A Austrália projeta mais um ano com aumento das exportações de carne do país. A expectativa é de crescimento de 8,9%, para 995 mil toneladas em relação a 2004, de acordo com previsão da Meat & Livestock Austrália (MLA) divulgada ontem.
Porém, os especialistas estão incertos quanto ao impacto do fim do embargo japonês e sul coreano sobre as importações de carne dos Estados Unidos. Caso as vendas continuem restritas, a expectativa é que as exportações para estes dois países em 2005 excedam o recorde de 947 mil toneladas de 2001 e as atuais 913.799 toneladas de 2004, disse o analista chefe da MLA.
A previsão da MLA é que as exportações de carne do país para o Japão cresçam 9,3% para 430 mil toneladas em 2005, o que representaria um recorde sobre as 393.471 toneladas do ano passado.
No caso dos EUA, segundo maior consumidor do produto australiano, as exportações deverão subir 2,9% para 360 mil toneladas, contra 349.751 toneladas. Para a Coréia do Sul, a MLA projeta um aumento de 23% nas exportações, passando das 93.310 toneladas em 2004, para 115 mil toneladas neste ano.
Para Weeks, o impacto da alta dos preços e a firme demanda consumidora nos EUA devem superar a valorização do dólar australiano.
No mercado interno, a projeção da MLA é de modesto crescimento com um consumo estimado em 785 mil toneladas, aumento de 3% sobre as 774 mil toneladas de 2004. No mercado externo, os números incluem a carne bovina desossada, enquanto no mercado interno o produto é pesado com osso.
A produção total de carne deve crescer 5% para 2,25 milhões de toneladas neste ano, segundo a previsão da MLA. Mas, para as exportações de animais vivos, a expectativa é de queda para 580 mil animais, menos 18% ante as 635 mil cabeças do ano passado. Forte competição, preço recorde do animal vivo, firmeza do dólar australiano e aumento dos custos com frete são fatores que continuarão pressionando o comércio de animais vivos, afirmou Weeks.
Ontem, o Escritório de Estatísticas da Austrália divulgou os dados sobre produção de carne em dezembro: houve um recuo de 1,9% para 172.090 toneladas na comparação as 175.395 toneladas em novembro de 2004, mas subiu 0,8% sobre as 171.899 toneladas de dezembro de 2003.
Fonte: Estadão/Agronegócios (por Fabíola Gomes), adaptado por Equipe BeefPoint