Exportações in natura recuam em novembro, acumulado do ano já ultrapassa valor total de 2006

Tanto o volume quanto a receita das exportações brasileiras de carne in natura apresentaram decréscimo em novembro, de acordo com os dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

Durante os 20 dias úteis de novembro de 2007, a receita gerada através da exportações brasileiras de carne in natura foi de US$ 308 milhões, referentes ao embarque de 99.100 toneladas.

Tabela 1. Exportações de carne bovina in natura

A quantidade exportada no mês passado foi 6,1% inferior ao volume registrado no mês de outubro desse ano. Se comparada ao mesmo período do ano passado, quando o Brasil exportou 121.589 toneladas, foi enviado ao exterior 18,5% menos carne em novembro de 2007.

Com relação a receita, a queda foi menor, devido ao aumento do preço médio da carne bovina in natura exportada. Na comparação com o mês anterior, novembro apresentou um recuo de 5,35%, em relação aos US$ 325,42 milhões de outubro. Em novembro de 2006, a receita gerada nas exportações de carne in natura foi de US$ 334,67 milhões, 7,97% superior ao mês passado.

Gráfico 1. Exportações de carne bovina in natura de janeiro 2004 a novembro 2007

O preço médio da carne bovina in natura exportada ficou em US$ 3.108/tonelada, alta de 0,8%. Em relação a novembro de 2006, quando o preço médio foi de US$ 2.752/tonelada, a valorização foi de 12,92%.

Gráfico 2. Preços médios das exportações de carne bovina in natura desde janeiro de 2002, em US$/tonelada

No acumulado dos últimos 11 meses, a receita aumentou 12,6%, em relação a 2006. Em 2007 as exportações já renderam US$ 3,236 bilhões, valor 3,25% superior ao total exportado no ano passado (US$ 3,134 bilhões). De janeiro a outubro, já foram exportadas 1.209.858 toneladas, crescimento de 8,04% quando comparado ao mesmo período de 2006.

Gráfico 3. Acumulado das exportações de carne bovina in natura nos 11 primeiros meses do ano

A pouca oferta de boi gordo para abate, tem forçado além da alta nos preços da arroba uma diminuição no número de animais abatidos. De acordo com os dados preliminares do SIF, em outubro de 2007 foram abatidos 20,59% menos animais doque no mesmo período de 2006, quando os frigoríficos “sifados” realizaram o abate de 2.202.822 de bovinos.

Conseqüentemente, a oferta de carne também diminuiu, causando elevação dos preços no atacado e no varejo. Na média do mês de novembro, o equivalente físico ficou em R$ 67,26/@, valor 16,93% a cima da média do mês anterior. No varejo de São Paulo, de acordo com os dados do Dieese, a alta foi de 4,70% em novembro, com o preço médio da carne ficando em R$ 10,47/kg.

Gráfico 4. Evolução dos preços da carne no atacado e varejo

Aliado ao aumento de preços no mercado interno e redução da produção, o dólar também têm estimulado os frigoríficos a se interessarem mais pelo mercado interno, influenciando negativamente o volume de carne exportada. Em relação ao mês de outubro, a moeda se desvalorizou 1,74%, sendo que na média do mês passado a cotação foi de R$ 1,7690.

Com a queda do dólar, em novembro, o indicador Esalq/BM&F boi gordo em dólares ficou em US$ 41,00/@. Essa valorização provocou redução na relação de troca de arroba por tonelada de carne exportada.

A relação de troca, indica quantas arrobas de boi gordo é possível comprar com o valor de uma tonelada de carne bovina in natura exportada pelo Brasil. No período, essa relação foi de 75,80 @/tonelada. Em 2007, a média dessa relação de troca está em 88,30 @/tonelada e em 2006, no ano inteiro, a média foi de 104,75 a/tonelada.

Gráfico 5. Relação de troca arrobas por tonelada de carne in natura exportada