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Exportações para UE e Rússia apresentam recuo

A crise financeira mundial está desacelerando as exportações de carne bovina brasileira para a União Européia. A falta de crédito para importação praticamente paralisaram as vendas do produto do brasileiro para a Rússia. Os exportadores admitem, ainda, que diante das oscilações do câmbio fica difícil fechar novos contratos. O fato é que tanto importador quanto exportador adiam negócios atualmente por não saber o valor do dólar.

A crise financeira mundial está desacelerando as exportações de carne bovina brasileira para a União Européia. Esta é a expectativa da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), que participa do Salão Internacional da Alimentação (Sial 2008),uma das maiores feiras mundiais de alimentos e bebidas, em Paris (França).

A Abiec anunciou nesta segunda, dia 20, que as empresas estão com o pé no freio nos negócios, operando com cautela até que haja um ajuste na economia. Houve redução dos abates por causa dos riscos, mas o anúncio não diminui a euforia dos empresários que participam do Sial 2008.

A falta de crédito para importação praticamente paralisaram as vendas do produto do brasileiro para a Rússia. Com incerteza em relação à capacidade de pagamento dos russos por conta da crise financeira internacional, frigoríficos brasileiros já suspendem a produção destinada àquele país. Os russos, por sua vez, pedem prazos maiores para pagar a carne que está a caminho ou que já chegou aos portos de São Petesburgo e Roterdã, na Holanda. E cresce o temor de que os russos poderão não cumprir contratos de importação.

Luis Carlos de Oliveira, diretor-executivo da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), diz que recebeu da entidade que reúne importadores russos de carne correspondência em que alega dificuldade de crédito junto a bancos para pagar a mercadoria adquirida.

Além do crédito escasso, a grande oferta de produto explica a decisão russa de pedir mais tempo para pagar ou queda no preço da carne comprada. Segundo uma empresa exportadora brasileira, em 15 dias o preço da tonelada de cortes dianteiros exportados à Rússia caiu de US$ 4.300 para US$3.200 por causa da maior oferta. Outra razão é o câmbio: como o real perdeu valor ante o dólar, os importadores pressionam, pois na prática, os exportadores do Brasil estão recebendo mais reais por tonelada vendida em dólar.

Roberto Russo, presidente do frigorífico Independência, disse, quena média, importadores pagam 20 dias após a compra da mercadoria. Com o novo cenário, estão pedindo mais 10 a 15 dias. “O fluxo [de negócios] não vai parar”, disse, apesar do impasse.

Os exportadores admitem, ainda, que diante das oscilações do câmbio fica difícil fechar novos contratos. O fato é que tanto importador quanto exportador adiam negócios atualmente por não saber o valor do dólar.

As informações são de Alda do Amaral Rocha do jornal Valor Econômico e Cristiano Dalcin, do Canal Rural, resumidas e adaptadas pela Equipe BeefPoint.

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