As exportações brasileiras de carne bovina in natura cresceram quase 125% em volume em agosto passado em relação ao mesmo mês de 2000, alcançando 55,265 mil toneladas, em equivalente-carcaça. Em receita, o ganho foi de 71% sobre agosto de 2000, totalizando US$ 83,585 milhões, segundo dados da Secex compilados pela FNP Consultoria.
Considerando também as vendas de carne industrializada, o volume total exportado em agosto foi de 82,540 mil toneladas, em equivalente-carcaça, o que denota um aumento de quase 68% com relação a agosto de 2000. A receita de carne industrializada e in natura soma US$ 104,8 milhões, contra US$ 69 milhões de agosto de 2000.
De acordo com a FNP, tanto em volume, como em receita, os valores são os maiores registrados desde janeiro de 1999. A desvalorização do real em relação ao dólar – que torna o produto brasileiro mais competitivo – foi um dos fatores que alavancaram as exportações em agosto.
Além disso, o Brasil está beneficiando-se com o fato de a Argentina e o Uruguai estarem com suas exportações suspensas devido aos casos de febre aftosa. Segundo José Vicente Ferraz, da FNP, os europeus voltaram a comprar depois de um período de retração no consumo por conta da doença da ‘vaca louca’ e da febre aftosa.
Preço da carne
Os preços da carne brasileira também têm sido atraentes para os importadores. Segundo a Secex, o preço médio da carne in natura na exportação em agosto foi US$ 1.512/tonelada, queda de 24% sobre agosto de 2000.
A movimentação no mercado de boi gordo indica que as exportações devem continuar firmes, conforme analistas. Na quinta-feira, a arroba atingiu R$ 46,00 (para descontar o Funrural) em São Paulo, alta de 7% no mês. Alcides Torres, da Scot Consultoria , diz que os pecuaristas também reduziram as ofertas.
Segundo Edivar Queiroz, da Abiec, os importadores do Oriente Médio estão pedindo a antecipação dos embarques de outubro. Eles estariam preocupados em se abastecer, temendo um eventual conflito envolvendo países locais. Conforme Marco Bicchieri, a antecipação se deve ao Ramadã, mês sagrado dos muçulmanos, em novembro. Como não há vendas no período, os embarques têm de ser feitos até meados de outubro.
Fonte: Valor Online (por Alda do Amaral Rocha), adaptado por Equipe BeefPoint