O Brasil está perdendo espaço no mercado internacional de produtos acabados de couro, aqueles de maior valor agregado. O desempenho das exportações de couros nos primeiros sete meses do ano aponta queda nos embarques de couros semi-acabados (crust), da ordem de 8,6%, recuando dos US$ 105.222.912 registrados nos primeiros sete meses do ano passado, para US$ 96.179.381 em igual período deste ano.
O crescimento das exportações de couros acabados, por sua vez, registrou desaceleração pelo segundo mês consecutivo. Os embarques nos primeiros sete meses deste ano avançaram 38,2%, resultado aquém do crescimento de 42,2% em igual período do ano anterior.
Em contrapartida, as vendas físicas de wet blue para o mercado externo dispararam, com crescimento de 34,3% no período. A receita obtida com as exportações desse couro, entretanto, não acompanharam o mesmo ritmo, evoluindo apenas 22,9%, o que sinaliza clara depreciação do produto. “Em que pese o avanço global das exportações em 24,8%, de aproximadamente US$ 587,2 milhões para cerca de US$ 732,6 milhões, o fato é que o Brasil perde espaço nos mercados que consomem produtos de maior valor agregado”, analisa o presidente do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), Amadeu Fernandes.
A queda é decorrência da aplicação da resolução que reduziu a alíquota de exportação sobre o wet blue de 9% para 7% em janeiro deste ano. “Caso a medida não seja revista, o Brasil corre o risco de ser alijado do competitivo mercado de produtos elaborados, que agregam valor, criam empregos e geram divisas, para se transformar num mero fornecedor de commodities”.
Fonte: Diário Popular/RS, adaptado por Equipe BeefPoint