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Exportadores de carnes dos EUA vêem impulso para mais acordos de livre comércio

Apesar do recém-assinado acordo de livre comércio entre os Estados Unidos e o Chile ser de fato benéfico aos produtores rurais dos EUA, o resultado mais importante do acordo parece ser sua influência na passagem do Acordo de Livre Comércio da América Central (Central American Free Trade Agreement – CAFTA) e um amplo Acordo de Livre Comércio nas Américas (ALCA), na opinião de analistas comerciais da Federação de Exportação de Carnes dos EUA (USMEF).

O acordo de livre comércio dos EUA com o Chile foi assinado em seis de junho, em Miami, pelo representante comercial norte-americano Robert Zoellick, e o Ministro do Exterior chileno, Soledad Alvear, e o governo federal dos EUA espera submeter o acordo ao Congresso para a ratificação nesta semana. O pacto é histórico à medida que é o primeiro acordo de livre comércio entre os EUA e um país da América do Sul.

O acordo também remove importantes barreiras comerciais que anteriormente restringiam as exportações de carnes dos EUA ao Chile; as tarifas de carne suína serão removidas inteiramente e os produtos de carne bovina serão livres de tarifas dentro de quatro anos. Todas as outras tarifas e cotas de produtos agrícolas serão removidas dentro de 12 anos, e o acordo significa que os produtores rurais dos EUA ganharão igual ao maior acesso ao Chile que os produtores da União Européia (UE) e do Canadá já possuem em seus acordos de livre comércio com o Chile.

Porém, o vice-presidente de Desenvolvimento Comercial da USMEF, Richard Fritz, classifica as oportunidades de mercado para a carne vermelha dos EUA, criadas com o acordo com o Chile, secundária com relação à maior significância das implicações de acordos como o CAFTA e o ALCA. Fritz participou da reunião especial comercial feita no Instituto Americano de Carnes (American Meat Institute – AMI), realizada em Washington em 12 de junho para discutir o CAFTA com executivos de cinco companhias de carnes da América Latina e especialistas de comércio do USMEF, da Associação Nacional dos Produtores de Carne Bovina do país (National Cattlemen’s Beef Association – NCBA) e o Conselho Nacional de Produtores de Suínos (National Pork Producers Council – NPPC).

“O acordo de livre comércio com o Chile é mais significante para os exportadores de carne dos EUA como um potencial precursor da efetivação do CAFTA, que poderia fornecer oportunidades de mercado ainda maiores para os exportadores de carne bovina, suína e ovina dos EUA. O fato do Serviço de Agricultura e Pecuária do Chile agora aceitar a certificação do Serviço de Inspeção e Segurança de Alimentos (Food Safety and Inspection Service – FSIS) como equivalente à sua própria é criticamente importante. Os países da América Central podem agora ser similarmente influenciados enquanto negociam uma confirmação do sistema de inspeção dos EUA”.

Antes do acordo de livre comércio com o Chile, os frigoríficos dos EUA que queriam exportar para o Chile tinham que ser inspecionadas e certificadas individualmente pelos oficiais chilenos antes do status de exportação ser garantido – tudo pago pelas plantas norte-americanas. Sob o novo acordo de livre comércio, o Chile aceitará os certificados padrões liberados pelo FSIS, do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), e removerá as restrições comerciais sanitárias e fitossanitárias desnecessárias.

“Porém, os custos de transportes e outros fatores fazem com que a carne bovina da argentina e brasileira seja significantemente mais barata do que a dos EUA no Chile atualmente. Além disso, os consumidores chilenos não estão familiarizados com os benefícios da carne bovina oriunda de animais alimentados de grãos dos EUA, de forma que esta é uma difícil batalha. A carne bovina de animais criados a pasto do Brasil domina o mercado chileno e é necessária uma maior educação do consumidor sobre as qualidade da carne dos EUA, como a marmorização”, disse Fritz.

Em 2002, quase todas as importações chilenas de carne bovina foram de países da América do Sul, como Brasil, Paraguai, Uruguai e Argentina – apesar dos acordos de livre comércio em efeito do Chile com o Canadá e a UE. O Brasil sozinho contribuiu com 70% das importações chilenas de carne bovina totais em 2002, com 72,093 mil toneladas do total de 102,171 mil toneladas importadas. Os EUA foram o décimo nas exportações de carne bovina ao Chile em 2002.

Fonte: AgricultureLaw.com, adaptado por Equipe BeefPoint

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