As exportações de carne bovina dos Estados Unidos em julho de 2025 totalizaram 89.579 toneladas, uma queda de 19% em relação ao mesmo mês do ano anterior e o menor volume registrado em cinco anos. O valor exportado também caiu 17%, alcançando 752,5 milhões de dólares, o nível mais baixo desde janeiro de 2023. No acumulado de janeiro a julho, as exportações ficaram 8% abaixo do ano passado em volume, com 691.800 toneladas, e 7,5% menores em valor, somando 5,67 bilhões de dólares.
O declínio foi causado principalmente pela não renovação, por parte da China, dos registros da maior parte das plantas frigoríficas e armazéns de carne bovina dos EUA, cuja validade expirou em março. Além disso, desde junho a China suspendeu as operações de 11 unidades norte-americanas. “O impasse sobre a habilitação das plantas com a China infelizmente continua, deixando a carne bovina dos EUA praticamente fora do mercado depois que os exportadores escoaram os estoques ainda elegíveis”, explicou o presidente da USMEF, Dan Halstrom. “A demanda em outros destinos se manteve relativamente resiliente, mesmo diante de preços mais altos, mas restaurar o acesso ao mercado chinês é claramente a prioridade urgente. O valor exportado e a participação da produção destinada ao mercado externo caíram em julho, refletindo a ausência da concorrência dos compradores chineses.”
Apesar disso, julho foi positivo para as exportações de carne bovina ao principal mercado, a Coreia do Sul, com embarques 13% maiores que no ano anterior, totalizando 19.907 toneladas, e um aumento de 10% no valor, para 186,4 milhões de dólares. No acumulado do ano, as exportações para a Coreia cresceram 9% em volume, com 146.084 toneladas, e em valor, alcançando 1,39 bilhão de dólares. Ao final de julho, o presidente Trump anunciou um acordo comercial com a Coreia, mas ainda sem detalhes sobre comércio agrícola. O país, entretanto, continua impondo restrições relacionadas à BSE, incluindo a proibição de carne de bovinos com mais de 30 meses de idade e limitações sobre determinados produtos de animais com menos de 30 meses. Também exige que bovinos canadenses sejam terminados nos EUA por pelo menos 100 dias. A remoção dessas barreiras poderia abrir novas oportunidades para os exportadores norte-americanos, estimadas em 140 milhões de dólares anuais.
A forte demanda na Coreia não foi suficiente para compensar a queda brusca nas exportações para a China, que despencaram 92% em julho, para apenas 1.110 toneladas, com valor 94% menor, abaixo de 8 milhões de dólares. Apesar de um primeiro trimestre relativamente favorável, de janeiro a julho as exportações para a China caíram 46%, com 55.632 toneladas, e o valor caiu 47%, para 481,4 milhões de dólares. Em 2024, a China foi o terceiro maior mercado em valor e o quarto em volume para a carne bovina dos EUA. As negociações comerciais entre Estados Unidos e China continuam, mas a tarifa total chinesa sobre a carne bovina americana permanece em 32%. Embora essa tarifa seja um grande obstáculo, a barreira mais severa continua sendo a falta de plantas habilitadas para exportar. Até que os reguladores chineses renovem os registros, reabilitem unidades suspensas e cumpram os compromissos assumidos no Acordo da Fase Um, os embarques permanecerão mínimos.
Outros mercados apresentaram resultados variados ao longo do período. Impulsionadas por aumentos na República Dominicana, Bahamas, Jamaica, Ilhas Cayman e Ilhas de Sotavento e Barlavento, as exportações para o Caribe em julho somaram 2.458 toneladas, 7% a mais que no ano anterior, com valor 20% superior, chegando a 24,3 milhões de dólares. No acumulado, o valor exportado para a região subiu 13%, alcançando 184,5 milhões de dólares, apesar da queda de 6% no volume, com 18.645 toneladas. Na América Central, julho registrou leve retração de 4% em volume, com 1.353 toneladas, mas o valor cresceu 36%, atingindo 14 milhões de dólares. As exportações para a Guatemala, principal mercado da região, subiram 9%, para 756 toneladas. De janeiro a julho, a região acumulou alta de 7% em volume, com 13.008 toneladas, e de 32% em valor, totalizando 117,2 milhões de dólares.
Na América do Sul, as exportações de julho alcançaram 1.756 toneladas, aumento de 24% em relação ao ano anterior, com valor 57% maior, de 13 milhões de dólares, impulsionado pela forte demanda no Chile. As exportações de miúdos bovinos para o Peru também foram destaque, chegando a 520 toneladas, o maior volume do ano. No acumulado, as exportações para a região cresceram 6% em volume, com 11.344 toneladas, e 41% em valor, alcançando 83,6 milhões de dólares. Já na África, as exportações de carne bovina, majoritariamente de miúdos, seguiram em alta em 2025, puxadas por embarques para Costa do Marfim, Marrocos e Gabão. Em julho, o volume cresceu 14%, para 934 toneladas, e o valor aumentou 60%, para pouco menos de 2 milhões de dólares. No acumulado, as exportações africanas subiram 20% em volume, com 8.099 toneladas, e 40% em valor, para 13,3 milhões de dólares.
As Filipinas também tiveram papel importante em julho, com importações de carne bovina dos EUA 51% maiores que no ano anterior, totalizando 1.921 toneladas e valor de 12,5 milhões de dólares, uma alta de 9%. Entre janeiro e julho, as exportações para o país cresceram 11% em volume, com 10.019 toneladas, e 4% em valor, chegando a 79,1 milhões de dólares. Isso incluiu um salto nas exportações de miúdos bovinos, que subiram 73% em volume, com 838 toneladas, e 72% em valor, com 2,1 milhões de dólares.
Em contrapartida, o Japão registrou queda de 4% em volume, com 21.048 toneladas em julho, e de 10% em valor, para 156,7 milhões de dólares. No acumulado, as exportações diminuíram 3% em volume, com 145.053 toneladas, e 7% em valor, somando 1,08 bilhão de dólares. O México também apresentou demanda enfraquecida, com 15.973 toneladas em julho, 24% a menos que no ano anterior, e valor 10% menor, de 110,8 milhões de dólares. De janeiro a julho, as exportações ao México recuaram 9% em volume, com 122.061 toneladas, e 3% em valor, somando 758,1 milhões de dólares. No caso de carne desossada, o Brasil se consolidou como o maior fornecedor de carne bovina ao México.
Em Taiwan, as exportações continuaram em queda, com retração de 24% em julho, totalizando 4.655 toneladas, e redução de 26% no valor, que ficou em 51,2 milhões de dólares. No acumulado, as exportações para o mercado taiwanês recuaram 12% em volume, com 32.521 toneladas, e 8% em valor, para 372,5 milhões de dólares.
Embora não tenham afetado os resultados de julho, barreiras relacionadas ao comércio halal foram recentemente reduzidas em dois mercados importantes. Nos Emirados Árabes Unidos, a carne bovina dos EUA deixou de ser limitada apenas ao porto de Dubai e ao setor de foodservice. Já o governo da Indonésia deu passos para reabrir seu mercado, encerrando um impasse que havia interrompido a maioria dos embarques norte-americanos.
Em julho, as exportações de carne bovina equivaleram a 368,09 dólares por cabeça de bovino abatido, uma queda de 12% em relação ao ano anterior. No acumulado de janeiro a julho, a média caiu 4%, para 403,89 dólares por cabeça. As exportações representaram 11,9% da produção total de carne bovina dos EUA e 10% da produção de cortes desossados, números bem inferiores aos de julho de 2024, que foram, respectivamente, 14% e 11,6%. No acumulado até julho, as exportações responderam por 13,3% da produção total e 11,1% da produção de cortes desossados, contra 14,1% e 11,8% no mesmo período do ano passado.
Fonte: USMEF, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.