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Exportações para os EUA devem ser liberadas em 30 dias

Em no máximo 30 dias, o Brasil deve retomar as exportações de carne bovina industrializada para os Estados Unidos, suspensas na quinta-feira (05) para ajustes no sistema de treinamento de pessoal e de fiscalização agropecuária. A expectativa é do diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa) do Mapa, Nelmon Oliveira da Costa. O governo federal, anunciou ele, já está tomando as providências para atender às exigências feitas pelos técnicos norte-americanos durante a auditoria realizada no país de 9 de março a 14 de abril deste ano.

De acordo com Oliveira, o governo decidiu suspender temporariamente as exportações de carne bovina industrializada para evitar que os EUA tomassem tal providência, alegando que o Brasil estava descumprindo o acordo de equivalência sanitária na área animal. “Trata-se de uma medida preventiva, adotada com a concordância do setor privado”, afirmou, acrescentando que se o embargo fosse decretado pelos Estados Unidos os prejuízos poderiam ser maiores. “Caso isso acontecesse, os embarques do produto para aquele mercado poderiam ser interrompidos por um período superior a seis meses”.

No relatório enviado ao Mapa, a missão apontou as medidas que o Brasil precisa tomar para se adequar ao sistema de fiscalização de sanidade animal dos EUA. Entre elas, está a necessidade de reforçar o quadro de pessoal da área de defesa sanitária. “Já estamos contratando mais 100 fiscais agropecuários e 210 agentes de inspeção”, revelou Oliveira. Além disso, o Mapa intensificará o programa de treinamento dos servidores que atuam no setor. “Até junho, eles farão cursos de atualização profissional”. Os funcionários de controle e qualidade dos 28 frigoríficos habilitados a exportador para os EUA também serão treinados.

A missão dos EUA apresentou outras exigências ao Mapa. Ela recomendou ao governo brasileiro que padronize a metodologia de análise dos laboratórios oficiais e dos credenciados. Os técnicos norte-americanos também pediram ao Brasil que altere alguns procedimentos de fiscalização dos frigoríficos. “Mas, em nenhum momento, eles apontaram qualquer falha capaz de comprometer a sanidade da nossa carne. Do ponto de vista da segurança alimentar, não há problema algum com o produto brasileiro”, destacou Oliveira.

Uma nova missão dos EUA deve vir ao Brasil a partir do próximo dia 16 para avaliar as medidas adotadas para cumprir todos as cláusulas do acordo de equivalência sanitária. “Os norte-americanos se dispuseram a voltar ao país ainda este mês”, informou o diretor do Dipoa. Ele esclareceu também que as carnes processadas até a última quarta-feira, um dia antes da suspensão, podem continuar sendo embarcadas para aquele mercado. Por isso, Oliveira acha que a interrupção não terá grandes reflexos nas exportações brasileiras de carne industrializa.

Na avaliação do diretor do Dipoa, a decisão de suspender a venda de carne processada para se adequar integralmente ao acordo bilateral de equivalência sanitária entre os dois países pode contribuir na liberação das exportações brasileiras de cortes in natura para os EUA. O assunto será discutido a partir do próximo dia 22, durante reunião do Comitê Consultivo Agrícola Brasil-EUA, em Washington.

Em 2004, as vendas de carne de gado industrializada para os Estados Unidos renderam ao Brasil US$ 197 milhões. Isso representa 40% de todas os embarques de peças processadas de bovino feitas pelo país no ano passado.

Fonte: Mapa, adaptado por Equipe BeefPoint

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