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Exportação: troca de bovinos vivos por carne pode gerar valor agregado de até R$ 1,9 bilhão

Um estudo feito por professores da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) analisou o impacto econômico de uma possível proibição da exportação de bovinos vivos do Brasil. Segundo a pesquisa, a substituição da exportação de gado vivo por carne e subprodutos pode gerar mais valor economicamente. 

“Quando a gente vai olhar para o primeiro cenário, de qual o impacto da exportação de carne e subprodutos no lugar da exportação dos bovinos vivos, a gente consegue obter um ganho em valor agregado entre R$ 1,46 bilhão, de impactos diretos e indiretos, até R$ 1,91 bilhão, quando a gente considera o impacto do efeito do aumento de renda”, destacou Maira Spanholi, da Unemat.

A avaliação dos cenários foi apresentada pela professora durante uma audiência pública da Comissão de Meio Ambiente da Câmara dos Deputados realizada nesta quinta-feira, 11. O encontro discutiu a exportação de animais vivos por via marítima.

Ainda conforme o estudo, se os abates dos animais exportados vivos forem feitos no Brasil e a carne for destinada ao exterior, isso poderia gerar entre 5,5 mil a 7,2 mil empregos adicionais na economia brasileira. Além disso, o potencial de arrecadação tributária é de até R$ 610,7 milhões. 

O outro cenário analisado foi a destinação dessa carne para o consumo interno. O valor adicional com a comercialização ficaria na faixa de R$ 821,7 milhões até R$ 854,6 milhões, enquanto, no meio logístico, poderia gerar um incremento de R$ 69,9 milhões a R$ 87,5 milhões. Já a geração de emprego ficaria entre 7 mil e 8,4 mil novos postos e uma arrecadação que poderia chegar a R$ 109,2 milhões. 

Projeto propõe restrição gradual à exportação de animais vivos

Um dos projetos de lei que tramita na Câmara dos Deputados e trata da proibição da exportação de animais vivos é a proposta 2.627, de 2025, de autoria da deputada federal Duda Salabert (PDT-MG). A matéria propõe um programa para o fim progressivo das exportações de animais vivos para abate em dez anos. Também estabelece critérios para o transporte terrestre e marítimo desses animais até o encerramento do prazo. 

A deputada foi a autora dos requerimentos para realização da audiência pública e disse que vai buscar apoio do setor produtivo da bovinocultura de corte e da bancada ruralista. “Acreditamos que, para conseguir esse avanço [aprovação], nós temos que trazer a bancada do boi para dialogar e mostrar tudo que está sendo trazido aqui nesta audiência, o absurdo que é essa atividade. E acredito que nós temos um cenário para poder avançar nesta Casa”, comentou a parlamentar.

Além do estudo apresentado pela professora da Unemat, a audiência contou com representantes de organizações da sociedade civil que defendem direitos  dos animais e do governos, através do Ministério de Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA). Durante a discussão, os participantes apontaram problemas que o transporte em alto mar de animais vivos para abate pode causar, como o risco sanitário e a falta de bem-estar animal.

Um dos desdobramentos que Salabert pretende tomar é a formulação de outra proposta legislativa. “O primeiro encaminhamento é criar um projeto de lei exigindo o licenciamento ambiental para a atividade de exportação de animais”, disse. Também afirmou que irá protocolar na Comissão de Meio Ambiente um requerimento de convocação do ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, para dar explicações sobre as condições de transporte desses animais. 

Fonte: Estadão.

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