balança é aferida, mas não aceitam que o produtor coloque sua balança na matança, tirando poucas exceções do programa Pese Bem – MS.
Os frigoríficos reclamam que a carcaça não tem qualidade, mas não têm coragem de pagar prêmio por boas carcaças. Já o produtor, como vende tudo ao mesmo preço, não tem motivação para se esforçar para entregar uma carcaça em padrão superior.
Antigamente, os melhores animais do rebanho brasileiro eram piores que os piores animais de hoje, graças à evolução genética, disseminação do uso de reprodutores puros, inseminação, TE, FIV etc. Mesmo assim, os frigoríficos aumentam o % de desconto do peso vivo. Como pode um gado melhorado geneticamente render menos do que habitualmente rendia? Nas pesquisas que leio, o % de aproveitamento é sempre muito maior que o % que recebo nas vendas com base no “peso vivo”. Por quê?
… e assim segue o bonde …
A pergunta é: até quando vai esta queda de braço?
mais uma vez repito senão fosse as exportações de gado vivo os produtores estariam nas mãos dos industriais da carne edo couro . O URUGUAY exportou este ano mais de60000 animais etem mais de18 plantas exportadoras .apartir de 15 de setembro começaremos. COMPRAR 12000 TERNEIROS AO PREÇO DE R$3,00 oKILO PARA O EXTERIOR ESTÃO ,SE INSTALANDO NA REGIÃO MAIS DUAS EMPRESAS EXPORTADORAS COM OMESMO OBJETIVO PORTANTO MEUS AMIGOS AQUI OS PRODUTORES ESTÃO DANDO RISADAS DO ARTIGO ACIMA .MAIS INFORMAÇÕES ENTREM EM CONTATO
A lucidez como o tema foi colocado merece nossos parabéns. A reserva de mercado é danosa para todo mundo. Viva a lei de mercado, pois é ela quem determina o equilibrio; enquanto isso, os retrógrados ficam a ver as boiadas passarem com destino aos mercados que melhor remuneram o produtor. Vamos em frente !!
Caros Senhores :
Enquanto não tivermos coragem de formar frigoríficos/cooperativas, dirigidas por produtores, sempre estaremos à mercer de oligopolistas do reino abatedor/exportador bovino. Qunto à exportação do gado vivo, nao tenho dados sobre a matéria, mas lembremos-nos que o couro que cria o emprego do “desfolador” lá no exterior, extingue o daqui.
lAbraço.
Antonio Carlos.
Para quem mantém um mercado cativo onde o produtor só tem uma alternativa: Vender para os frigoríficos aqui no país e pelo preço que eles decidem pagar; realmente assusta ver seus eternos escravisados se insurgirem e acharem outro negócio por questão de sobrevivencia.
Os produtores estavam a sete anos amargando prejuisos e os frigorícos? Tambem? Acho que não!
Pelo que vejo e leio nunca este setor cresceu tanto, inclusive com expanção para o exterior.
E ao setor do curtume pergunto? Os curtumes exportam só produtos acabados ou couros minimamente processados?
Acabo de ler o artigo e as cartas dos leitores e fiquei preocupado com o pensamento de muitos produtores ( acredito que sejam uma minoria ) que se colocam como inimigos dos frigorificos e não parceiros, chegando ao cúmulo do Sr. Leonardo Bacco, produtor de São Paulo comparar os frigorificos a vampiros sugadores de sangue.
A todas pessoas com este pensamento gostaria de esclarecer que se hoje somos a maior potência mundial em exportação de carne é porque a classe produtora investiu em melhoria genética, manejo e pastagens e também a indústria frigorifica em equipamentos, novas plantas e técnicas modernas para atender ao mercado externo.
Tive a honra de trabalhar logo após de formado com o Sr. Geraldo Moacir Bordon que foi um dos pioneiros nas exportações de carne, presenciei parte da sua luta, seus sacrificios para iniciar algo que era quase que impossível, ou seja a exportação de carne e abertura de mercado para paises do Oriente Médio, dentre outros.
Presenciei também o pessoal do JBS, ou como é mais conhecido Grupo Friboi começando com um pequeno frigorifico em Formosa – GO e hoje sendo lider mundial em produção de carne com indústrias nos EUA, Austrália, Argentina, além do Brasil, é dificil de imaginar quantos problemas tiveram.
Temos que ter em mente que uma classe pecuária forte depende de uma indústria frigorífica forte e bem estruturada, que não devemos ser inimigos e sim parceiros.
Se muitos pecuaristas tem reclamações de muitos frigoríficos, sobre as suas balanças e a “toilitte” (é bom lembrar que não se vende nervos, hematomas e pelancas à vácuo) existe também a reclamação de vários frigorificos com relação a pecuaristas que mandam para abate gado mal terminado, impróprio para o abate, fora do peso ideal, muitas vezes magro e de péssima qualidade, sem falar nos bois inteiros que fazem os frigorificos engolirem goela abaixo.
Vamos ser objetivos, dependemos uns dos outros, temos que ser parceiros para continuarmos a crescer juntos.
Retornando ao tema da nossa conversa, os frigorificos não são contra a exportação de gado vivo e sim contra a desigualdade tributária que existe entre os exportadores de gado vivo e os frigorificos, pois eles tem encargos trabalhistas e impostos pesadissímos sem contar com os gastos com meio ambiente e muitos outros.
Complementando, o Sr Gil Reis que é advogado, apresentador de TV e grande matemático como se auto intitula, deveria fazer uma visita a uma indústria frigorífica de grande porte para ver a grande quantidade de empregos que gera e a quantidade de tributos que paga. É infinitamente maior o que se agrega valor ao abater um boi aqui no Brasil ou vende-lo ao exterir vivo, principalmente para quem conhece o setor a não ser que tenhamos algum interrese com o desemprego na Venezuela (hoje o maior importador) ou amigos do Sr. Hugo Chavez.
A lei da oferta e da procura não foi e não vai ser revogada.
Vamos torcer, nós os pecuaristas, para que mais importadores venham comprar nossos bois vivos, pois só assim conseguiremos melhores preços.
Se os importadores compram nossos bois vivos e os levam para matar em seus paizes é sinal que o negócio é bom para eles e se é bom para eles, muito melhor para nós.
Deus que abençoes os importadores de gado vivo, que eles aumentem e que façam concorrência com o cartel existente aqui no Brasil.
Senhor Renato Morbim,
Li e reli meu artigo, não consegui visualizar em nenhum momento qualquer ataque aos frigoríficos.
Alguns comentários realmente fazem carga contra, entretanto, acredito que se deve ao fato de que os frigoríficos repassam os preços que conseguem na cadeia de distribuição e como estão mais próximos dos fazendeiros são os responsabilizados.
Intrigado com o recente aumento de preço da carne nas prateleiras das grandes redes de distribuição e o fato de que tanto os pecuaristas quanto os frigoríficos não auferiram nenhuma vantagem com tal aumento, encomendei uma pesquisa de preços da carne em cinco estados: São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro e Pará.
O resultado da pesquisa foi surpreendente o preço praticados pelos supermercados alcançavam índices que iam de 36 a 115% sobre os dos frigoríficos.
O meu artigo foi uma resposta ao Presidente do Centro das Ind. de Curtumes do Brasil criticando a exportação do boi vivo, sob a alegação que não agrega valor.
Jamais poderia criticar os frigoríficos porquanto conheço a atividade e, mais, caso você e os outros não saibam, os dois maiores exportadores de gado vivo do Brasil são dois frigoríficos.
Os inimigos da cadeia produtiva da carne são: a taxa cambial, o BNDES, a mortandade de matrizes e o custo da reposição do rebanho. Caso o governo quisesse passar do discurso à ação subsidiaria a reposição dos rebanhos, a pecuária é um negócio como outro qualquer, apenas com uma carga de sacrifícios maior do que qualquer outro.
Quanto à matemática, jamais intitulei-me grande matemático, para minha vergonha fui um péssimo aluno na disciplina, entretanto, aprendi muito bem as quatro operações, o que foi o suficiente para o artigo, não sei se o sr. percebeu.
Aqui vai uma advertência para os pequenos, médios e grandes frigoríficos que se restringem à produção e aos pecuaristas:- o negócio não é mais de produção e sim financeiro, alguns grandes grupos frigoríficos receberam aportes de recursos do BNDES com o dinheiro da viúva (em pelo menos 1 caso de mais de 2 bilhões de reais) e vão “botar prá quebrar”, quem for pequeno, médio ou grande sem “padrinho” vai quebrar. Quando o jogo tem regras flutuantes e o jogador não tem um “ás” na manga sabemos o que acontece.
Senhor Renato o senhor ia muito bem até partir para o ataque pessoal a mim e as minhas profissões, quem quer ser respeitado respeita. As besteiras que o senhor disse a respeito da exportação são perdoáveis, inclusive sobre a Venezuela que por praticar politica rural (semelhante a praticada no Brasil hoje, passou de exportador a importador), por desconhecer os assunto.
Só para lembrá-lo, a carne goza dos mesmos benefícios fiscais do Boi ao ser exportada e gera empregos nas grandes redes de distribuição no exterior, o consumidor não compra carne no porto.
Acho que os pecuaristas e o frigoríficos deviam ser aliados. Não critique alguns pecuaristas pelo boi, ele entrega o que produz.
A insurgência dos cortumes contra a exportação de gado é irônica, pois eles não seriam favoráveis à proibição ou taxação de exportação do couro beneficiado. Afinal, se exportássemos couro apenas na forma de sapato, agregarÃamos muito mais valor, não é mesmo?
Por causa desse desconhecimento, de como funciona e benefícios para todos os envolvidos, inclusive para o Estado é que as autoridades o Ministério Público e UNIEC, uma filhotinha desorientada da ABIEC, têm promovido ações para impedir a atividade.
Esse artigo é suficientemente didático e vai possibilitar a redução da ignorância.
Ótima matéria, concordo em genero nº e grau.
ao meu ponto de vista devemos insentivar ao maximo esta atividade.
Tudo que a pecuaria fizer, e puder anda junto com a agricultura ao maximo ao meu ponto de vista é otimo, incluindo tudo MO, MP etc.
Aproveitando para lembrar que o Brasil é o maior exportador de carne do mundo (infelizmente não é o melhor) com uma relação histórica, com mais de 50 anos, de 1 ser humano : 1 bovídeo.
O que seria do Estado do Pará, onde essa mesma relação já deveria ser de 3 bovídeos para cada humano.
Fácil de explicar com mais números: embora o preço do boi em pé no Pará esteja cerca de 25% aquém do praticado em São Paulo, curiosamente o preço da carne nos supermercados é equivalente nos dois Estados.
Alguém está ganhando muito.