Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), em maio foram exportadas 97.778 toneladas de carne bovina in natura, gerando um montante de US$ 375,55 milhões. O maior crescimento da receita se deve à valorização da carne brasileira no mercado internacional. De acordo com os dados divulgados pelo MDIC, o preço médio da tonelada de carne bovina in natura exportada foi de US$ 3.841.
Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), nos 20 dias úteis do mês de maio foram exportadas 97.778 toneladas de carne bovina in natura, gerando um montante de US$ 375,55 milhões.
Gráfico 1. Exportações de carne bovina in natura, receita e volume
Ao observar a receita, temos um crescimento de 22,01% em relação ao mês de abril. Em relação a maio de 2007, o aumento foi de 5,57%, neste mês os exportadores arrecadaram US$ 355,74 milhões com as vendas de carne bovina in natura.
Tabela 1. Exportações de carne bovina in natura
Gráfico 2. Preço médio da carne bovina in natura exportada
Esta situação, mais uma vez, evidencia que a carne bovina brasileira está sendo mais valorizada no exterior. Confirmando o aumento da demanda mundial por carne, principalmente nos países emergentes e produtores de petróleo, e consolidando a posição do Brasil como grande player no mercado internacional.
Gráfico 3. Acumulado das exportações de carne bovina in natura nos 5 primeiros meses do ano, receita e volume
A arroba do boi gordo em dólares foi cotada a US$ 48,53/@. Apesar do boi gordo em dólares ter registrado alta de 6,06%, impulsionado pelo aumento da cotação do boi (R$ 80,52/@ – média do mês de maio) e pela desvalorização da moeda americana frente ao real (R$ 1,6593/US$ – média do mês), a relação de troca melhorou 5,33% – em relação ao mês passado -, ficando em 79,15@/ton. Vale ressaltar que a média, desde janeiro de 2002, desta relação é de 99,51@/ton.
Gráfico 4. Relação de troca arrobas por tonelada de carne in natura exportada
A abertura de novos mercados para a carne brasileira deve ser o principal resultado da mudança de status, avaliou o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes.
Na avaliação do presidente da FAEP, Ágide Meneguette, o reconhecimento implica novas responsabilidades. “Uma coisa é reconquistar o reconhecimento da OIE e outra, é reconquistar o mercado”, observou.
Já o diretor executivo do Fundo de Desenvolvimento da Agropecuária do Estado do Paraná (Fundepec), Ronei Volpi destacou a importância da conquista para bovinocultores e, principalmente, suinocultores, que perderam muito espaço no mercado internacional.
Para o superintende geral da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Luciano Vacari, a recuperação do status sanitário é um grande salto à pecuária, principalmente em relação às exigências da União Européia e que certamente, abrirão novos mercados. “Com a OIE avalizando a situação sanitária desses estados – grandes produtores e exportadores de carne bovina – coloca-se por terra qualquer dúvida sobre aspecto sanitário e isso, certamente, fará com a UE reveja seus conceitos. Grande parte do mercado internacional vai se basear na recuperação do status e com isso, abrir mercado à carne mato-grossense e brasileira. Não há mais embasamento técnico para depreciar nosso rebanho”, comemora Vacari.
Outra boa notícia é que os russos liberaram novamente os envios de carne bovina provenientes do Mato Grosso. As vendas estavam suspensas desde fevereiro deste ano, após o surgimento de casos de estomatite vesicular em dois bovinos e um suíno de duas propriedades de pequeno porte do município de Cocalinho.
Segundo o assessor econômico da Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (Fiemt), Carlos Vitor Timo Ribeiro, ainda não é possível mensurar em quanto tempo haverá reflexos da retomada das compras à pauta estadual, já que isso depende muito mais da dinâmica do mercado. “Mas, sem dúvida, os russos são os parceiros mais importantes que o Estado tem”, comentou.
Ele lembrou que em 2007 a Rússia foi responsável pela compra de 36% dos volumes de carne bovina exportados por MT, (US$ 186 milhões), consumiu 78% da carne suína (US$ 43 milhões) e 14% das aves (US$ 15 milhões). Para o consultor em pecuária da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado (Famato), Luiz Carlos Meister, a reabertura desse mercado consumidor gerará impacto positivo na valorização da arroba, “assegurando a tendência de alta, pois as variações positivas estão sendo registradas semanalmente” e também aumentará o volume de animais nas escalas de abate dos frigoríficos exportadores.
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Importante notar que o volume em toneladas caiu em mais de 150.000 toneladas em relação ao mesmo período do ano anterior – é um dado muito importante e que não sei porque não está sendo considerado nas otimistas análises que estão sendo feitas.
Em função do aumento dos preços e claro do embargo branco da União Européia, esta queda expressiva de volume se acentuou neste periodo e tende a aumentar significativamente nos próximos meses. Mesmo com a clara falta de alimentos no mundo, os países importadores que sobraram para a carne brasileira não vão ter condições de pagar os preços que os frigorificos estão sendo obrigados a pedir em função do aumento do preço do boi. E claro, o volume em toneladas exportadas vai continuar a cair sensivelmente.
0 Brasil hoje tem incrivelmente o boi mais caro do mundo (e por consequencia a carne mais cara do mundo!) – preços superiores aos da Austrália – quem diria um dia chegariamos lá! A carne brasileira hoje não é mais competitiva no mercado internacional e só estamos conseguindo aumentos de preços justamente em função da pouca oferta mundial e dos problemas nos outros paises produtores. 0bviamente os aumentos de preços causam diminuição no volume.
Creio ser a hora de se analisar estes fatos com mais acuidade e neutralidade. Se por um lado os pecuaristas estão eufóricos (e com toda razão!) com este aumento incrivel nos precos do boi, por outro lado a situação da indústria frigorifica brasileira está se tornando muito dificil, visto a grande capacidade ociosa atual das plantas e dos preços do boi sempre a frente dos preços da carne – o que deverá exigir algumas mudancas no parque frigorifico nacional, que em breve devem ocorrer (ou já estão ocorrendo), pois quase todas as plantas operam no vermelho.
Claro que esta situação decorre da situação de mercado nos últimos anos, onde os preços do boi eram muito baixos (lembram-se do boi de 20 dolares?) e em cima disto o parque industrial frigorifico brasileiro cresceu vertiginosamente – agora vemos que a situação se inverteu completamente, temos pouco boi para muitos frigorificos – estima se que o plantel brasileiro diminuiu de 200 milhões para 150 milhões, ou até menos, com isto tudo o que os demais leitores e experts acham que possa acontecer num futuro próximo?
Uma adequação do número de frigorificos atualmente existentes no Brasil a este novo número de bois disponivel?
Fica aí lançado o tema para uma saudável discussão.
Embora hoje em dia falam muito na relação dos frigoríficos com pecuaristas, estes estão cada vez mais interessados apenas em conseguir lotes grandes, não dão a minima para os médios, nem se fala dos pequenos. A concentração da industria é muito ruim para o Brasil e fico indignado em saber que boa parte do capital usado no crescimento dos frigoríficos veio do BNDS.