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Exportações de carne bovina cresceram 6% até novembro

As exportações de carne bovina somaram US$ 967,9 milhões entre janeiro e novembro deste ano, um desempenho 6% superior ao mesmo período de 2001. Em volume, as vendas externas cresceram 14,9%, para 856,6 mil toneladas em equivalente carcaça, segundo dados divulgados ontem (09) pelos Indicadores Pecuários, da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo (Cepea-USP).

Na comparação entre novembro deste ano e o mesmo mês de 2001, as exportações cresceram 3,6% em valor, para US$ 98,2 milhões, e 15,9% em volume, para 96,6 mil toneladas em equivalente carcaça. Os maiores compradores de carne fresca resfriada foram Chile e Holanda. No caso da carne in natura congelada, destacam-se como principais compradores Arábia Saudita, Egito, Rússia, Filipinas, Itália, Holanda e Reino Unido.

“Temos conquistado novos mercados, como Rússia e Oriente Médio, e ficamos mais competitivos no mercado externo com a desvalorização do real. Em 2003, consolidaremos nossa posição com a abertura dos mercados chinês e americano à nossa carne, além do aumento da cota Hilton na União Européia”, avalia o coordenador-geral do Fórum Nacional Permanente da Pecuária de Corte da CNA, Antenor Nogueira. Para o ano que vem, ele prevê crescimento de 10% e 15% no faturamento, basicamente com maior abertura do mercado chinês. “Falta pouco para começarmos a vender carne para a China, que será trocada pelo milho deles”, comentou o coordenador.

A volta ao mercado de países que tiveram graves problemas sanitários em 2001, além das fortes desvalorizações cambiais no Brasil e na Argentina, derrubaram os preços internacionais no acumulado do ano. A cotação da carne brasileira in natura recuou 9,3% entre janeiro e novembro, passando de US$ 2.028 para US$ 1.839 por tonelada. Os preços médios da carne industrializada tiveram uma variação negativa de 1%, sendo vendida a US$ 1.993 por tonelada frente aos US$ 2.013 registrados no ano passado. No mês de novembro, a carne industrializada teve um forte recuo de 10,25% e a mais baixa cotação do ano: US$ 1.752 por tonelada.

Mercado interno

A CNA também está interessada em aumentar o consumo interno de carne bovina. Nos próximos dias, a CNA e o Serviço de Informação da Carne (SIC) lançam uma campanha de mídia no Estado de São Paulo incentivando o consumo por parte da população. A intenção é fazer com que o consumo per capita cresça dos atuais 35,4 kg/anuais para algo em torno dos 40 kg. Em 1995, esse consumo era de 34,5 kg/habitante/ano, o que, para Nogueira é uma estagnação. No mesmo período, o consumo per capita de carne suína passou 9,2 kg/ano (em 1995) para 11,5 kg/ano (2002). Já o balanço da carne de frango mostra um consumo de 23,3 kg/ano em 1995 e de 31,9 kg/ano em 2002. “Vamos mostrar que nossa carne bovina é muito saudável”, diz Nogueira.

Cotações

Novembro marcou o maior valor nominal do preço da arroba de boi gordo, quando o Indicador Esalq/BM&F chegou a R$ 59,07 à vista. Depois disso, houve quedas consecutivas e o mês fechou com retração de 0,76%. Principal indicativo sobre a tendência dos agentes de mercado nos próximos meses, os contratos futuros da BM&F fecharam novembro cotados a R$ 54,70 para dezembro, R$ 53,75 para janeiro e R$ 52,85 para fevereiro.

A entressafra chegou a novembro sem dar sinais de melhora na oferta de boi gordo. Os preços foram reajustados em todas as praças quase todos os dias, com exceção apenas do Rio Grande do Sul. As vendas também se retraíram, mas a baixa oferta devido ao abate aquém da capacidade dos frigoríficos forçou a alta de preços.

Fonte: Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e Valor On Line (por Rodrigo Bittar), adaptado por Equipe BeefPoint

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