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Exportações de carnes crescem US$ 1 bi

O Brasil deve fechar o ano com um crescimento de quase US$ 1 bilhão só nas exportações de carnes, alcançando US$ 2,7 bilhões, segundo projeções do setores de frango, bovinos e suínos. Para chegar a esse resultado, os exportadores tiveram dois importantes “aliados”: crises de sanidade na Europa, Argentina e Uruguai e a desvalorização do real. Além disso, houve a consolidação da Rússia como importador de carne suína do Brasil. Para 2002, há otimismo no crescimento dos embarques, mas em ritmo mais modesto.

Neste ano, os volumes avançaram bastante, ampliando o peso das exportações na produção brasileira. No caso da carne bovina, a participação passou de 9,4% em 2000 para 11,2% este ano, segundo a Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carne (Abiec).

O avanço na carne de frango é mais significativo: de 15% para 19%. “O dólar e problemas sanitários na Europa e na Ásia impulsionaram as vendas”, diz Cláudio Martins, diretor da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frango (Abef).

Para Martins, em 2002, o peso das vendas externas deve se manter, com os volumes atingindo 1,35 bilhão de toneladas. Além de contar com as boas vendas para a Europa, os exportadores apostam em mercados, como Chile, México, Canadá e China.

Se as exportações de frango são motivo de comemoração, a perspectiva de uma maior produção de carne de frango preocupa. Segundo a Associação Brasileira dos Produtores de Pintos de Corte (Apinco), a produção deve atingir 7,2 milhões de toneladas em 2002, 9% de alta. “De qualquer forma, a oferta interna continuará elevada”, lembra José Carlos Godoy, da Apinco.

Os exportadores de carne bovina, que ganharam vendas este ano com a ausência de Argentina e Uruguai do mercado e com a crise sanitária na Europa, também são cautelosos. O diretor da Abiec, Ênio Marques, acredita que os volumes devem crescer pouco. Ele lembra que o cenário da economia ainda é incerto e que as negociações para abertura de mercados pouco avançaram.

Conforme projeções da FNP Consultoria, a produção de carne bovina deve chegar a 7 milhões de toneladas em 2002, e as exportações, a 820 mil toneladas. “Há boas perspectivas para a Rússia. Além disso, os países árabes e o leste europeu devem continuar comprando no Brasil”, diz José Vicente Ferraz, da FNP.

O peso das exportações também é cada vez maior para o setor de suínos: de 6,1% no ano passado para 11,6% em 2001. Mas as vendas ainda estão muito concentradas. Hoje, os embarques para a Rússia representam 55% do total exportado.

Depois do que está sendo considerado o melhor ano para o setor, os exportadores se mantêm otimistas. Segundo Felipe da Luz Sobrinho, presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), a abertura da União Européia, ainda no primeiro semestre, poderá elevar a receita para US$ 430 milhões.

Se esse número se confirmar, a produção de carne suína pode ter outros resultados “históricos” em 2002. Segundo Jurandi Machado, do Instituto de Planejamento e Economia Agrícola de Santa Catarina (Icepa), a produção nacional de carne suína pode crescer até 8%. Caso esse número se concretize, seria necessário exportar cerca de 350 mil toneladas para a manutenção dos preços no mercado interno.

Fonte: Valor Online, por Alda do Amaral Rocha e Giuliano Ventura, por Equipe BeefPoint

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