Caminhões com carne bovina canadense não cruzarão a parcialmente reaberta fronteira entre os Estados Unidos e o Canadá na data inicialmente determinada de primeiro de setembro. As permissões para alguns cortes de carne bovina sem osso aos EUA não deverão ocorrer até o final de semana do Dia do Trabalho, segundo informou um porta-voz do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), Ed Curlett.
Estas exportações servirão para estimular o primeiro passo da indústria de carne bovina canadense rumo à recuperação da crise gerada pelo surgimento de um caso de encefalopatia espongiforme bovina (EEB) no país.
“Nós estamos planejando ter um grande número de animais disponíveis para negociar as permissões e enviá-los no momento certo. Mas algum deles irá na primeira semana? Provavelmente não”.
Nenhuma notificação foi mandada para os aduaneiros dos EUA informando sobre a permissão de importação de carne bovina canadense, informou o oficial. Os exportadores de carne bovina do Canadá, que sofreram perdas de mais de Cdn$ 1 bilhão (US$ 713,72 milhões) desde o surgimento da doença, em 20 de maio, disseram que um pequeno atraso não será um prejuízo muito grande depois do que a indústria já sofreu.
“Assim que estas permissões forem lançadas, dentro de 24 horas, a carne bovina canadense será colocada em contêineres, os certificados de exportação serão emitidos e a carne bovina chegará aos EUA”, disse o presidente da Federação de Exportação de Carne Bovina do Canadá.
Os EUA são os maiores consumidores de carne bovina do Canadá. Além disso, foram os primeiros a anunciar sua retirada parcial ao embargo à carne bovina canadense que foi levantado quase que imediatamente à descoberta do caso de EEB. O México tomou a mesma medida que os EUA alguns dias depois. Os EUA aceitarão alguns produtos de baixo risco, como carne bovina sem osso. Os bovinos vivos permanecerão proibidos em 34 mercados internacionais.
Pelas novas regulamentações, os inspetores de alimentos canadenses precisam se certificar que os carregamentos aos EUA são de bovinos de menos de 30 meses de idade, abatidos em fábricas que não processam animais mais velhos.
Novas medidas de segurança governando a alimentação dos animais e os testes para EEB também deverão ser lançadas dentro de poucas semanas. Os materiais de risco específico, como tecidos de cérebro e medula espinhal, que têm alto risco de transmitir a doença, já estão sendo removidos dos abatedouros canadenses desde 24 de julho.
O envio de carne bovina sem osso é somente o primeiro passo para reconstruir a prejudicada indústria. Negociações sobre a retomada do comércio de bovinos vivos, que foi no valor de Cdn$ 1,8 bilhão (US$ 1,28 bilhão) em 2002, continuam entre oficiais dos EUA e do Canadá.
Fonte: The Canadian Press (por Judy Monchuk), adaptado por Equipe BeefPoint