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Exportações registram queda em 2009

No ano de 2009 a receita das exportações do agronegócio caiu 9,8% em 2009 em relação ao ano anterior e atingiu US$ 64,7 bilhões. A diminuição das exportações agropecuárias foi menor que a dos demais produtos exportados pelo Brasil, que apresentaram queda de 30%, o que fez com que as exportações agropecuárias aumentassem sua participação na balança comercial, subindo de 36,3% em 2008 para 42,5% em 2009. As exportações de carnes representaram 18% das exportações em 2009. As exportações de carne bovina in natura em 2009 as exportações atingiram o pior patamar dos últimos 4 anos em relação ao volume e a receita.

No ano de 2009 as exportações brasileiras apresentaram queda em sua receita, essa diminuição deveu-se a retração dos preços devido a crise financeira internacional, já que o volume de exportações se manteve praticamente estável, de 2008 para 2009 com queda de apenas 0,4%. Conforme o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, a receita das exportações do agronegócio caiu 9,8% em 2009 em relação ao ano anterior e atingiu US$ 64,7 bilhões.

A diminuição das exportações agropecuárias foi menor que a dos demais produtos exportados pelo Brasil, que apresentaram queda de 30%, o que fez com que as exportações agropecuárias aumentassem sua participação na balança comercial, subindo de 36,3% em 2008 para 42,5% em 2009. As exportações de carnes representaram 18% das exportações em 2009, sendo o segundo lugar no ranking das exportações brasileiras, conforme informou o Ministério da Agricultura.

Para as exportações de carne bovina in natura a situação não foi diferente, em 2009 as exportações atingiram o pior patamar dos últimos 4 anos em relação ao volume e a receita. A exportação de carne bovina in natura rendeu U$ 3,02 bilhões, com o envio de 926 mil toneladas ao exterior, um decréscimo de 24,5% em receita e 9,5% em volume em comparação com 2008.

Tabela 01. Exportações brasileiras de carne in natura

Vale ressaltar que o preço médio da tonelada de carne bovina in natura exportada em 2009 (US$ 3.600/tonelada) permaneceu praticamente estável na comparação com a média registrada em 2008, com valorização de 0,03% no ano passado.

As previsões do USDA para 2010 são extremamente positivas e prevêem um aumento das exportações brasileiras de carne para 1,9 milhões de toneladas, um patamar ainda abaixo dos volumes recordes exportados no ano de 2007.

Gráfico 01. Exportação brasileira de carne bovina em volume (toneladas equivalente de carcaça)

Para Leopoldo Saboya, diretor financeiro e de Relações com investidores da BRF-Brasil Foods, o dólar que no ano de 2009 oscilou em patamares superiores aos de 2008, o que poderia refletir na perda de competitividade dos produtos brasileiros, não foi e não será suficiente pra prejudicar as exportações brasileiras. Segundo ele, a competitividade do Brasil não está lastreada no nível de câmbio, pois em boa parte do ano de 2007 e 2008 o Brasil esteve com um câmbio muito próximo do que está atualmente, o problema do câmbio é quando seu movimento ocorre de maneira muito rápida. “Temos disponibilidade de matéria-prima, espaço para crescer e não temos problemas de sanidade. Esse é o contexto geral da nossa competitividade. Não é o câmbio quem vai mudar estruturalmente o quadro competitivo”, afirmou.

Entretanto alguns especialistas do setor acreditam sim que o dólar poderá dificultar essa retomada, Ricardo de Castro Merola, presidente da Associação Nacional dos Confinadores (Assocon), avalia que o dólar desvalorizado tornou a carne brasileira muito cara e o país sofreu com a concorrência. Segundo ele, a conquista de novos mercados, como Japão, Coreia do Sul e Estados Unidos, que pagam preços melhores, seria uma saída para compensar as perdas com o câmbio.

O dólar desvalorizado no Brasil dá vantagem aos vizinhos Argentina e Uruguai no mercado internacional de carne bovina. Essa avaliação foi feita por James Cruden, diretor da área de bovinos do Marfrig. Com isso, mesmo com o preço da carne bovina em alta no mercado internacional, o que poderia reaquecer as exportações brasileiras, o desempenho das vendas externas do setor e da companhia ainda é incerto este ano. Otávio Cançado, diretor-executivo da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec) afirmou que “o ideal para a exportação da nossa carne é o dólar ser de R$ 2,20 para cima”

Gráfico 02. Valor do Real em relação ao Dólar de compra (PTAX) (R$/U$)

A previsão do secretário de Relações Internacionais do Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), Célio Porto, é que as medidas governamentais que desestimulam a entrada de capital especulativo vão ajudar o câmbio a ficar mais equilibrado nas exportações em 2010. “Para o setor produtivo, o ideal é que essa especulação seja isolada e que as medidas do governo evitem a afluência desses capitais de investimento na bolsa prejudicando o lado real da economia, ou seja, a produção interna e as exportações”, prevê o secretário.

Em relação as exportações em 2010, o Ministério da Agricultura divulgou que a quota de exportação para a Rússia em que o Brasil está inserido aumentou de 73 mil toneladas para 448,3 toneladas (aumento de 500%), o que favorece um aumento nas exportações da carne brasileira para o seu principal comprador. Além disso, a reabertura das exportações de carnes bovina e suína para a África do Sul, que foram interrompidas em 2005 por conta dos casos de febre aftosa, é também uma expectativa para o setor.

Para o Secretário de Defesa Agropecuária, Inácio Kroetz, é importante destacar as 17 missões técnicas internacionais que ocorreram em 2009 para inspeções na área de defesa agropecuária, o que irá garantir manutenção das exportações de carne bovina e abertura de novos mercados em 2010. Outro ponto favorável às exportações foi o aumento dos estabelecimentos aptos à exportação à União Europeia em 2009, totalizando 1.827 estabelecimentos, segundo divulgou o Ministério da Agricultura.

0 Comments

  1. Humberto de Freitas Tavares disse:

    Uma outra maneira de ver a queda nas exportações é que ela se deve ao fortalecimento do mercado interno. Isso mostra que

    — Tem melhorado muito o poder aquisitivo do povo brasileiro

    — Ficam fortalecidos os frigoríficos menores, e se retarda a tendência inexorável de redução no seu número

    — Os importadores vão ter que disputar a nossa carne, que junto com a argentina e uruguaia é a mais saudável do mundo.