Exportadores brasileiros de carnes estão atentos à possível lacuna que o presidente Donald Trump pode abrir nas relações comerciais do México com o mundo e buscam a abertura para a comercialização das proteínas suína e bovina com o país latino-americano. Desde à posse de Trump, os mexicanos têm sinalizado uma intensificação na busca por diversificar seus mercados fornecedores, inclusive com uma aproximação com o Brasil.
Na próxima semana, o secretário de agricultura mexicano, José Eduardo Calzada, desembarcará junto com uma comitiva de empresários para uma reunião em São Paulo.
Atualmente, os mexicanos compram apenas carne de aves do Brasil. Já a proteína suína brasileira continua fora das prateleiras mexicanas.
O presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Antônio Jorge Camardelli, afirmou que para o setor de carne bovina a expectativa é “ótima”.
Recentemente, uma missão de veterinários mexicanos esteve no Brasil inspecionando fábricas para que o país possa comprar cortes processados bovinos. A visita foi realizada entre os dias 30 de janeiro e 8 de fevereiro. O resultado ainda não foi divulgado.
A possível abertura do país para a exportação de carne bovina processada pode facilitar a habilitação para o produto in natura.
Camardelli ressaltou que os padrões sanitários dos mexicanos são similares aos dos Estados Unidos, por isso não haveria grandes empecilhos em conquistar esse mercado uma vez que o Brasil recebeu o aval dos norte-americanos no ano passado. Ele também não se arrisca a estimar o potencial do mercado. “É preciso primeiro entender o que é esse mercado”, afirmou, ressaltando que seria uma via de mão dupla, com a possibilidade do Brasil também importar determinados cortes do México.
Fonte: Estadão, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.