Um mês após a deflagração da Operação Carne Fraca, dirigentes da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) encontraram-se ontem com o embaixador da Rússia no Brasil, Sergey Akopov, em evento da Câmara Brasil-Rússia de Comércio, Indústria e Turismo em São Paulo.
O país, que é o maior importador da carne suína e um dos cinco maiores da carne bovina do Brasil, foi um dos poucos a não restringir as importações dos produtos brasileiros após a operação da Polícia Federal.
Depois de o presidente da ABPA, Francisco Turra, ter agradecido a Rússia pela confiança nas carnes brasileiras, Akopov lembrou a postura do Brasil na ocasião do embargo econômico imposto ao país por EUA e União Europeia, em 2014, em decorrência da disputa entre Rússia e Ucrânia pela Crimeia. “Sempre lembramos que o Brasil ajudou a Rússia num momento difícil”, disse.
Após os embargos de EUA e UE, Moscou, em retaliação, proibiu a compra de alimentos de ambos, o que fez o Brasil ganhar espaço nas vendas à Rússia.
Ao lembrar que os russos não restringiram as carnes brasileiras, Turra disse: “Está conosco uma nação amiga, que deu a primeira palavra de confiança, dizendo [continuar] acreditando na proteína animal do Brasil”. Por causa da Operação Carne Fraca, países como China, Chile e Egito proibiram temporariamente as importações do Brasil.
“Sabemos que a qualidade da carne brasileira é boa. Um incidente como esse não pode abalar anos de cooperação estratégica”, afirmou Akopov.
Fonte: Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.